Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 11 de janeiro de 2009

"Uns e os outros"

O que acontece é que viver em guerra não é viver. Eu sou judia e sou palestiniana. Sou israelita. Vivo aqui. Optei por isto. E isto são rockets e sentimentos de medo e pânico de fazer a boca secar. São pesadelos sobre o futuro que pode não chegar. Vivemos em extremos. Todos os dias como se fosse o último. Há anos que é isto. Quando na comunidade internacional falam em tréguas esboço um sorriso. Quando vejo a CNN mudo de canal. Nos dias de folga, se os há, leio poesia no refúgio e vejo as crianças da minha rua a entender os sinais de guerra com uma clareza extraordinária. Há muita coisa que não entendo. Viver aqui sempre foi estranho, é verdade. É um deserto que nunca deixará de ser duro e cruel. Estamos destinados à guerra, disse-me uma senhora de idade há uns dias. Disse-me isto baixinho, as duas à espera de reforços, a ver se o marido sobrevivia. Atravesso as cidades com a ambulância em estado de emergência. Vivo com as mãos cheias de sangue. Sangue de uns e de outros. Quando a agulha entra num braço, qualquer braço, desaperto o meu garrote com eficácia e vejo com transparência o que somos: iguais por dentro, o mesmo sangue, as mesmas vísceras, cada órgão do corpo a reclamar uma identidade única e universal, por ser apenas humana. Nada mais. Custa-me pegar nas crianças. Vê-las mortas, para lá de um qualquer socorro. Vou para onde me chamarem. Atendo qualquer um. Tenho um distintivo internacional que me confere essa legitimidade: sou a favor da salvação. Sou quase Deus aqui na terra onde Deus viu o seu Filho pedir perdão por nós e morrer uma morte horrível. Todas as mortes são horríveis. A violência tem esse condão de nos petrificar, contudo não nos isenta dos actos posteriores, das réplicas que, sendo em número suficiente, nos deixam a bradar de horror ao mesmo tempo que as prolongamos à exaustão. Quem começou? Quem tem direito a quê? Quem violou regras? O estado do mundo é o estado deste deserto. Confuso. Paranóico. Cruel. Prepotente. Pobre. Rico. Banal. Em guerra. Uns com os outros, apesar de o sangue jorrar da mesma cor.
(Crónica de Patricia Reis http://www.vaocombate.blogspot.com/ publicada no Semanário Económico de 10 de Janeiro de 2009)

Bento XVI – “…os pais, juntamente com os padrinhos, devem educar os filhos segundo o Evangelho”

Antes da recitação do Angelus do meio-dia com os milhares de fieis congregados na Praça de São Pedro, Bento XVI anunciou que seguirá de perto o próximo encontro mundial das famílias que se efectuará em Cidade do México de 13 a 18 deste mês de Janeiro; o Papa intervirá em vídeo-conferência.

O Papa voltou a falar do Baptismo, recordando aos presentes que durante a manhã, na Capela Sistina administrara este sacramento a 13 crianças. Recordou que o Baptismo é dom, alegria, mas também responsabilidade! De facto os pais, juntamente com os padrinhos, devem educar os filhos segundo o Evangelho. Isto – disse – faz-me pensar no tema do VI encontro mundial das famílias dos próximos dias em Cidade do México: a família formadora nos valores humanos e cristãos.“Este grande meeting familiar, organizado pelo conselho pontifício para a família desenvolver-se-á em três momentos: primeiro o Congresso teológico – Pastoral no qual será aprofundada a temática, também mediante a troca de experiências significativas; depois o momento de festa e de testemunho que fará emergir a beleza de encontrar-se entre famílias do mundo inteiro, unidas pela mesma fé e pelo mesmo empenho; e finalmente a solene celebração eucarística, como acção de graças ao Senhor pelos dons do matrimónio, da família e da vida.

Bento XVI afirmou depois que encarregou o cardeal Secretario de Estado Tarcisio Bertone de o representar, mas que ele próprio seguirá com viva participação o extraordinário evento, acompanhando-o com a oração e intervindo em vídeo-conferência.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Valores evangélicos e universais - Editorial

Os votos para o ano que acabou de iniciar deram ao Papa sobretudo nas sugestivas liturgias que marcam a passagem do calendário a ocasião para reflectir sobre o momento actual. Antes de tudo a reflexão, tradicional mas não por isso menos verdadeira, sobre o tempo que passa e que é um dom do Criador para que as suas criaturas realizem o bem. Um dom, que não deve ser desperdiçado, da parte daquele Deus que veio no tempo para se manifestar na carne "amigo do homem".

