Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Boa noite!

Nesta hora de Deus, a da tua passagem por este mundo, decide-te a sério a realizar alguma coisa que valha a pena. O tempo urge, e é tão nobre, tão heróica, tão gloriosa a missão do homem e da mulher sobre a Terra quando abrasa no fogo de Cristo os corações murchos e apodrecidos!

Vale a pena levar aos outros a paz e a felicidade de uma corajosa e alegre cruzada!
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 613)

Umas vezes deixas explodir o teu mau génio, que em mais de uma ocasião aflora com uma dureza disparatada. Outras, não preparas o teu coração e a tua cabeça para servirem de aposento confortável à Santíssima Trindade... E acabas sempre por ficar um tanto afastado de Jesus, que conheces pouco.

Assim nunca terás vida interior..
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 651)

Remédio para tudo: santidade pessoal! Por isso, os Santos estavam cheios de paz, de fortaleza, de alegria, de segurança.
(São Josemaría Escrivá - Sulco, 653)

Mozart, Sonata KV448 - Martha Argerich e Gabriele Baldocci

Presidente da Pontifícia Academia para a Vida questiona Nobel da medicina pela fertilização ‘in vitro’

Sem Edwards não existiria "mercado de embriões humanos", adverte

Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, D. Ignacio Carrasco de Paula, advertiu ontem que a concessão do prémio Nobel de medicina a Robert Edwards pelas suas investigações na fertilização in vitro fomenta o "mercado" de embriões humanos que esperam ser colocados num útero, serem usados em investigações e inclusive "morrerem abandonados e esquecidos por todos".

Numa declaração na qual respondeu aos jornalistas divulgada pela Rádio Vaticano, o Prelado comentou que havia outras opções para este Nobel como "McCullock e Till, descobridores das células estaminais, ou inclusive Yamanaka, o primeiro em criar uma célula pluripotente induzida" a partir das células de ratos.

A eleição de Edwards, assinala, "não parece completamente fora de lugar, por uma parte, está dentro da lógica do comité que atribui o Nobel, e por outra o cientista britânico não é alguém a quem se menospreze: inaugurou um capítulo novo e importante no campo da reprodução humana, cujos resultados estão à vista de todos, começando por Louis Brown, a primeira menina nascida por fertilização in Vitro, que agora tem uns trinta anos e ela mesma é mãe – de modo perfeitamente natural – de um menino".

Entretanto, explica D. Carrasco, são muitas as razões que geram perplexidade. "Sem Edwards não haveria mercado de óvulos, sem Edwards não haveria congeladores cheios de embriões à espera de ser transferidos para um útero, ou mais provavelmente esperando ser usados em investigações ou talvez esperando morrer abandonados e esquecidos por todos".

"Acredito que Edwards inaugurou uma casa mas abriu a porta equivocada do momento em que pôs tudo na fecundação in vitro e consentiu implicitamente o recurso à doação e a compra-venda que envolve seres humanos", continuou.

Finalmente o Presidente da Pontifícia Academia para a Vida disse que "com isto não se modificou nem o quadro patológico nem o quadro epidemiológico da infertilidade. A solução a este grave problema virá por outro caminho menos custoso e agora já em avançado processo de construção. É necessário ser pacientes e confiar em nossos investigadores e médicos".

A Fertilização In Vitro atenta contra a dignidade humana

Por sua parte a Federação Internacional de Associações de Médicos Católicos (FIAMC) divulgou uma declaração na que expressam sua surpresa pela concessão do Nobel de medicina a Edwards e explicaram que "como católicos acreditam na absoluta dignidade da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus. A dignidade existe desde o primeiro momento da concepção de um ser humano e fica com ele até a morte natural".

Os membros da FIAMC assinalam que "apesar de que a fertilização in vitro tenha trazido alegria a muitos casais que conceberam através deste procedimento, isto foi feito com um custo enorme. Esse custo é a debilitação da dignidade da pessoa humana. Muitos milhões de embriões foram criados e eliminados nestes procedimentos".

"Não só estes seres humanos foram criados como animais experimentais destinados à destruição, especialmente nas primeiras etapas, mas este uso levou a uma cultura na que (os embriões) são vistos como bens, em vez do que são: preciosos indivíduos humanos", prosseguem.

