Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 15 de março de 2010

17 Março - Oratório S. Josemaría - Conferência "As Crises Conjugais"

O dever de romper o silêncio

"Cristianofobia, ódio aos cristãos". É este o título do mais recente livro de René Guitton, escritor francês que percorreu o mundo e denuncia a actual perseguição em curso contra os cristãos.

O livro – que venceu o Prémio Direitos do Homem, do parlamento italiano – traça o mapa da aversão ao cristianismo no mundo e refere-se, sobretudo, à Índia e às perseguições no Sri Lanka, Paquistão, Iraque, Sudão e Nigéria (só neste país foram massacrados 500 cristãos, nos últimos dias). As perseguições foram desencadeadas por fanáticos muçulmanos e – no caso da Índia – por hindus.

A Europa cala-se. Tal como se cala a esmagadora maioria dos media, dos políticos, dos analistas e até dos que se arrogam “defensores das minorias”. Como se houvesse minorias boas e minorias más As minorias boas que vivem no Ocidente (e que é preciso defender com unhas e dentes); e as outras, que é melhor ignorar, mesmo quando se trata de massacres sucessivos.

Romper esta onda de silêncio é um dever e uma obrigação. Sob pena de sermos coniventes.

Aura Miguel

(Fonte: site Rádio Renascença)

Nota de JPR: Obrigado Aura pela coerência de tudo quanto nos transmite e pela coragem. Bem-haja!

Encontro Marcos e Cleuza ZERBINI: 18 de Março – 21H30 – Auditório da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, Lisboa

Pater Noster

O futuro está nas vossas mãos, escreve o Papa na mensagem aos jovens para o 25º Dia Mundial da Juventude, do próximo dia 28 de Março


Vídeo em espanhol

Quem vive hoje a condição juvenil encontra-se a enfrentar muitos problemas derivantes do desemprego, da falta de referencias ideais certas e de perspectivas concretas para o futuro. Escreve o Papa Bento XVI numa mensagem dirigida aos jovens do mundo inteiro em vista do próximo Dia Mundial da Juventude que será celebrada a 28 de Março Domingo de Ramos, nas varias dioceses.

Embora os jovens de hoje possam ter a impressão de se sentirem impotentes perante as crises e desvios actuais o Santo Padre exorta-os a não se deixarem desencorajar perante as dificuldades e a não renunciarem aos sonhos: pelo contrario cultivai no coração desejos grandes de fraternidade , de justiça e de paz.

O futuro – explica Bento XVI – está nas mãos de quem sabe procurar e encontrar razões fortes de vida e de esperança. Se quiserdes o futuro está nas vossas mãos, porque os dons e as riquezas que o Senhor encerrou no coração de cada um, plasmados pelo encontro com Cristo podem trazer uma autentica esperança para o mundo.

Segundo o Papa a fé poderá torná-los fortes e generosos e dar-lhes coragem para enfrentar com serenidade o caminho da vida e de assumir responsabilidades familiares e profissionais. Empenhai-vos a construir o vosso futuro – recomenda Bento XVI aos jovens – através de percursos sérios de formação pessoal e de estudo, para servir de maneira competente e generosa o bem comum.

E citando a recente Caritas in veritate a mensagem do Papa enumera alguns dos grandes desafios actuais que são urgentes e essenciais para a vida deste mundo: o uso dos recursos da terra e o respeito da ecologia, a justa divisão dos bens e o controlo dos mecanismos financeiros, a solidariedade com os Países pobres no âmbito da família humana, a luta contra a fome no mundo, a promoção da dignidade do trabalho humano, o serviço á cultura da vida, a construção da paz entre os povos, o dialogo inter-religioso, o bom uso dos meios de comunicação social.

