Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 30 de março de 2010

Entrevista concedida por Mons. Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias a Paolo Rodari, de ‘Il Riformista’

(Páscoa de 2008)

«A primeiríssima reacção foi de enorme surpresa e grande receio. Depois, vivi com algum nervosismo as vésperas da assunção do cargo, ao mesmo tempo que sentia imenso o distanciamento da minha diocese e da minha cidade, da minha irmã e da família, dos amigos, dos ambientes em que exerci, de modo particular, o meu sacerdócio: a cúria, o seminário, a catedral.
Simultaneamente, porém, senti-me muito honrado por ter sido chamado pelo Santo Padre a desempenhar o cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias. Senti imediatamente que a possibilidade que me era dada de estar junto do Santo Padre era uma verdadeira graça para o meu sacerdócio.»

É assim que Monsenhor Guido Marino, genovês de 42 anos, descreve a Il Riformista a sua chegada, em Outubro passado, ao Vaticano, para assumir o cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, uma nomeação que lhe permite trabalhar muito de perto com o Santo Padre.

«Aquilo de que me apercebi no início do meu novo encargo foi claramente confirmado de todas as vezes que tive a graça de me encontrar com o Santo Padre. Estes encontros foram sempre e continuam a ser para mim motivos de grande alegria e de grande emoção. Nunca me teria passado pela cabeça, a mim, leitor atento e apreciador do Cardeal Ratzinger, que teria um dia a graça de estar tão perto dele como estou actualmente.

E depois, a par da profunda veneração que a figura do Papa suscita em mim, vivo a experiência do seu relacionamento humano sereno, fino e delicado, que me enche o coração de alegria e me convida a gastar-me com todas as minhas energias, colaborando com generosidade, humildade e fidelidade na aplicação do seu magistério ao âmbito litúrgico, no domínio das minhas competências.»

O cargo de Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias é um cargo importante porque, se é certo que lex orandi lex credendi (a Igreja crê naquilo que prega), dirigir as cerimónias papais com rigor e fidelidade às normas é dar um contributo para a fé de toda a Igreja.

«A liturgia da Igreja», explica Monsenhor Marini, «com as suas palavras, os seus gestos, silêncios e cânticos, leva-nos a viver, com singular eficácia, os diversos momentos da história da salvação, de tal modo que sejamos verdadeiramente participantes deles e nos transformemos cada vez mais em discípulos autênticos do Senhor, percorrendo de novo, com a nossa vida, os passos Daquele que morreu e ressuscitou para nossa salvação. A celebração litúrgica, quando é realmente participada, induz esta transformação, que é a história da santidade.»

Contributo importante para esta «transformação» poderá ser a recolocação, nas cerimónias papais, da cruz a meio do altar, como resíduo da antiga «orientação para Oriente» das igrejas, da sua orientação para o sol nascente, para Aquele que vem.

«A posição da cruz no centro do altar», refere Monsenhor Marini, «indica a centralidade do crucifixo nas celebrações eucarísticas e a precisa orientação interior que toda a assembleia é convidada a ter durante a liturgia eucarística: cada um olha, não para si, mas para Aquele que nasceu, morreu e ressuscitou por nós, para o Salvador.

É do Senhor que vem a salvação, Ele é o Oriente, o Sol nascente para onde todos devemos voltar o nosso olhar, de Quem todos devemos acolher o dom da graça.

A questão da orientação litúrgica nas celebrações eucarísticas, e a forma também prática que ela assume, tem enorme importância, porque veicula um dado fundamental, simultaneamente teológico, antropológico, eclesiológico e inerente à espiritualidade pessoal.»

