Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Heinrich Schütz - "Auferstehungs Historie"

Extremistas assassinam menino cristão de três anos idade no Iraque

O “L’Osservatore Romano” deu a conhecer hoje a lamentável noticia do assassinato de um menino de três anos, pertencente a uma família cristã, cuja morte se produziu em um atentado em Mosul, Iraque, no sábado dia 27 de Março.

A mãe e dois irmãos – conforme indica a agência noticiosa da Santa Sé Fides, que difere das notícias da agência Ankawa, que fala de três meninas – resultaram feridos depois da detonação de um explosivo colocado em sua casa.

Ao ser conduzidos ao hospital, o pequeno de três anos faleceu. Sobre este deplorável feito, o Arcebispo siro-católico de Mosul, D. George Casmoussa, manifestou à Fides que "os fiéis estão aterrorizados. Mas nossa palavra de ordem é esperar, sempre e em todo lugar" com fé e esperança.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)

Arcebispo de Nova Iorque: Bento XVI é líder na purificação e reforma da Igreja

O Arcebispo de Nova Iorque, D. Timothy Dolan, denunciou campanha difamatória "quase frenética" contra o Papa Bento XVI e ressaltou que o Santo Padre "é um líder na purificação, na reforma e a renovação da Igreja".

Na sua homilia da Missa de Domingo do Ramos na Catedral de São Patrício em Manhattan, o Prelado convidou a todos os fiéis a rezar pelo Pontífice.

(…)

O Arcebispo disse também que a tristeza é mais intensa "pelas graves insinuações contra o Santo Padre enquanto em certos ambientes se lançou uma campanha quase frenética para implicar este grande homem".

Para D. Dolan, os progressos da Igreja Católica para confrontar a realidade nos Estados Unidos nunca se deram "sem a insistência e o apoio do mesmo homem (o Papa) agora coroado todos os dias pelos espinhos da maldade que não têm nenhum fundamento".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com edição de JPR)

Toda a vida do Venerável João Paulo II decorreu sob o signo da caridade, da capacidade de doar-se com generosidade, sem reservas, sem medida...


“A regra da comunidade de Jesus é a regra do amor que sabe servir até ao dom da vida” – sublinhou Bento XVI, na homilia, comentando os textos da Missa desta segunda-feira da Semana Santa e aludindo ao testemunho do Papa Wojtyla, falecido há cinco anos.

Começando pela primeira leitura, em que o Profeta Isaías apresenta a figura de um “Servo de Deus” que é ao mesmo tempo o seu eleito e que sabe agir com uma firmeza inquebrantável, até que se encontre realizada a tarefa que lhe foi confiada, observou o Papa:

“Durante o seu longo pontificado, ele prodigalizou-se em proclamar o direito com firmeza, sem debilidades ou hesitações, sobretudo quando devia confrontar-se com resistências, hostilidades e recusas. Sabia que o Senhor o tinha tomado pela mão, e foi isso que lhe permitiu exercer um ministério muito fecundo pelo qual, uma vez mais, damos fervorosas graças a Deus”.

Passando depois a comentar o Evangelho da ceia em Betânia, com Lázaro, Marta e Maria, com o pressentimento da morte iminente, em que Maria unge os pés de Jesus com um perfumo de grande valor, Bento XVI fez notar que “o gesto de Maria é a expressão de uma grande fé e de um grande amor”:

“Maria oferece a Jesus o que tem de mais precioso, com um gesto de profunda devoção. O amor não calcula, não mede, não olha a despesas, não levanta barreiras, mas sabe dar com alegria, procura só o bem do outro, vence a mesquinhez, a mesquinhez, os ressentimentos, as durezas que o homem leva no seu coração”.

Maria coloca-se aos pés de Jesus em atitude de humildade e de serviço, como fará o próprio Mestre na Última Ceia – observou ainda o Papa.

“O significado do gesto de Maria , que é resposta ao Amor infinito de Deus, difunde-se entre todos os convidados. Todo e qualquer gesto de caridade e de autêntica devoção a Cristo não permanece um facto pessoal, não diz apenas respeito à relação entre o indivíduo e o Senhor, mas abarca todo o corpo que é a Igreja, é contagioso: infunde amor, alegria, luz”.