São desafios que pedem um projecto de vida exigente e apaixonante, no qual colocar a vossa riqueza segundo o desígnio que Deus tem sobre cada um de vós escreve o Papa nesta sua mensagem aos jovens em vista do próximo dia mundial da juventude que este ano se celebra a nível diocesano no Domingo de Ramos 28 de Março

(Fonte: site Radio Vaticana)

Bento XVI encontrou a comunidade evangélica luterana de Roma


Bento XVI visitou este Domingo a igreja evangélica luterana de Roma, 27 anos depois de João Paulo II ter feito o mesmo, num gesto qualificado como histórico.

O Papa, esteve nesta comunidade que é, na sua maioria, constituída por germânicos, e foi acolhido pelo pastor Jens-Martin Kruse.

A acompanhar Bento XVI estavam os Cardeais Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, e Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos cristãos.

Na sua intervenção, o Papa sublinhou a importância do ecumenismo, reconhecendo contudo que ainda há divergências em “aspectos essenciais”.

“As nossas divisões são um pecado do qual carregamos a culpa…certamente o caminho ecuménico prossegue e é belo que hoje possamos rezar juntos, juntos entoar os mesmos cânticos, juntos escutar a mesma Palavra de Deus. Porém a rede rompeu-se e o caminho dividiu-se em tantos caminhos; desta maneira – salientou o Papa – o testemunho dos cristãos obscureceu-se.

Bento XVI referindo-se aos sucessos do ecumenismo nos últimos anos, lamentou contudo o facto de não podermos beber do mesmo único cálice e não podermos estar juntos ao redor do mesmo altar. Isto – disse – deve entristecer-nos porque é uma situação de pecado, mas a unidade não pode ser feita pelos homens: devemos confiar no Senhor porque somente Ele nos pode dar a unidade. Esperemos que Ele nos leve á unidade.”

Pertencem à comunidade, dirigida por Jens-Martin Kruse, mais de trezentos membros inseridos em diversas actividades espirituais, formativas e culturais. O Papa esteve com eles numa celebração ecuménica e, em seguida, encontrou-se com os membros do Conselho.

(Fonte: site Radio Vaticana)

E há-de ser só um o Óscar de Melhor Actor

Se não há um Óscar para Melhor Realizador e outro para Melhor Realizadora, porque não hão-de concorrer homens e mulheres ao Óscar de Melhor Actor?

Este ano, a notícia dos Óscares precedeu por horas o Dia Internacional da Mulher. E enquanto os jornais diários e os vários organismos faziam a sua habitual recolha de relatórios sobre o "fosso" laboral entre homens e mulheres, Kathryn Bigelow quebrava uma tradição de Hollywood ao tornar-se a primeira mulher vencedora de um Óscar pela melhor realização.

É um indicador de que também no cinema as mulheres estão cada vez mais presentes, e não só como actrizes, mas em todo o complexo de arte e de indústria que há por detrás da câmara. Talvez por isso algumas vozes se tenham levantado questionando se tem sentido, no caso da interpretação, que continue a haver prémios separados para actores e actrizes. Se não se faz separação à hora de premiar a melhor realização, o melhor guião ou a melhor fotografia, porque não deixar que actores e actrizes concorram entre eles? O cinema não é como o desporto, e as diferenças biológicas não afectam o nível de interpretação.

Acabar com essa separação em nome da igualdade é a proposta de Kim Elsesser, professora da Universidade da Califórnia, num artigo publicado no International Herald Tribune (6-3-10). A separação de categorias entre actores e actrizes nos Óscares parece "um insulto às mulheres, porque sugere que não poderiam ganhar se fosse uma só categoria". Mas se a separação é já um insulto, os actores também poderiam sentir-se ofendidos.

Sem pensar que alguém se possa sentir incomodado, a Academia tem vindo a conceder Óscares separados para actores e actrizes desde a primeira edição dos prémios em 1929. Ao estabelecer uma "quota" de 50% para cada sexo na melhor interpretação, a Academia assegura que homens e mulheres receberam o mesmo número de Óscares nesta categoria, o que não acontece nas outras. Este ano, por exemplo, tem destaque o triunfo de Kathryn Bigelow, mas além dos Óscares para Melhor Actriz Principal e Secundária, só aparece outro nome de mulher no guarda-roupa.