O reposicionamento da cruz salienta que as praxes litúrgicas do passado devem continuar vivas.
«A liturgia da Igreja», observa Monsenhor Marini, «como aliás toda a sua vida, assenta na continuidade; eu diria que há um desenvolvimento na continuidade. O que significa que a Igreja procede no seu caminhar histórico, sem perder de vista as suas raízes e a sua tradição viva, circunstância que poderá exigir, em determinados casos, a recuperação de elementos, preciosos e importantes, que foram sendo abandonados, esquecidos pelo caminho, cujo significado autêntico o decurso do tempo tornou menos luminoso. Quanto tal acontece, não se dá um regresso ao passado no domínio litúrgico, mas um verdadeiro progresso, um progresso iluminado.»

E, neste progresso, não se pode deixar de mencionar o Motu proprio Summorum Pontificum: «Uma reflexão atenta no Motu proprio, tal como na carta de apresentação do mesmo dirigida pelo Papa aos bispos de todo o mundo, faz ressaltar uma dupla intenção. Antes de mais, a de promover uma “reconciliação no seio da Igreja” e, neste sentido, e como já foi dito, o Motu proprio é um belíssimo acto de amor à unidade da Igreja. Em segundo lugar, e este é um dado que não pode ser esquecido, a intenção de favorecer um enriquecimento recíproco entre as duas formas do Rito Romano, de tal maneira, por exemplo, que nas celebrações segundo o Missal de Paulo VI (a forma ordinária do Rito Romano) “possa manifestar-se, de maneira mais intensa do que até ao presente, a sacralidade que atrai muitos ao uso antigo”.»

Estes são dias importantes para a Igreja. Dias em que a Igreja revive a paixão, morte e ressurreição do Senhor. Dias de um tempo litúrgico importante para os fiéis, a Quaresma, a Semana Santa e por fim a Páscoa.

«A Quaresma», salienta o entrevistado, «é um tempo de sincera conversão, num clima espiritual de austeridade. Uma austeridade que não é um fim em si mesma, mas que visa facilitar a recuperação daquilo que é realmente essencial à vida humana. E o essencial é, acima de tudo, Deus. É por isso que a Quaresma é um tempo privilegiado de regresso a Deus de todo o coração, através da tríplice via da oração, do jejum e da esmola, como nos recorda a página evangélica da Quarta-Feira de Cinzas. É o tempo em que somos chamados a reviver interiormente, num arco de quarenta dias, a experiência do antigo povo de Deus peregrino no deserto, e a experiência das tentações por que Jesus passou.

No fundo, ambas as experiências nos conduzem a uma luta destinada a encontrar a Deus e a permanecer em íntima comunhão com Ele, a preservar o primado da Sua vontade na nossa vida, a não permitir que outra coisa que não Ele tenha a capacidade de nos absorver o coração.

Com a Páscoa, abrem-se novos cenários de espiritualidade, coroados de alegria exultante, de vida sobreabundante, de esperança luminosa; porque, com Cristo Ressuscitado, a morte foi vencida, o pecado e o mal deixaram de ter a última palavra na vida do homem, a feliz eternidade é uma perspectiva real, a vida tem sentido, descobre-se que a Verdade do rosto de Deus é o amor misericordioso que não tem fim.»

(Agradecimento: ‘É o Carteiro!’ )

Bento XVI em Fátima – pagela editada pela Diocese de Leiria-Fátima com oração alusiva

Santuário de Nossa Senhora das Dores em Kibeho

El cardenal de Lima, monseñor Cipriani: "Si quieren hacer daño a la Iglesia nos uniremos más en la oración y en la transparencia"

"Quisiera elevar una oración por el Papa, objeto de campaña de maltrato de la prensa, especialmente europea, frente a una vida de compromiso con la verdad y lealtad con la verdad, en este tema de abusos sexuales". Así se manifestó ayer el Cardenal Arzobispo de Lima, S.E.R Juan Luis Cipriani, en su programa radial «Dialogo de Fe», que transmite Radio Programas del Perú. El cardenal se refirió también a la necesidad imperiosa de defender el derecho a la vida.

El cardenal primado del Perú aseguró que ante "una campaña sistemática por dañar al Santo Padre, su actitud siempre ha sido de una coherencia y veracidad y total compromiso con la verdad y siempre ha sido muy claro en decir estos delitos deben ser juzgados por el fuero civil cuando estos lo ameritan".

