Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 27 de setembro de 2008

O Evangelho de Domingo 28 de Setembro

Ave Maria de Anton Bruckner - Catedral de Notre-Dame


Ave Maria, gràtia plena,Dòminus tècum,
benedìcta tu in mulièribus,
et benedìctus fructus vèntris tui, Iesus.
Sancta Maria, mater Dei et mater nostra,
ora pro nobis peccatòribus,
nunc et in hora mortis nòstrae.
Amen

Piazza Navona - Roma

«Quando era jovem estudante de Teologia, fui para um país e para uma cidade cosmopolita, democrática e uma das coisas que me impressionava eram os comícios de extrema-esquerda na praça Navona - o ex-libris da cidade de Roma. Era uma autêntica liturgia laica, uma liturgia laico-messiânica, isto é, promissora de um novo futuro, um futuro radiante. Havia cânticos de entrada, havia as leituras sagradas dos autores sagrados Lenine, Mao Tsé Tung, Marx; havia a homilia dos oradores, havia a oração dos fiéis (embora de forma laica, naturalmente) a recordar os países pobres e revolucionários do mundo. Havia o ofertório, que era o peditório para as causas revolucionárias e havia o cântico de despedida. Uma autêntica liturgia das ideologias laicas promissoras, como dizia a canção, dos “Amanhãs que Cantam”. O slogan que mais expressava esta esperança messiânica do mundo novo, era : " Onde chegar Lenine, aí há-de chegar Jerusalém” - a nova Jerusalém, o paraíso. Isto em 1970. Saí de Roma em 77 e estive depois 19 anos sem lá voltar.

Quando completei 25 anos de sacerdócio, ofereci a mim mesmo uma prenda e fui então às origens, celebrar as bodas de prata sacerdotais, pois tinha sido ordenado em Roma. E vi uma paisagem completamente diferente. Na praça Navona, encontrei uma nova liturgia, que poderemos chamar místico - esotérica , do tipo "new age". Encontrei lá os videntes, os cartomantes, os quiromantes, os homens e mulheres dos horóscopos e, com a liturgia, uma mesa, os livros sagrados desta nova religiosidade, uma vela ou mais que uma vela e enfim os novos gurus que davam consulta, direcção espiritual, confissão... Vi um que estava a confessar outro. Aproximei-me e vi que, de facto, um estava a confessar-se, a contar a sua vida toda.

Vi os cartomantes que lêem tudo através das cartas; os quiromantes que lêem através das linhas da mão e os geomantes que, através das ondas e das vibrações da Terra, dos edifícios, fazem parte de uma consciência cósmica e a partir daí se adivinha ou se lê o futuro».


(Excerto Conferência proferida nas Jornadas Nacionais de Catequistas, Fátima, 15-XI-2003 - Fonte: “Pastoral Catequética”, nº 1, Jan-Abril 2005 – D. António Marto, ao tempo Bispo de Viseu, hoje Bispo de Leiria-Fátima)