É curioso que esta quota dos 50%, tão exigida em campos como a política ou os conselhos de administração, seja considerada aqui como um obstáculo que pode depreciar o prémio obtido por uma actriz. Se Sandra Bullock e Jeff Bridges têm a mesma profissão deviam concorrer um com o outro e ganhar o melhor.

O aspecto mau desta solução tão lógica é que o número de actores e actrizes premiados seria reduzido a metade, com a consequente perda de oportunidades. E num mundo de egos tão grandes como o dos actores, não haviam de faltar acusações de discriminação por sexo, preconceito e favoritismo. Por fim, provavelmente teria que ser premiado um ano um homem, e, no ano seguinte, uma mulher. Ou então criar mais do que um prémio de Melhor Actor para drama, comédia...

Quem propõe mudanças, como Elsesser, diz que as categorias separadas "perpetuam o estereótipo de que as diferenças entre homens e mulheres são tão grandes que os dois sexos não podem ser avaliados como iguais na sua profissão". Mas se enveredarmos pelo critério de bilheteira, que avalia por igual homens e mulheres, não se pode dizer que seja regido por critérios de equidade. Entre os actores mais bem pagos de Hollywood (calcula-se que seja por serem os de maior sucesso de bilheteira), há um predomínio masculino notável. Os nomes de Harrison Ford, Adam Sandler, Will Smith, Eddie Murphy, Nicholas Cage, Tom Cruise, Tom Hanks, Brad Pitt, Johnny Depp desfilam antes de chegar a vez de Angelina Jolie ou de Jennifer Ariston. Também não se pode perder de vista que, em geral, um actor entrado em anos mais facilmente encontra papéis adequados do que uma actriz com a sua idade. Já que a igualdade é um objectivo difícil de atingir..

Mas como a igualdade começa pela linguagem. Kim Elsesser fica feliz por a Screen Actors Guild ter eliminado o termo "actress" nos seus prémios, para adoptar o de "female actor", pelos vistos mais de acordo com esta época igualitária. Já só falta que o Center for Study of Women, onde Elsesser trabalha, passe a ser o Center for Study of Women and Men.

Ignacio Aréchaga

Aceprensa

Celibato sacerdotal é dom de Deus que deve ser vivido com alegria, diz Cardeal Hummes

Na sua intervenção no congresso teológico “Fidelidade de Cristo, fidelidade do Sacerdote”, o Prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal brasileiro Claudio Hummes, ressaltou que “o celibato sacerdotal é um dom do Espírito Santo que pede ser compreendido e vivido com plenitude de sentido e alegria, numa relação total com o Senhor”.

O Cardeal indicou que “esta relação única e privilegiada com Deus faz do sacerdote a testemunha autêntico de uma singular paternidade espiritual e o faz autenticamente fecundo”.

“A Igreja – prosseguiu – como Corpo Místico de Cristo vê a todos os fiéis aproveitarem o dom de ser um povo sacerdotal, mas ao mesmo tempo sabemos que Cristo escolhe alguns” e “esses são os sacerdotes que continuam esta missão”.
Por sua parte, o Arcebispo de Bolonha, Cardeal Carlo Cafarra, assinalou que “o presbítero hoje está chamado a abrir-se à superior iluminação do Espírito Santo, para descobrir as orientações da sociedade contemporânea e reconhecer as necessidades espirituais mais profundas” às quais deve responder porque sem importar as circunstâncias, “a capacidade da verdade permanece indestrutível no homem”.

“O homem que vive hoje a farsa da ausência de Deus precisa ser despertado na consciência de sua dignidade de pessoa e isto só pode ser feito pelo testemunho da caridade”, concluiu o Cardeal.