"Si quieren hacer mucho daño a la Iglesia", dijo el prelado, "nos uniremos más en la oración y en la transparencia".

En el mismo programa, el arzobispo limeño aseguró que "la base de todos los derechos humanos es la vida. Si no hay vida, no hay humano, entonces no hay derechos del ser humano, entonces no hay vida. La vida en su expresión más íntima surge en el inicio, cuando esa criatura no tiene ninguna posibilidad de defensa personal y toda se la tenemos que dar nosotros".

"Por lo tanto", sentenció el cardenal, "el derecho esencial de todos los derechos humanos es el derecho a la vida del niño por nacer".

(Fonte: http://www.analisisdigital.com/Noticias/Noticia.asp?id=46911&idNodo=-3)

Agradecimento: ‘Infovitae’

Os seres humanos enquanto terra fecunda para a palavra de Deus

«… pode mesmo dizer-se que no Evangelho apenas se expõe como os seres humanos se podem tornar terra fecunda para a palavra de Deus. E podem-no na medida em que, por assim dizer, apresentam os elementos orgânicos nos quais a vida pode crescer e amadurecer. Fazem-no na medida em que eles próprios vivem a partir desse meio orgânico, deixando-se invadir por essa palavra e tornando-se eles próprios palavra, transferindo a sua vida para a oração e, assim, para Deus».

(Joseph Ratzinger in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

Gerar Cristo

O Senhor encontra uma morada na nossa alma e na nossa vida. Mas não devemos trazê-l'O só no coração, devemos levá-l'O ao mundo de tal maneira que também nós possamos, no nosso tempo, gerar Cristo.

Bento XVI - Catequese da audiência geral (15.Fev.06)
(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, nº 143, Lucerna 2006)

S. Josemaría nesta data em 1925




Às 10.30 da manhã celebra a sua primeira Missa na capela da Virgem do Pilar, em Saragoça (Espanha), em sufrágio pela alma de seu pai, falecido havia poucos meses: “Na Santa capela, perante uma mão-cheia de pessoas, celebrei sem dar nas vistas a minha Missa Nova”. É a Segunda-feira anterior à Semana Santa desse ano.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Lamentações de Jeremias

É poderosa a misericórdia do Senhor

«São mais do que podíamos esperar [os semeadores de confusão], e onde não são combatidos seduzem outros e engrossa-se a seita, de modo que não sei onde vão a terminar. Eu prefiro curá-los dentro do organismo da Igreja antes que amputá-los desse organismo como membros incuráveis, a não ser que urja a necessidade; porque também há que temer que por perdoar o apodrecido apodreçam muitos outros, contudo é poderosa a misericórdia do Senhor e pode livrá-los dessa peste»

(Epístola 137, 23,22 - Santo Agostinho)

A tempestade que se aproxima

(…) Mas é importante recordar que estes escândalos se referem a crimes cometidos há várias décadas. Ora, os candidatos a Woodwards e Bernsteins [os dois jornalistas americanos que revelaram o escândalo Watergate] estão a desviar as atenções de uma crise que está a decorrer hoje, uma crise de que os media estão a desviar-nos as atenções (…), uma crise em que eles próprios desempenham um papel activo.

A Chanceler alemã, Angela Merkel percebeu muito bem o que se estava a passar, quando declarou que o abuso de menores era «um crime desprezível», mas se recusou a considerar que a Igreja Católica era a única instituição que devia ser objecto de críticas.
«Não simplifiquemos demasiado as coisas», disse Angela Merkel. «Podemos considerar a necessidade de alterar estatutos, podemos dar indemnizações, mas a questão principal é que estamos perante um grande desafio para toda a sociedade.»