“Ao acto de Maria se contrapõem a atitude e as palavras de Judas, que, a pretexto da ajuda a prestar aos pobres, esconde o egoísmo e a falsidade do homem fechado em si mesmo, encadeado à avidez da posse… Judas calcula naquilo em que não se pode calcular, entra com espírito mesquinho no espaço que é do amor, do dom, da doação total. E Jesus, que até àquele momento tinha permanecido em silêncio, intervém a favor do gesto de Maria… Jesus compreende que Maria intuiu o amor de Deus e indica que já se aproxima a sua “hora”, a “hora” em que o Amor encontrará a sua expressão suprema sobre o lenho da Cruz. O Filho de Deus… desce aos abismos da morte para elevar o homem às alturas de Deus…

“Toda a vida do Venerável João Paulo II decorreu sob o signo desta caridade, da capacidade de doar-se com generosidade, sem reservas, sem medida, sem cálculos. O que o movia era o amor a Cristo, ao qual tinha consagrado a vida, um amor super-abundante e incondicionado. E foi precisamente porque se aproximou cada vez mais de Deus no amor que ele pôde tornar-se companheiro de viagem para o homem de hoje, derramando no mundo o perfume do Amor de Deus”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

O Angelus do dia 28 de Março de 2010 (versão integral)

Esta tarde Bento XVI presidirá na Basílica de São Pedro a Missa no quinto aniversário da morte de João Paulo II


Na tarde desta Segunda-feira, com inicio ás 18h00, Bento XVI presidirá, na Basílica de São Pedro, a uma missa em sufrágio pelo Papa João Paulo II, no quinto aniversário do seu falecimento.

Karol Wojtyla faleceu a 2 de Abril de 2005, mas este ano a data coincide com a Sexta-Feira Santa, motivo pelo qual a Missa foi antecipada.
Durante a oração dos fiéis, está previsto que se eleve, em polaco, a seguinte súplica: “Pelo venerável Papa João Paulo II, que serviu a Igreja até o limite das suas forças, para que, do céu, interceda para infundir a esperança que se realiza plenamente participando da glória da ressurreição”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría nesta data em 1947

A Câmara Municipal de Barbastro, sua cidade natal, nomeia-o Filho predilecto. Passados anos, numa carta dirigida ao Presidente da Câmara, datada de 28 de Março de 1971, escreve: “Sou muito barbastrense e procuro ser bom filho dos meus pais. Deixe-me dizer que a minha mãe e o meu pai, embora tivessem de sair dessa terra, inculcaram em nós, com a fé e a piedade, um carinho muito grande às terras banhadas pelo Vero e pelo Cinca”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Santidade

O segredo da santidade é a amizade com Cristo e a adesão fiel à sua vontade.

Bento XVI - Discurso aos seminaristas (19.Ago.05)

(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 34, Lucerna 2006)

Os verdadeiros santos…

…são pessoas em tudo humanas e naturais, são aqueles em que o humano, mediante a transformação e a purificação pascais, vem à luz com toda a sua beleza original.

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Muitos artistas desejam retomar o diálogo com a Igreja

O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, D. Gianfranco Ravasi, assinalou que no último encontro do Papa Bento XVI com os artistas, “muitos deles nos pediram explicitamente renovar a colaboração e voltar a elaborar projectos comuns” com a Igreja.

“Acolhendo os numerosos artistas, procedentes dos diferentes continentes, percebemos claramente seu desejo e sua vontade de confrontar-se com a Igreja e com seu património espiritual, ideal e cultural, retomando o diálogo interrompido ou fragmentário da última fase histórica”, expressou o Prelado em diálogo com Gustavo Villavicencio, do jornal El Mercurio do Chile.

No diálogo, D. Ravasi assinalou que actualmente os cristãos estão menos presentes no mundo da arte, “comparado a outros momentos históricos”, devido a dois motivos fundamentais.