(Fonte: ‘ACI Digital’)

S. Josemaría nesta data em 1952

“O chamamento do bom Pastor chega até nós: Ego vocavi te nomine tuo, Eu chamei-te, a ti, pelo teu nome! É preciso responder - amor com amor se paga – dizendo-lhe Ecce ego quia vocasti me chamaste por mim e aqui estou! Estou decidido a que não passe este tempo de Quaresma como passa a água sobre as pedras, sem deixar rasto. Deixar-me-ei empapar, transformar; converter-me-ei, dirigir-me-ei de novo ao Senhor, querendo-lhe como Ele deseja ser querido”, diz na Quaresma de 1952.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

25 Março - 21h15 - O Sudário de Turim - João Paulo Sacadura





Vídeo em inglês

A linha adoptada pela conferencia episcopal alemã, um modelo útil e inspirador para outras conferencias episcopais


Vídeo em espanhol

A linha adoptada pela conferencia episcopal alemã para enfrentar os casos de abusos sexuais sobre menores podes ser considerada um modelo útil e inspirador para outras conferencias episcopais que se encontrem a enfrentar problemas análogos : afirmou o Padre Federico Lombardi que confirmou que Bento XVI encorajou a linha dos bispos alemães reafirmando que o caminho encetado na Alemanha é aquele justo para enfrentar o problema da pedofilia nos seus vários aspectos. E, explicou o director da Sala de imprensa da Santa Sé, as declarações do presidente da conferencia episcopal alemã, o arcebispo Zollitsch, retomam as linhas estabelecidas na recente assembleia da conferencia episcopal, reafirmando os três pontos operativos essenciais: reconhecer a verdade e ajudar as vitimas, reforçar a prevenção e colaborar com as autoridades, inclusive aquelas judiciais do estado.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Rigor e coerência de Bento XVI perante os casos de abuso sexual sobre menores

A linha de Bento XVI perante casos de pedofilia dos padres, tanto agora que é Papa como quando estava à frente da Congregação para a Doutrina da Fé foi sempre aquela do rigor e da coerência em enfrentar as situações também mais difíceis . Afirma numa nota difundida pela Rádio Vaticano o director da Sala de Imprensa da Santa Sé Padre Federico Lombardi, que evidencia a importante e ampla entrevista concedida pelo promotor de justiça da congregação para a doutrina da fé D. Charles Scicluna que explica em pormenor o significado das normas canónicas especificas estabelecidas pela Igreja nos anos passados para julgar os gravíssimos delitos de abuso sexual em relação a menores, da parte de eclesiásticos.

É absolutamente claro – observa o Padre Lombardi – que tais normas não entendiam favorecer e não favoreceram nenhuma cobertura de tais delitos, mas pelo contrario puseram em acto uma intensa actividade para enfrentar, julgar e punir adequadamente estes delitos no quadro do ordenamento eclesiástico.

E justo recordar – conclui o director da Sala de imprensa da Santa Sé que tudo isto foi delineado e iniciado quando o Cardeal Ratzinger era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. A sua linha foi sempre aquela do rigor e da coerência enfrentando as situações também mais difíceis.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Pedofilia

Um só caso de pedofilia é uma tragédia. É dos actos mais repugnantes e baixos aos quais pode chegar a miséria humana. Seja quem for que cometa um acto de pedofilia, merece a mais viva condenação de todos, e deve ser impedido de estar em condições de repetir actos dessa natureza.

A Igreja, desde sempre, e cada vez mais nos últimos tempos, tem repetido aquilo que defende: que qualquer acto de abuso de uma criança é um pecado que brada aos Céus e que, portanto, nunca pode ser permitido em qualquer circunstância, seja por quem seja. Fruto disso, os crimes relativos a actos de pedofilia por parte de membros da Igreja, sejam eles clérigos, religiosos ou leigos, sempre foram punidos com penas muito severas, na consciência que os mais fracos, ou seja, as crianças, devem ser sempre protegidas e defendidas.