O grande furo jornalístico, a história de que ninguém fala, é que estamos a viver em negação de um sistemático, abrangente e deliberado processo de promoção de uma sexualidade descontrolada. É como se o serviço nacional de saúde tivesse substituído os cirurgiões por bruxas e praticantes de reiki; ou como se o ministério da defesa estivesse a deixar enferrujar os tanques. Alguns dos princípios fundamentais de uma sociedade civilizada, como a contenção sexual, a fidelidade matrimonial, a promoção da família, estão a ser activamente postos em causa. E a espantosa lista de políticos apanhados com as calças na mão (literalmente), o tsunami de pornografia e de actividade sexual entre adolescentes, são campainhas de alarme acerca das consequências resultantes da criação de uma cultura hiper-sexualizada.

Basta pensar no anúncio feito recentemente por uma empresa australiana, de que tinha vendido ao gigante farmacêutico Ely Lilly, por 335 milhões de dólares, os direitos de comercialização de um desodorizante de testosterona que tem como finalidade fazer aumentar o impulso sexual masculino.

Ou na recente notícia de que a Federação Internacional de Planeamento Familiar presenteou as escuteiras com um atractivo panfleto em que as incitava a «terem relações sexuais de muitas maneiras, e com parceiros diversos».

Ou no facto de o governo do Reino Unidos ter decidido alargar a educação sexual a crianças de cinco anos.

Se estas ideias tivessem sido propostas por um sacerdote, haveria imediatamente quem dissesse que se tratava de um predador. E de facto trata-se de ideias predadoras, que querem atacar a sociedade, com vista ao lucro. Que sociedade estamos nós a criar, quando incitamos as crianças a tratar o sexo como se fosse um passatempo e os homens a permanecerem num estado de permanente excitação? O sexo não é um brinquedo. Na ausência de padrões morais muito claros, o sexo é uma paixão natural que facilmente se transforma num vício antinatural. Alguém acredita que, dentro de trinta anos, haverá menos abusos sexuais, quando as crianças aprendem a masturbar-se nas aulas?

De todas as instituições sociais, dá a impressão de que a Igreja é a única que se apercebe de que se prepara uma crise, pela qual vamos pagar caro nos anos que se seguem. Como Bento XVI dizia aos bispos americanos:

As crianças merecem crescer com uma visão saudável da sexualidade e do lugar que ela ocupa nas relações humanas, e devem ser poupadas às manifestações degradantes e à crua manipulação da sexualidade que é hoje dominante. Têm o direito de ser educadas em valores morais autênticos, enraizados na dignidade da pessoa humana. [...] Que sentido tem falar de protecção de menores, quando a pornografia e a violência estão presentes em tantas casas de família, por via de media hoje totalmente disponíveis?

Michael Cook é o editor de www.mercatornet.com

Aceprensa

(Excertos, selecção da responsabilidade de JPR)

Bispo de Beja fala em «lobbies dos poderes anti-Igreja»

D. António Vitalino considera que as celebrações pascais deste ano e a visita de Bento XVI a Portugal não podem passar ao lado das notícias que têm posto em causa as opções do Papa e o comportamento de alguns padres.

“Os lobbies dos poderes anti-Igreja, que não aceitam a verdade da fé cristã, que o sucessor de Pedro, a tempo e a contratempo, continua a proclamar, montaram uma campanha, que tem como objectivo denegrir e derrubar o actual Papa (…) desde a sua eleição em 2005”, escreve o bispo de Beja na mensagem pascal.

Para o prelado, “os católicos portugueses devem preparar-se para acolher com alegria a visita de Sua Santidade, (…) abafando as vozes discordantes e contestatárias com a oração, o canto e a festa”.

Em Ano Sacerdotal, o documento assinala que “a comunicação social tem posto na praça pública muitos podres, mesmo de pessoas chamadas para o serviço na Igreja, e também muitos sofrimentos de crianças inocentes”, acontecimentos que para o prelado têm de ser “um motivo acrescido para a celebração da Páscoa”.

Este tempo litúrgico, diz o texto, realça “a certeza de que não estamos condenados a viver no pecado e no fracasso, mas que Deus vem em auxílio da nossa fraqueza, nos liberta e nos salva”.