“Por uma parte, a Igreja, pensemos sobre tudo nos últimos dois séculos, encerrou-se às vezes em si mesma, desinteressando-se dos fenómenos culturais e das tendências que actuam intensamente nas pessoas e nas consciências; por outro lado, não faltaram, e não faltam ainda, correntes filosóficas, políticas, económicas e culturais que obstaculizam a acção da Igreja e actuam para marginá-la e privá-la de qualquer possibilidade de comunicação e intervenção nas sociedades”, indicou.

A autoridade da Santa Sé destacou a importância do decoro na arte e a liturgia e explicou que “na história da Igreja e da arte cristã encontramos duas correntes fundamentais, ambas importantes e certamente complementares: uma primeira corrente sustenta que a beleza e a riqueza das obras de arte reenvia à Beleza mesma de Deus”.

“A outra, em troca, propõe a essencialidade e a simplicidade das formas para que emirja ainda mais a absoluta beleza de Deus. Evidentemente, as duas possibilidades correspondem a sensibilidades e contextos culturais e artísticos diferentes”, finalizou.

(Fonte: ‘ACI Digital’)

Seminário de Port-au-Prince retomará a sua actividade logo após a Semana Santa

O Arcebispo de Cap-Haitien e Presidente da Conferência Episcopal Haitiana, D. Louis Kébreau, deu a conhecer que ao final da Semana Santa o Seminário Maior de Porto Príncipe retomará suas actividades interrompidas logo do terramoto que devastou o país o passado 12 de Janeiro.

Conforme explicou o Prelado em Königstein (Alemanha) aos colaboradores da organização católica internacional “Ajuda à Igreja que Sofre” (Kirche in not), “os seminaristas, procedentes de várias dioceses haitianas, e os docentes alojar-se-ão de forma provisória em tendas campanha. Este novo começo representa um sinal de esperança para este país destruído e traumatizado”.

O Arcebispo assinalou ademais que “muita gente vai aos sacerdotes em busca de consolo e ajuda, e os haitianos ainda se encontram em estado de choque pela perda do cônjuge, dos filhos ou de outros familiares. Além disso, centenas de milhares de pessoas perderam tudo”.

“Também a Igreja perdeu a muitos de seus colaboradores (religiosas, bispos e sacerdotes). Entre os mortos também estão trinta dos 260 seminaristas do Haiti”, adicionou.

Entretanto, o Prelado indicou que “pouco a pouco a normalidade se vai reinstalando, mas está claro que superar as consequências do terramoto levará ainda muito tempo: Nós apenas começámos”, disse.

Depois do terramoto de 12 de Janeiro de 2010, Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) pôs à disposição da Igreja haitiana uma ajuda de 70 mil dólares. Posteriormente, transferiram-se outros 100 mil dólares para a aquisição de medicamentos, roupa e mantimentos para os 230 futuros sacerdotes do Seminário Maior na capital.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação e edição de JPR)

CONHECER BENTO XVI - A Eucaristia, eixo da vida cristã

O cristão não pode viver sem a Eucaristia, diz Bento XVI na Exortação Apostólica "Sacramentum caritatis", que recolhe as conclusões do Sínodo dos Bispos realizado em Outubro de 2005. O Papa sublinha que a Eucaristia - alimento do homem faminto de verdade e de liberdade - deve influir em toda a vida do cristão, em todas as suas actuações públicas. E como "a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada", dedica particular atenção aos aspectos litúrgicos.
A Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, datada de 22 de Fevereiro de 2007, é o segundo documento de envergadura publicado pelo Papa, após a encíclica Deus caritas est, com a qual está intimamente relacionada, como se pode deduzir do próprio título (tirado de uma expressão de S. Tomás de Aquino). O seu fio condutor é «a Eucaristia, fonte e ápice da vida da Igreja», que justifica a multiplicidade dos temas abordados nas suas cento e trinta páginas (28.000 palavras).

Está dividida em três grandes partes: Eucaristia, mistério acreditado; Eucaristia, mistério celebrado; Eucaristia, mistério vivido.

A intrínseca unidade destes três aspectos é um dos pontos-chave do texto. O objectivo do Papa é "suscitar na Igreja um novo impulso e fervor pela Eucaristia", em continuidade com o recente magistério da Igreja e concretamente com a encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003) de João Paulo II.