Em tempos não muito longínquos na vida da Igreja, dá-se agora conta que essa legislação (que sempre existiu) não foi aplicada como deveria ter sido, e isso deve-se a vários factores: por um lado, um certo receio da autoridade eclesiástica em investigar a fundo os possíveis casos de abusos entre crianças e de agir com medidas preventivas e, se os factos se comprovassem, com medidas coactivas; por outro lado, um erróneo entendimento sobre a necessidade e o valor das penas canónicas; por fim, a tentação de abafar possíveis casos de pedofilia cometidos por membros do clero pode, nalguns momentos, ter sido maior do que a absoluta necessidade de defender as crianças.

(Fonte: blogue recomendado ‘Ubi caritas’ AQUI)

CONHECER BENTO XVI - A conversão, uma consequência da liberdade religiosa

A famosa conversão ao cristianismo [em 2008] de Magdi Allan, jornalista italiano de origem egípcia e muçulmano subdirector do 'Corriere della Sera', pôs em primeiro plano alguns equívocos no diálogo entre a Igreja e o Islão. A conversão será uma ferida na sensibilidade islâmica ou um modo de exprimir a liberdade religiosa cujo reconhecimento se exige aos países muçulmanos?

Com a solene Vigília Pascal celebrada por Bento XVI, a Semana Santa católica chegava ao seu ponto culminante. Uma semana de Paixão que começara com uma má notícia: o assassinato no Iraque do bispo caldeu católico de Mossul, Bulos Faray Raho. O próprio Bento XVI manifestou visivelmente a sua dor sobre o altar da Praça de S. Pedro, na perturbada festa do Domingo de Ramos, e na Terça-feira Santa celebrou pessoalmente exéquias pelo prelado iraquiano. Um novo episódio de dor na história da perseguição aos cristãos nalguns países islâmicos.

Poucos dias depois, o Papa derramava as águas do Baptismo sobre a cabeça do muçulmano Magdi Allam. Sucessos isolados ou imagem gráfica da relação entre o Islão e o Cristianismo?

Vias de entendimento

No passado mês de Outubro mais de uma centena de intelectuais e líderes religiosos do mundo islâmico remetiam uma carta a Bento XVI para lhe propor um renovado esforço de entendimento entre católicos e muçulmanos. No mês de Fevereiro uma delegação foi recebida em audiência pelo Santo Padre e fixou-se a continuação das conversações numa reunião de diálogo inter-religioso prevista para os próximos meses (cf. Aceprensa na edição impressa)

Um dos signatários da carta, Sergio Yabe Pallavicini, imã da mesquita alWahid de Milão, depois de ouvir a notícia da conversão de Allam comentou: "o que me surpreende é o relevo que o Vaticano deu a esta conversão". Romper-se-á então o diálogo? Por parte dos católicos é evidente que não, pois o Papa tem manifestado inumeráveis vezes a sua decisão não só de o manter mas de o intensificar num contexto de reciprocidade.

Além disso, a Santa Sé, em palavras do chefe da Sala de Imprensa ao referir-se às opiniões expostas por Allam no Corriere della Sera no dia seguinte ao da sua conversão, deixou claro que "acolher na Igreja um novo crente não significa evidentemente tomar como próprias todas as suas ideias e posições, sobretudo em temas políticos ou sociais". O porta-voz disse também que o itinerário de diálogo aberto deve continuar e "é de extrema importância não o interromper, sendo prioritário pelos episódios que podem acarretar mal entendidos".

Na parte islâmica, embora tenha havido críticas à notoriedade do baptismo de Allam, não se falou em encerrar as conversações. O professor de Cambridge Aref Ali Nayed, que também assinou a mencionada carta e é porta-voz das respectivas personalidades muçulmanas, afirmava numa entrevista a El Pais que "o diálogo é um dever que devemos perseguir pelo bem da humanidade". Portanto, há vontade de diálogo por ambas as partes e continua aberta esta via de entendimento. Mas, quais são os pontos chaves em que se devem apoiar os novos passos?

Bases para o diálogo

É necessário partir de três premissas iniciais. Em primeiro lugar, o Islão não conta com uma autoridade central e por isso o diálogo só pode travar-se com determinados grupos, como por exemplo, o mencionado grupo de 138 académicos e líderes islâmicos signatários da carta.