Depois de sublinhar que o serviço realizado pelos padres “tem sido espezinhado na praça pública pela infidelidade de alguns e pela calúnia e clima de suspeição reinante”, o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana salienta que “a inveja não tolera o diferente” nem “o esforço de alguns em ser santos e ajudar a que outros também o sejam”.

Referindo-se às celebrações anuais da Páscoa, o prelado questiona se não se tornaram numa “rotina” ou se delas “brota alguma força de transformação e aperfeiçoamento das nossas vidas”.

“O nosso combate à pobreza e à exclusão social precisam desta energia espiritual e anímica, que brota da Páscoa de Cristo e da sua celebração na vida da Igreja e dos cristãos”, conclui o bispo de Beja.

(Fonte: site Agência Ecclesia)

Nota de JPR:

Tenho o grato prazer de conhecer pessoalmente D. António Vitalino Dantas, tendo-o como uma pessoa profundamente humilde e com um passado pastoral junto das comunidades de emigrantes portugueses na Alemanha credor da maior admiração, pelo que quando afirma “montaram uma campanha, que tem como objectivo denegrir e derrubar o actual Papa” sei que o faz, não para se pôr em bico dos pés, mas porque disso está firmemente convicto. Aliás, há muito, que todos sabemos que assim é, pena é que poucos tenham a coragem de o dizer claramente.

Não nos deixemos intimidar, como ainda no Domingo o Santo Padre no-lo expressou na primeira pessoa, e sempre com os olhos postos em Jesus Cristo Nosso Senhor peguemos na sua corda e caminhemos em unidade com Ele, com a Santa Madre Igreja e o Papa.

Um Sacerdote que “descobriu” Deus trabalhando num aeroporto e mais tarde na sua Paróquia (vídeo em espanhol)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Temas para reflexão

Aproxima-se a passos largos o culminar desta Quaresma. Desde o seu início que temos vindo a considerar a Confissão Sacramental. Uma Confissão serena e completa, com o firme propósito de satisfazer as dívidas que possamos ter com o Senhor. O Sacerdote irá absolver-nos e despedir-nos em paz e, essa paz, encherá o nosso coração e dará novo impulso à nossa vida.
(AMA, meditação sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.25)

Meditação:

Pergunto-me, muitas vezes, se Judas seria absolutamente necessário à história da Redenção. Esta figura sinistra de traidor, este homem estranho, credor de uma confiança sem limites por parte do Salvador, que terá sido, provavelmente, um dos setenta e dois que o Mestre enviou a pregar o reino de Deus, que talvez tenha feito milagres e operado portentos sobrenaturais, este homem encarnou uma personalidade que ficou para a história como o sinónimo da traição mais abjecta e soes.
A “venda” de Jesus por umas trinta moedas de prata.
É como que uma mancha indelével no final da vida terrena de Jesus Cristo, sobretudo porque, contrasta de forma tão flagrante com os outros discípulos mais próximos do Mestre.
Eles eram homens simples, com pouca cultura e pouca fé; um até jurou que O não conhecia; outros, quase todos, fugiram espavoridos na hora da provação. Mas todos regressam, voltam a reunir-se, encontram-se com Maria e, depois, com o próprio Cristo Ressuscitado.
São – foram – as colunas da Igreja que o Salvador fundou para a eternidade.
Ele, Judas, não! Arrependeu-se também, sem dúvida, mas o arrependimento quando não se confessa a culpa e se não pede perdão ao ofendido, para nada serve.
Confessar a culpa a um Deus misericordioso e compassivo que perdoa sempre, é encontrar a salvação; guardar o arrependimento dentro de si próprio, por muito profundo e sentido que seja, leva à perdição.
Por isso, penso, que de facto Judas é necessário nesta grandiosa história da salvação humana. Aprendemos, assim, que o perdão só nos pode vir da própria pessoa de Cristo, dele, que é o Caminho que vale a pena andar, a Verdade que interessa conhecer e a Vida que nos convém viver. (AMA, comentário sobre Jo 13, 21-33; 36-38, 2009.04.07)

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, 62, 63 (a partir da trad. En Calcat rev.)