Eucaristia, mistério acreditado

Um tema tão central para a vida da Igreja e dos cristãos não podia deixar de ser tratado com profundidade através dos séculos. Não eram de esperar, portanto, novidades doutrinais neste documento. A sua riqueza consiste em apresentar o património doutrinal com novo vigor e como eixo em torno do qual tudo gira. "Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos. Testemunha-o a própria história da Igreja: toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo".

A Igreja, "universal sacramento de salvação", exprime-se nos sete sacramentos, "pelos quais a graça de Deus influencia concretamente a existência dos fiéis para que toda a sua vida, redimida por Cristo, se torne culto agradável a Deus".

O Papa mostra a relação que tem cada um dos sete sacramentos com o mistério eucarístico e indica que o caminho de iniciação cristã tem como ponto de referência a possibilidade de aceder a este sacramento. Daqui deriva a necessidade de sublinhar o vínculo estreito que há entre Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Do ponto de vista pastoral, observa o Papa, é necessário verificar se a sequência na administração destes sacramentos é a adequada (efectivamente, nalguns lugares a Confirmação recebe-se em último lugar, o que poderá obscurecer a realidade de que "somos baptizados e crismados em ordem à Eucaristia").

Confissão e indulgências

No que diz respeito à confissão é muito útil para os fiéis "recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a consciência do próprio pecado e, simultaneamente, da misericórdia de Deus. Além disso, a relação entre a Eucaristia e a Reconciliação recorda-nos que o pecado nunca é uma realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre uma ferida no seio da comunhão eclesial, na qual nos encontramos inseridos pelo Baptismo".

"O Sínodo lembrou que é dever pastoral do Bispo promover na sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favorecer, entre os fiéis, a confissão frequente", a cuja administração se devem dedicar todos os sacerdotes com generosidade, empenho e competência. "A propósito, procure-se que, nas nossas igrejas, os confessionários sejam bem visíveis e expressivos do significado deste sacramento. Peço aos pastores que vigiem atentamente sobre a celebração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos".

O Papa constata a influência de "uma cultura que tende a apagar o sentido do pecado, favorecendo uma atitude superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus para se aproximar dignamente da comunhão sacramental".

Também é de grande eficácia pastoral o recurso às indulgências, com as quais se ganha "a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados, cuja culpa já foi apagada". Ajuda-nos a compreender que "não somos capazes, só com as nossas forças, de reparar o mal cometido e que os pecados de cada um causam dano a toda a comunidade". A prática das indulgências ajuda a descobrir o carácter central da Eucaristia na vida cristã, "dado que a forma própria da indulgência prevê, entre as condições requeridas, abeirar-se da Confissão e da Comunhão sacramental".

Sacerdócio e celibato

Depois de recomendar o costume do Viático, a comunhão levada aos doentes, o Papa expõe a relação da Eucaristia com a Ordem sacerdotal, condição indispensável para a celebração válida da Eucaristia. Os sacerdotes actuam na celebração litúrgica em nome de toda a Igreja; portanto, "nunca devem colocar em primeiro plano a sua pessoa nem as suas opiniões, mas Jesus Cristo".

O sentido do celibato sacerdotal ocupa um amplo espaço no documento. "Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo. Embora respeitando a prática e tradição oriental diferente, é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem em celibato, indício da grande honra em que ela tem a opção do celibato, feita por numerosos presbíteros".

O Papa diz que o ponto de referência para entender o sentido do celibato é "o facto de que o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade". Assim, pois, "não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo".

"Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade".

Os problemas de escassez de clero não podem levar a aceitar candidatos sem os requisitos necessários para a ordenação sacerdotal. "Um clero não suficientemente formado e admitido à ordenação sem o necessário discernimento dificilmente poderá oferecer um testemunho capaz de suscitar noutros o desejo de generosa correspondência à vocação de Cristo". Sobretudo, é preciso "ter a coragem de propor aos jovens o seguimento radical de Cristo, mostrando-lhes o seu encanto". E ter maior confiança na iniciativa divina, em que "Cristo continua a suscitar homens que não hesitam em abandonar qualquer outra ocupação para se dedicarem totalmente à celebração dos mistérios sagrados, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral".