Por outro lado, o ordenamento vital do Islão não admite separação entre o aspecto político e religioso, e tem procedimentos muito diferentes dos que são próprios dos países com raízes cristãs. Na sua concepção os direitos humanos ficam submetidos à sharia ou lei religiosa islâmica, o que implica uma evidente inferioridade da mulher em relação ao homem, negação do direito a abandonar a fé islâmica, ausência de espaços livres de expressão próprios de uma sociedade pluralista, etc.

Uma terceira premissa para o diálogo é a clara consciência que cada uma das partes deve ter de si, da própria identidade, e dar a conhecer à outra a sua posição de um modo completo. Neste sentido convém ter em conta que se a parte cristã manifestasse algum inconveniente em apresentar a própria fé com toda a integridade, por medo a ofender ou decepcionar, não faria senão confirmar o interlocutor muçulmano na convicção de que o cristão é um crente "débil".

Bento XVI falou claramente, sobretudo num discurso à cúria romana no Natal de 2006, dos pontos sobre os quais se há-de apoiar esta aproximação: as conquistas da verdadeira razão - não a razão positivista que "exclui Deus da vida da comunidade e dos ordenamentos públicos" - face aos direitos do homem, especialmente os que se referem à liberdade religiosa e à dignidade da pessoa. Nesta linha, o Papa mostrou-se muito esperançado na carta que lhe foi enviada pelos líderes islâmicos, sobretudo por um aspecto: a atenção prestada pelos signatários ao duplo mandamento que convida a amar a Deus e ao próximo. Trata-se de uma crença comum de ambas as religiões, sobre a qual, segundo o Papa, se pode edificar um futuro entendimento.

Igrejas e mesquitas

Outro aspecto importante em que se tem insistido é o da reciprocidade, em que há acordo em linhas gerais, mas em concreto é fonte habitual de desencontros. Um exemplo significativo é o que conta o Corriere della Sera numa entrevista a Nura, uma Islamita culta convertida ao cristianismo que vive em Itália: "Hoje não existe direito à reciprocidade. O cristão que se converte ao Islão não tem medo. É como se sentisse bem protegido pelas costas. Nós, pelo contrário, temos de esconder-nos. Temos verdadeiro pavor. Eu sinto terror quando entro na igreja e escolho habitualmente uma paróquia afastada do bairro onde vivo. Estou muito atenta para não ser vista. Mas não deixo de ir à igreja, porque creio deveras".

Recentemente um país islâmico - Qatar - permitiu que se construísse um templo católico no seu território: grande novidade! Mas simultaneamente a casa real da Arábia Saudita não concedeu autorização para que existisse culto católico no país, embora se estime que haja uns oitocentos mil imigrantes católicos no seu território. E na Argélia foram encerradas várias igrejas evangélicas, com a acusação de procurar conversões ao cristianismo.

Por sua vez, os imigrantes muçulmanos em países europeus queixam-se dos obstáculos que encontram para construir mesquitas, embora frequentemente as dificuldades sejam mais de tipo económico que administrativo.

Conversão e reciprocidade

Liberdade religiosa, como direito humano inalienável, e reciprocidade entrelaçam-se no caso da conversão. É por isto que a conversão de Allam adquire uma significativa força expressiva. Assim como os muçulmanos podem convidar à conversão os cristãos no Ocidente, também os cristãos deveriam poder expor a sua fé aos muçulmanos nos países islâmicos. Mas, para já, não é assim. Segundo Shamir Kahalil Samir, jesuíta egípcio, especialista em Islamismo, "o baptismo de Magdi Allam pelo Papa não é um acto de agressão, mas uma exigência de reciprocidade. É uma provocação tranquila, que serve apenas para fazer pensar e despertar".