«Molhando um bocado de pão, deu-o a Judas»

Quando o Senhor, Pão da Vida (Jo 6, 35), deu pão a este homem morto e marcado, entregando a quem traía o pão vivo, disse-lhe: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Não ordenava o crime; descobria o mal em Judas, e anunciava-nos o nosso bem. O facto de Cristo ser entregue não terá sido o pior para Judas e o melhor para nós? Por conseguinte, Judas prejudica-se, beneficiando-nos sem o saber.

«O que tens a fazer, fá-lo depressa.» Palavras de um homem que está pronto, não de um homem irritado. Palavras que não anunciam a punição de quem trai, mas a recompensa do Redentor, Daquele que resgata. Ao dizer: «O que tens a fazer, fá-lo depressa», Cristo, mais que condenar o crime de infidelidade, procura apressar a salvação dos crentes. «Foi entregue por causa das nossas faltas; como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela» (Rom 4, 25; Ef 5, 25). É isso que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gal 2, 20). De facto, ninguém entregava Cristo se Ele mesmo não Se tivesse entregado. [...] Quando Judas O trai, é Cristo que Se entrega; um negocia a sua venda, o Outro o nosso resgate. «O que tens a fazer, fá-lo depressa»: não que tenhas poder para tal, mas porque é a vontade Daquele que pode tudo. [...]

«Tendo tomado o bocado de pão, saiu logo. Fazia-se noite». E aquele que saía era a noite. Então, quando a noite saiu, Jesus disse: «Agora o Filho do Homem foi glorificado!» «Um dia passa ao outro esta mensagem» (Sl 18, 3), ou seja, Cristo confiou-Se aos Seus discípulos para que O escutassem e O seguissem no amor. [...] Algo de semelhante acontecerá quando este mundo, vencido por Cristo, acabar. Então, o joio deixará de se misturar com o trigo, «então, os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai» (Mt 13, 43).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de Março de 2010

São João 13,21-33.36-38

21 Tendo Jesus dito estas coisas, perturbou-Se em Seu espírito e declarou abertamente: «Em verdade, em verdade vos digo que um de vós Me há-de entregar».22 Olhavam, pois, os discípulos uns para os outros, não sabendo de quem falava.23 Ora um dos Seus discípulos, aquele que Jesus amava, estava recostado sobre o peito de Jesus.24 A este, Simão Pedro fez sinal, para lhe dizer: «De quem fala Ele?».25 Aquele discípulo, pois, tendo-se reclinado sobre o peito de Jesus, disse-Lhe: «Quem é, Senhor?».26 Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado que vou molhar». Molhando, pois, o bocado, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.27 Atrás do bocado, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe então: «O que tens a fazer, fá-lo depressa».28 Nenhum, porém, dos que estavam à mesa percebeu por que lhe dizia isto.29 Alguns, como Judas era o que tinha a bolsa, julgavam que Jesus lhe dissera: «Compra as coisas que nos são precisas para o dia da festa», ou: «Dá alguma coisa aos pobres».30 Ele, pois, tendo recebido o bocado, saiu imediatamente; era noite.31 Depois que ele saiu, Jesus disse: «Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado n'Ele.32 Se Deus foi glorificado n'Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo; e glorificá-l'O-á sem demora.33 Filhinhos, já pouco tempo estou convosco. Buscar-Me-eis, mas, assim como disse aos judeus: Para onde Eu vou, vós não podeis vir, também vos digo agora. 36 Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, para onde vais?». Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, não podes tu agora seguir-Me, mas seguir-Me-ás mais tarde».37 Pedro disse-lhe: «Porque não posso eu seguir-Te agora? Darei a minha vida por Ti».38 Jesus respondeu-lhe: «Darás a tua vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo sem que Me tenhas negado três vezes.