Matrimónio e situações irregulares

Outro grande espaço está dedicado ao Matrimónio, à raiz antropológica e teológica da sua indissolubilidade e às situações irregulares. O Papa refere como na teologia de S. Paulo "o amor esponsal é sinal sacramental do amor de Cristo pela sua Igreja, um amor que tem o seu ponto culminante na cruz, expressão das suas 'núpcias' com a humanidade e, ao mesmo tempo, origem e centro da Eucaristia".

"O vínculo fiel, indissolúvel e exclusivo que une Cristo e a Igreja e tem expressão sacramental na Eucaristia, está de harmonia com o dado antropológico primordial segundo o qual o homem deve unir-se de modo definitivo com uma só mulher, e vice-versa". "Se a Eucaristia exprime a irreversibilidade do amor de Deus em Cristo pela sua Igreja, compreende-se por que motivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimónio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de aspirar".

O Papa qualifica de "problema pastoral espinhoso e complexo" a situação dos fiéis que, depois de terem celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. "O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir aos sacramentos os divorciados que voltaram a casar, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia".

Todavia, essas pessoas continuam a pertencer à Igreja, que as "acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida". Nos casos em que surgirem dúvidas legítimas sobre a validade do Matrimónio, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o seu fundamento. Nestas situações é preciso evitar que a preocupação pastoral seja vista em contraposição ao direito. "Deve-se partir do pressuposto que o ponto fundamental de encontro entre direito e pastoral é o amor pela verdade". Por isto, quando não se reconhece a nulidade do vínculo matrimonial e se verificam as condições objectivas que tornam realmente irreversível a convivência, "a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial. Para que tal caminho se torne possível e dê frutos, deve ser apoiado pela ajuda dos pastores e por adequadas iniciativas eclesiais, evitando, em todo o caso, abençoar estas relações para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do matrimónio".

Mistério celebrado

A segunda parte do documento está dedicada à celebração da Eucaristia. Destaca o sentido da liturgia e da sua beleza, revê as partes da Missa e propõe a redescoberta da adoração eucarística. Neste percurso não faltam indicações concretas sobre alguns aspectos pontuais. Uma ideia de fundo, presente em todo o texto, é que a renovação litúrgica querida pelo II Concílio do Vaticano, deve ser lida em continuidade com a tradição litúrgica da Igreja, isto é, "dentro da unidade que caracteriza o desenvolvimento histórico do próprio rito, sem introduzir artificiosas rupturas".

A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar no valor teológico e litúrgico da beleza, vista não como mero esteticismo. "A beleza não é um factor decorativo da acção litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza". Visto que a liturgia eucarística é essencialmente acção de Deus, que nos envolve em Jesus por meio do Espírito, "o seu fundamento não está à mercê do nosso arbítrio e não pode suportar a chantagem das modas passageiras".

"Durante os trabalhos sinodais, foi várias vezes recomendada a necessidade de superar toda e qualquer separação entre a ars celebrandi, isto é, a arte de celebrar rectamente) e a participação plena, activa e frutuosa de todos os fiéis: com efeito, o primeiro modo de favorecer a participação do povo de Deus no rito sagrado é a condigna celebração do mesmo".

Gosto pela beleza

Da profunda ligação entre beleza e liturgia passa à consideração da importância de todas as expressões artísticas colocadas ao serviço da celebração: a arquitectura dos templos, a arte sacra, os paramentos e a decoração. O Papa diz que é necessário que em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza que fomente o assombro pelo mistério de Deus, manifeste a unidade da fé e reforce a devoção.

Ocupa lugar de destaque o canto litúrgico, que "deve integrar-se na forma própria da celebração". Neste sentido, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de géneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia". E embora tendo em conta as diferentes tendências e tradições, "desejo - como foi pedido pelos padres sinodais - que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana".

Nesse contexto, o Papa recomenda - em sintonia com as directrizes do II Concílio do Vaticano - o uso da língua latina, especialmente nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais. "A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se descure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia".

O ponto de referência para entender o sentido do celibato é o facto de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade".