A conversão de um muçulmano a outra religião é considerada pelo Islão como uma traição à comunidade dos verdadeiros crentes. A liberdade religiosa concebe-se, portanto, como liberdade de aderir à verdadeira religião, que é o Islão, enquanto a passagem para outros credos está terminantemente proibida. Embora a pena derivada da transgressão desta máxima varie consoante as escolas e tradições, a corrente preponderante considera que a pena devida é a morte. Esta é a interpretação dominante dos 14 versículos do Alcorão que sancionam a apostasia, 13 dos quais falam de "um castigo muito doloroso no outro mundo" e só um deles menciona "um tormento muito doloroso neste mundo e no outro".

Uma tendência liberal minoritária entre os muçulmanos pensa, no entanto, que Maomé não pediu nunca que se matasse o apóstata, e inclusive interveio num dos casos para impedir que os seus o fizessem.

Portanto, embora o recurso à pena de morte não pareça ter um apoio suficiente nos textos do Alcorão, várias razões incitam actualmente à sua extensão nos países islâmicos. Segundo Samir Khalil Samir, professor da história da cultura árabe e de estudos islâmicos na universidade de Saint Joseph (Líbano), a razão está no chamado "despertar islâmico" que recuperou antigas afirmações históricas, animando "os que apoiam as correntes radicais a pressionar para que seja castigado com severidade quem abandonar o Islão". E o que é mais grave, num mundo global e com uma religião tão diversificada em escolas como a islâmica, as ameaças aos convertidos que abandonam o Islão estendem-se já a qualquer país.

Que acontece quando o caminho da conversão se percorre em sentido inverso? Correm riscos os que passam do cristianismo ao Islão? De novo a voz de Ali Nayed: "Creio que se uma autoridade muçulmana escolhesse um convertido fortemente anti-cristão e o exibisse numa grande cerimónia transmitida pela televisão e este publicasse além disso um artigo anti-cristão repleto de ódio, muitos cristãos ficariam aborrecidos. As pessoas convertem-se constantemente em ambas as direcções".

Um direito reconhecido no Ocidente

Mas para além de suposições, neste caso a velha máxima (no news, good news) é a melhor garantia do que acontece: nada. Nos países de raízes cristãs a possibilidade de aderir a outra religião e dela fazer pública confissão está garantida pelo clima de liberdade religiosa. De facto a doutrina do magistério católico é clara e incide na reciprocidade: "A Igreja proíbe severamente que alguém seja obrigado a abraçar a fé, ou a ela seja aliciado ou induzido por processos importunos, da mesma maneira que reivindica com firmeza o direito de ninguém ser dela afastado por vexames injustos" (Concílio Vaticano II, Decreto Ad gentes, n.13).

A posição cristã relativamente à liberdade religiosa e à conversão é portanto bem diferente da islâmica. Como explica Samir Khahlil Samir "é necessário garantir a liberdade de evangelização (tabshîr), assim como a liberdade de islamizar (da´wa). Para mim, o cristianismo é a mais bela e a mais perfeita religião, e o Islão, tendo muitas coisas boas, não é o cumprimento do projecto divino sobre o homem. Ao mesmo tempo admito que o muçulmano esteja convencido do contrário e está no seu pleno direito. Mais ainda: é seu dever! Esta é a verdadeira reciprocidade: cada um segue a sua consciência e procura iluminar cada vez mais os outros".

Miguel Ángel Sánchez de la Nieta

Aceprensa

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Temas para reflexão

Meditação:

Eu, pobre homem cheio de misérias, clamo por Ti: vem Senhor, vem se queres que me salve!
Na verdade, eu não preciso que venhas até mim, Senhor, que Te rebaixes tanto!
Do alto dos Céus, onde estás sentado à direita do Pai, oiço a Tua resposta: Quero, sê salvo! (AMA, Meditação sobre Jo 4, 43-54, 05.02.2009)

Tema: Acreditar, Esperar e Amar

Creio, Senhor, mas ajuda-me a acreditar com mais firmeza; espero, mas faz que espere com mais confiança; amo-te, mas que Te ame com mais fogo. (CLEMENTE XI, Acção de graças para depois da Missa, Missal Romano)

