Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Bento XVI - "A guerra e o ódio não são a solução dos problemas"

Unindo-se aos patriarcas e aos chefes das Igrejas cristãs de Jerusalém, o Papa convida a “rezar pelo fim do conflito na Faixa de Gaza, implorando justiça e paz para a sua terra”. Foi a seguir à recitação do Angelus, ao meio-dia, na Praça de São Pedro, neste domingo ao meio-dia, que Bento XVI fez seu este apelo dos líderes cristãs da Terra Santa, recordando (citamos) “as vítimas, os feridos, os que têm o coração despedaçado, os que vivem na angústia e no medo, para que Deus os conforte com a sua consolação, com a paciência e a paz que d’Ele vêm”.

“As dramáticas notícias que provêm de Gaza mostram como a recusa do diálogo leva a situações que pesam gravemente, de modo indizível, sobre as populações mais uma vez vítimas do ódio e da guerra. A guerra e o ódio não são a solução dos problemas. Confirma-o também a história mais recente. Rezemos, portanto, para que o Menino na manjedoura … inspire as autoridades e os responsáveis de ambas as frontes, israelita e palestiniano, a uma acção imediata para pôr termo à actual trágica situação”.

Também na saudação em língua inglesa, o Papa exortou a rezar para “que a paz proclamada pelos Anjos em Belém se radique cada vez mais nos corações humanos, pondo de lado a discórdia e a violência e inspirando a família humana a viver em harmonia e solidariedade”.

Na habitual alocução antes das Ave Marias, o Papa comentou o Prólogo de São João que a Igreja propõe neste domingo como Evangelho do dia ***. “A Igreja de novo nos convida a contemplar o mistério do Natal de Cristo, para captar ainda mais o seu significado profundo e a sua importância para a nossa vida. Trata-se de um texto admirável, que oferece uma síntese vertiginosa de toda a fé cristã”. Partindo do alto – “No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus” – o apóstolo apresenta “a verdade inaudita e humanamente inconcebível”: “O Verbo fez-se carne e veio habitar no meio de nós”.

“Não é uma figura retórica, mas sim uma experiência vivida! Quem a refere é João, testemunha ocular: Nós contemplámos a sua glória, glória como do Filho unigénito do Papa, cheio de graça e de verdade!”

“Não é a palavra douta de um rabino ou de um doutor da lei (comentou Bento XVI). É o testemunho apaixonado de um humilde pescador que, tendo sido atraído, jovem, por Jesus de Nazaré, nos três anos de vida comum com Ele e com os outros apóstolos, experimentou o seu amor (ao ponto de se definir como “o discípulo que Jesus amava”) e o viu morrer na cruz e aparecer ressuscitado e depois recebeu com os outros o seu Espírito. De toda esta experiência, meditada no seu coração, João captou uma íntima certeza: Jesus é a Sapiência de Deus incarnada, é a sua Palavra eterna, que se fez homem mortal. Para um verdadeiro Israelita, que conhece as sagradas Escrituras, isto não é um contra-senso, mais ainda, é o cumprimento de todo a antiga Aliança: em Jesus Cristo tem lugar a plenitude do mistério de um Deus que fala aos homens como a amigos, que se revela a Moisés na Lei, aos sapientes e aos profetas”.

“Conhecendo Jesus, estando com Ele, escutando a sua pregação e vendo os sinais que Ele realizava, os discípulos reconheceram que n’Ele se realizavam todas as Escrituras”. Como afirmará depois Hugo de São Vítor, um autor cristão: “Toda a Escritura divina constitui um só livro e este único livro é Cristo, fala de Cristo e encontra em Cristo o seu cumprimento”.

“A primeira a abrir o coração e a contemplar ‘o Verbo de Deus que se faz carne’ foi Maria, a Mãe de Jesus” – observou o Papa. “Uma humilde jovem da Galileia que se tornou assim a ‘sede da Sabedoria’!” “Como o apóstolo João, cada um de nós é convidado a “acolhê-la consigo”, para conhecer profundamente Jesus e experimentar o seu amor fiel e inexaurível” – concluiu Bento XVI.

*** O Evangelho deste Domingo (S. João 1. 1-18) em Itália aonde no dia 6 se celebrará a Epifania, não é o mesmo da Liturgia celebrada hoje entre nós (S. Mateus 2. 1-12) em que festejamos esta Solenidade.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O concílio: nova Epifania

«8. Estamos agora na Epifania do Senhor. Eis a cena dos Reis Magos em torno de Jesus, em Belém. Oh! que espetáculo! Vindos do oriente, avisados e, para sua grande alegria, guiados por um astro prodigioso, como no-lo descreve o evangelista são Mateus com deliciosa simplicidade de palavras e de cores. Mal chegam, ei-los em adoração, diante do menino Jesus, manifestando assim seus sentimentos e lhe oferecendo seus presentes: ouro, incenso e mirra (Mt 2,1,12).

9. Sob a figura desses inesperados visitantes da alta camada social, como são os Magos, flor eleita por dignidade pessoal, pela inteligência aberta e ávida de saber, encarregados de funções sagradas e de responsabilidades, é-nos sumamente agradável contemplar o espetáculo encantador de todos os membros do sacerdócio católico - bispos, prelados, sacerdotes do clero secular e regular - guiados todos pela mesma estrela para cumular de homenagens o mesmo Jesus, sempre vivo através dos séculos no centro de sua Igreja, gloriosa e imortal.

10. Não se deveria dizer que o concílio ecumênico, antes que um novo e grandioso pentecostes, quer ser uma verdadeira e nova Epifania? Uma das tantas, mas não das menos solenes manifestações que se deram e que se dão no decorrer da história? É bem significativo o elo daqueles três singulares e afortunados personagens de adorar em mística oração e de oferecer os preciosos dons de sua terra, em nome de todo o mundo, ao recém-nascido.»


(Exortação Apostólica "Sacrae Laudis" - João XXIII)

Epifania (Solenidade antecipada no Calendário Litúrgico português para Domingo dia 4 de Janeiro de 2009)

«…o nascimento do Rei dos Judeus tinha sido anunciado com o surgir de uma estrela, visível de muito longe. Foi este o testemunho de "alguns Magos", que do oriente foram a Jerusalém pouco depois do nascimento de Jesus, no tempo do rei Herodes (cf. Mt 2, 1-2). Mais uma vez se reevocam e se respondem o céu e a terra, a criação e a história. As antigas profecias encontram confirmação na linguagem dos astros. "Uma estrela sai de Jacob, e um ceptro flamejante surge do seio de Israel" (Nm 24, 17), tinha anunciado o vidente pagão Balaão, chamado a amaldiçoar o povo de Israel, e que ao contrário o abençoou porque revelou-lhe Deus "aquele povo é abençoado" (Nm 22, 12). Cromácio de Aquileia, no seu Comentário ao Evangelho de Mateus, pondo em relação Balaão com os Magos, escreve: "Aquele profetizou que Cristo teria vindo; estes viram-no com os olhos da fé". E acrescenta uma observação importante: "A estrela era vista por todos, mas nem todos a receberam" (ibid., 4, 1-2). Sobressai aqui o significado na perspectiva histórica, do símbolo da luz aplicado ao nascimento de Cristo: ele expressa a bênção especial de Deus sobre a descendência de Abraão, destinada a alargar-se a todos os povos da terra.»

(Excerto homilia do dia 6/I/2008 – Bento XVI)