Viver segundo o domingo

A relação da Eucaristia com a vida quotidiana do cristão é o tema da terceira parte do documento. "O culto a Deus na existência humana não pode ser relegado para um momento particular e privado, mas tende, por sua natureza, a permear cada aspecto da realidade do indivíduo. Assim, o culto agradável a Deus torna-se uma nova maneira de viver todas as circunstâncias da existência, na qual cada particular fica exaltado porque vivido dentro do relacionamento com Cristo e como oferta a Deus".

Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".

Trata-se de «viver segundo o domingo», em frase de Santo Inácio de Antioquia. Portanto, um primeiro passo será a prática do preceito dominical e a recuperação do sentido do domingo, que em si mesmo merece ser santificado para que não acabe por ficar um dia «vazio de Deus»". "É no dia consagrado a Deus que o ser humano compreende o sentido da sua existência e também do trabalho".

O Papa salienta que os padres sinodais afirmaram que "os fiéis cristãos precisam de uma compreensão mais profunda das relações entre a Eucaristia e a vida quotidiana. A espiritualidade eucarística não é apenas participação na Missa e devoção ao Santíssimo Sacramento; mas abraça a vida inteira".

Com efeito, acrescenta o Papa, "hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos. Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito»".

Coerência eucarística

Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".

Esta "coerência eucarística" exige também o testemunho público da própria fé. "Evidentemente isto vale para todos os baptizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio, entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Estes são valores não negociáveis. Por isso, cientes da sua grave responsabilidade social, os políticos e os legisladores católicos devem sentir-se particularmente interpelados pela sua consciência rectamente formada a apresentar e apoiar leis inspiradas nos valores impressos na natureza humana".

O Papa conclui recordando o exemplo dos primeiros cristãos, quando o culto cristão era ainda proibido. "Alguns cristãos do Norte de África, que se sentiam obrigados a celebrar o dia do Senhor, desafiaram tal proibição. Foram martirizados enquanto declaravam que não lhes era possível viver sem a Eucaristia, alimento do Senhor: «Sine dominico non possumos (...)» Também nós não podemos viver sem participar no sacramento da nossa salvação e desejamos ser iuxta dominicam viventes, isto é, traduzir na vida o que celebramos no dia do Senhor".

In Aceprensa, 32/07, na versão impressa

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Temas para reflexão

Se ainda não a fizemos estamos muito a tempo da Confissão Quaresmal. Normalmente, nos três primeiros dias desta semana as Paróquias dispõem de Sacerdotes suficientes para nos atenderem. Não teremos nenhuma desculpa.
Custa!
Talvez, sim, mas o bem que se alcança vale bem o esforço que fizermos para concretizar essa obrigação de cristãos.
(AMA, comentário sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.21)

Meditação:

Jesus que muito pouco tem de Seu, - talvez a túnica que veste e as sandálias que calça - muito menos ouro ou prata, vê-se envolvido, sem querer em questões que têm a ver com dinheiro: para dar uma resposta, lapidar, sobre a justiça pede um denário (a César o que é de César a Deus o que é de Deus), manda Pedro à pesca para, da boca de um peixe, tirar um estáter para pagar o imposto dos dois, recusa-se a arbitrar sobre uma herança, e, agora, há uma falsa questão sobre uma despesa considerada excessiva. Falsa questão, sim, como Ele próprio declara a Judas que, não obstante, acabará por vender o Mestre exactamente pela mesma importância sobre a qual agora reclama. È verdade… o Dono e Senhor do universo é trocado pelo preço de um frasco de perfume!
Em tão pouca conta tinhas a vida do teu Mestre, Judas, que não foste ao menos, capaz de regatear o preço pelo qual O vendias?
E eu, quantas vezes, miseravelmente, não O troco pela ninharia de um prazer fugaz e efémero, por uma outra coisa qualquer que o único sinal que deixa é o travo amargo da cedência, do pouca coisa que sou; quantas vezes? (AMA, meditação sobre Jo 12, 1-11 2009.04.06)

Via-Sacra:

Sempre a Paixão do Senhor me trouxe ao coração sentimentos mistos de tristeza e alegria profundas.
Tristeza não pela Paixão propriamente dita, não obstante a sua crueza e trágica realidade, mas pela maldade e indiferença dos homens, minhas também, perante tal magnifico gesto de suprema amizade: dar a vida pelos seus amigos.
Alegria ao realizar a importância concreta que, aos olhos de Deus, teve e tem a humanidade, onde me incluo, para merecer tal sacrifício.
A Via-sacra recorda-me esta realidade: O preço que Jesus pagou para que eu possa ser feliz aqui e na Vida Eterna. A sua devoção ajuda-me a compenetrar-me disso e a manter vivos no meu coração os desejos, afectos e inspirações para me esforçar por viver como O Senhor querem. Tempo de drama e de angústia, a Paixão do Senhor; mas tempo de esperança e alegria também.
Que nesta Quaresma eu me encontre verdadeiramente com Jesus. Que a meditação da Sua Paixão e Morte inculquem no meu coração firmes propósitos de melhorar a minha vida em todos os aspectos, mas, principalmente, na devoção verdadeira, no amor entranhado, na luta constante, no repúdio por tudo aquilo que me possa afastar do caminho da salvação Eterna. Que estas cenas que procurarei viver intensamente, movam a minha vontade de forma irrevogável, em me afastar de todas as ocasiões de pecado. (AMA, Porto, Quaresma de 1987)

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia:

Guilherme Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino depois cisterciense
Orações para meditar, n°5 (a partir da trad. O.E.I.L. 1985, p. 84 em Bourguet, L'Évangile médité, p. 198 rev.)

«A casa encheu-se com a fragrância do perfume»

Desde a minha infância, não parei de pecar, e Tu não cessaste de me fazer bem. [...] Contudo, Senhor, que o Teu julgamento se transforme em misericórdia. Toma a ocasião do pecado para condenar o pecado. [...] Que o meu coração seja digno do fogo do Teu perfeito amor, que o Seu calor intenso faça sair de mim e consuma todo o veneno do pecado! Que ponha a nu e afogue nas lágrimas dos meus olhos toda a infecção da minha consciência. Que a Tua cruz crucifique tudo o que a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida corromperam devido à minha longa negligência.

Senhor, quem o desejar pode ouvir-me e desprezar a minha confissão: que me olhe prostrado como a pecadora aos pés da Tua misericórdia, banhando-os com as lágrimas do meu coração, vertendo sobre eles o perfume de uma terna devoção (Lc 7, 38). Que todos os meus recursos, por mais pobres que sejam, de corpo e alma, sejam usados para comprar este perfume que Te agrada. Espalhá-lo-ei sobre a Tua cabeça, sobre Ti cuja cabeça é Deus; e sobre os Teus pés, sobre Ti cuja ponta é a nossa natureza fraca. Ainda que o fariseu murmure, Tu, meu Deus, tem piedade de mim! Ainda que o ladrão aperte os cordões da bolsa rangendo os dentes, desde que eu Te agrade, pouco me importa incomodar seja quem for.

Ó amor do meu coração, que em cada dia eu verta sem parar este perfume, porque espalhando-o sobre Ti, espalho-o também sobre mim. [...] Concede-me o dom de Te entregar lealmente tudo o que tenho, tudo o que sei, tudo o que sou, tudo o que posso! Que fique sem nada! Estou aos pés da Tua misericórdia, aonde permanecerei, aonde chorarei, até que me faças escutar a Tua suave voz, o julgamento da Tua boca, a sentença da Tua e da minha justiça: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou» (Lc 7, 47).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 29 de Março de 2010

São João 12,1-11

1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde se encontrava Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado.2 Ofereceram-Lhe lá uma ceia. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Ele.3 Então, Maria tomou uma libra de perfume feito de nardo puro de grande preço, ungiu os pés de Jesus e Os enxugou com os seus cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume.4 Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, aquele que O havia de entregar, disse:5 «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários para se dar aos pobres?».6 Disse isto, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, roubava o que nela se deitava.7 Mas Jesus respondeu: «Deixa-a; ela reservou este perfume para o dia da Minha sepultura;8 porque pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me tereis».9 Uma grande multidão de judeus soube que Jesus estava ali e foi lá, não somente por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem Ele tinha ressuscitado dos mortos.10 Os príncipes dos sacerdotes deliberaram então matar também Lázaro,11 porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.