A vinda de Deus que se celebra neste tempo de Natal antecipou a sua segunda vinda a definitiva invocada desde os primeiros tempos do cristianismo e trouxe ao mundo a esperança. Um sentimento não vago nem genérico, mas a consciência de que a história tem um fim. Para esta esperança, que incide na vida quotidiana de cada ser humano, é preciso educar-se e sobretudo educar os jovens. Também na crise mundial que agita e preocupa. Ao vir ao mundo numa pobreza querida, Jesus propõe-na como escolha a fazer para contrastar a pobreza que ofende a justiça.

Por isso é preciso redescobrir sobriedade e solidariedade, que são valores evangélicos e universais ao mesmo tempo, necessários para construir a paz verdadeira como fruto da justiça: opus iustitiae pax. Como mostrou a singular consonância entre o que disse Bento XVI e as mensagens de fim de ano da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente italiano Giorgio Napolitano como coroação de um ano no qual repetidos e cordialíssimos foram os encontros entre o Papa e o chefe do Estado e evidente a sintonia entre as duas colinas romanas por excelência, o Quirinal e o Vaticano, na vigília do octogésimo aniversário dos Pactos Lateranenses.

E não se trata de discursos de circunstância. A crise mundial, no tempo da globalização, deve ser lida profundamente e pode constituir uma ocasião preciosa para mudar. O quê? Estilos de vida, economias, relacionamentos entre as pessoas e entre as nações. As pobrezas a serem combatidas são de facto numerosas e face a elas o bispo de Roma levantou de novo a sua voz para denunciar com força "a inaceitável corrida para incrementar os armamentos" que viola a própria Carta das Nações Unidas e as contrapostas violências que alimentam a nova guerra de Gaza e atingem sobretudo os mais pobres.

Sim, a crise pode ser deveras uma ocasião para voltar a reflectir no próprio íntimo:

sobre o tempo que passa e sobre a necessidade daquela revolução pacífica que iniciou com a vinda na carne de Jesus e que precisa ressaltou Bento XVI de "infinita paciência" e de tempos ainda muito longos porque é "o caminho da maturação da responsabilidade das consciências". De crentes e não crentes, porque a sobriedade e a solidariedade são valores quer evangélicos quer universais, como o é a paz que descende da justiça.

Giovanni Maria Vian (Director)

Escutar a Palavra de Deus

Salmo da Palavra de Deus, 119
Oh quanto amo a tua lei
Oh quanto amo a tua lei senhor
Minha meditação em todo o dia
Quão doce a tua palavraAo meu paladar
Mais doce que o mel à minha boca ela é
Lâmpada para os meus pés
É a tua palavra senhorLuz para o meu caminho
A tua palavra é



«Para a imagem aí [Salmo, 119] visível do homem piedoso é característico o facto de amar a Palavra de Deus, trazê-la no coração, meditá-la dia e noite, deixar-se inteiramente penetrar e animar por ela»

(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

«A Virgem deu à luz… a profetisa deu à luz… . Foi pela escuta que Maria, a profetisa, concebeu o Deus vivo. Pois acede-se por natureza à inteligência das palavras pela escuta»

(Homilia 4 in Deiparam et Simeonem c 2 – Teodoto de Ancira)


O Baptismo do Senhor

«E uma voz vinda do céu dizia: "Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência".» (Mt. 3, 17)

No Baptismo do Jordão, com a vinda do Espírito Santo anuncia-se já o Pentecostes, que inaugurará o Baptismo no Espírito para a Igreja (cf. Act. 1, 5; 11, 16) e para todos aqueles que nela entrarem. Jesus deixou-Se baptizar, para purificar as águas do baptismo.


No Baptismo de Jesus está, portanto, perfigurada a Igreja dos baptizados, dos redimidos.


(Cf. Introdução ao Missal Popular)

Foto: escultura de Lorenzo Ghiberti (Siena - Pia Baptismal)

Beethoven - Missa Solemnis - Kyrie