Doutrina: Evangelium Vitae 23

Por que motivo a vida é um bem? Esta pergunta percorre a Bíblia inteira, encontrando já nas primeiras páginas uma resposta eficaz e admirável. A vida que Deus dá ao homem é diversa e original, se comparada com a de qualquer outra criatura viva, dado que ele, apesar de aparentado com o pó da terra, é, no mundo, manifestação de Deus, sinal da sua presença, vestígio da sua glória. Isto mesmo quis sublinhar Santo Ireneu de Lião, com a célebre definição: «A glória de Deus é o homem vivo». Ao homem foi dada uma dignidade sublime, que tem as suas raízes na ligação íntima que o une ao seu Criador: no homem, brilha um reflexo da própria realidade de Deus. (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 34 b)

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Balduíno de Ford (? - c. 1190), abade cisterciense
Homília 6, sobre Heb 4, 12 (a partir da trad. Brésard, 2000 ano B, p. 244 rev.)

«O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe disse»

«A palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes» (Heb 4, 12). Com estas palavras, o apóstolo mostra aos que procuram Cristo – Palavra, Força e Sabedoria de Deus – toda a força e toda a sabedoria que há na Palavra de Deus. No princípio, a Palavra estava junto do Pai, era eterna com Ele (Jo 1, 1). Foi revelada a seu tempo aos apóstolos, anunciada por eles, e recebida humildemente na fé pelo povo crente.

Há, por conseguinte, uma Palavra no Pai, uma Palavra na boca dos apóstolos, e uma Palavra no coração dos crentes. A Palavra que está na boca dos apóstolos é a expressão da Palavra que está no Pai; é também expressão da Palavra que está no coração do homem. Quando se compreende a Palavra, ou quando se crê nela, ou quando se a ama, a Palavra que está no coração do homem converte-se em inteligência da Palavra, ou em fé na Palavra, ou em amor à Palavra. Quando estas três se reúnem num só coração, no mesmo instante compreende-se, crê-se e ama-se Cristo, Palavra de Deus, Palavra do Pai [...]. Cristo habita nessa pessoa pela fé e, por admirável condescendência, desce do coração do Pai ao coração do homem [...].

A Palavra de Deus [...] é viva: o Pai deu-lhe ter vida em si própria, como Ele tem a vida em Si mesmo (Jo 5, 26). É por isso que ela não é apenas viva, mas é Vida, como está escrito: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6). E, dado que é Vida, é viva para ser vivificante, porque «assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer» (Jo 5, 21).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 15 de Março de 2010

São João 4,43-54

Passados aqueles dois dias, Jesus partiu dali para a Galileia.
Ele mesmo tinha declarado que um profeta não é estimado na sua própria terra.
No entanto, quando chegou à Galileia, os galileus receberam-no bem, por terem visto o que fizera em Jerusalém durante a festa; pois eles também tinham ido à festa.
Veio, pois, novamente a Caná da Galileia, onde tinha convertido a água em vinho. Ora havia em Cafarnaúm um funcionário real que tinha o filho doente.
Quando ouviu dizer que Jesus vinha da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-lhe que descesse até lá para lhe curar o filho, que estava a morrer.
Então Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais extraordinários e prodígios, não acreditais.»
Respondeu-lhe o funcionário real: «Senhor, desce até lá, antes que o meu filho morra.»
Disse-lhe Jesus: «Vai, que o teu filho está salvo.» O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe disse e pôs-se a caminho.
Enquanto ia descendo, os criados vieram ao seu encontro, dizendo: «O teu filho está salvo.»
Perguntou-lhes, então, a que horas ele se tinha sentido melhor. Responderam: «A febre deixou-o há pouco, depois do meio-dia.»
O pai viu, então, que tinha sido exactamente àquela hora que Jesus lhe dissera: «O teu filho está salvo». E acreditou ele e todos os da sua casa.
Jesus realizou este segundo sinal miraculoso ao ir da Judeia para a Galileia..

(Fonte: Evangelho Quotidiano)