Seguidamente expressam que como médicos católicos "reconhecemos a dor que a infertilidade traz para um casal, mas igualmente acreditam que a investigação e os tratamentos necessários para solucionar os problemas da infertilidade devem ser conduzidos dentro de um marco ético que respeite a especial dignidade de cada embrião humano, que não é distinta à de um adulto amadurecido ou uma mente brilhante".

Finalmente a declaração dos médicos católicos assinala que "a história de nossa salvação por Jesus Cristo mostra-nos que a humanidade sofre quando esquece ou ignora o facto de que Deus é nosso criador e que nós somos suas criaturas. Só podemos ser plenamente humanos se vivermos de acordo à vontade de Deus respeitando a dignidade especial que todo ser humano tem".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Em defesa (e não) do tal deputado

O deputado Ricardo Gonçalves queixou-se: "Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite, eu ia lá jantar." Logo lhe fizeram contas à vida - 3700 euros de salário mais 67 euros diários de ajudas de custos - e insultaram-no (foi o tom geral) por mangar connosco. Mas é legítimo ele dizer que ganha pouco. Porque nisto de salários o apetite vem com o comer e porque para alguém que prepara e aprova leis para o País aquele salário não é enorme. É certo, não gostei do choradinho - falar de cantina, isto é, de comida como se de esfomeados se tratasse - nem do manifesto exagero: "Os deputados são de longe os mais atingidos na carteira." Os deputados não são nem de perto os mais atingidos. Mas, está bem, exageros, normais em quem reivindica por também estar a perder alguma coisa. Não me parece é que o deputado mereça o que ouviu pela vida de nababo que, de facto, não tem. Com um porém, para uma crítica que lhe deve ser feita. Ricardo Gonçalves é deputado do partido do Governo que decretou as medidas duras que achou que devia decretar. Com a sua reivindicação e a forma tola como a apresentou, ele sabotou o trabalho do conjunto a que pertence. É por isso que ele não merece nem o salário de 3700, nem a cantina a 4,65 a refeição. Não que sejam benesses a mais para deputados; Ricardo Gonçalves é que não merece ser deputado. E um mau profissional é sempre caro.

Ferreira Fernandes

(Fonte: DN online)

Pergunta e apelo de JPR: será possível ainda irmos mais fundo do que isto? Portugal e os portugueses, necessitam urgentemente das suas orações e do nosso arrependimento perante Deus, sejamos humildes e roguemos-Lhe para que na Sua infinita bondade nos ajude. Bem-haja!

Bom Dia! Outubro 05, 2010 de António Mexia Alves (5 de 36)



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S. Josemaría nesta data em 1972

Com este gesto, em Pamplona (Espanha), pede orações aos que o escutam. Explicava-o noutra ocasião: Eu peço-vos assim como pede um pobrezinho na rua, que rezeis por mim; é como uma esmola que me dais, para que o Padre seja bom e fiel“.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Mulher com doença degenerativa encontrou sentido para sua dor na Fé e na oração

María José Solaz Viana é uma valenciana de 36 anos de idade e desde menina sofre de uma enfermidade degenerativa que agora a impede de valer-se a si mesma. Ela assegura que sua vida é bela, não se cansa de dar graças a Deus por "poder levar a cruz das pessoas que sofrem" e é conhecida porque todos os dias passa longas horas em oração na sua paróquia.

Conforme informa a agência AVAN, María José vive em Caudete de las Fuentes, Valência, e sofre uma Ataxia de Friedreich que afecta progressivamente o seu sistema nervoso e muscular. Há 20 anos utiliza uma cadeira de rodas para se deslocar e há dez que a sua deficiência alcançou o grau máximo, por isso depende de outras pessoas para tudo.

María José encontrou sua fonte de fortaleza na oração. Todos os dias permanece duas horas a sós na sua paróquia rezando e pede a Deus, entre outras coisas, por "os males de quem sofre e me pedem que ore por eles" ou, "ao menos, para que encontrem alívio".

Aos 9 anos de idade, quando recebeu a Primeira Comunhão, recebeu a notícia de sua enfermidade e recorda que "o último dia que pude andar por mim mesma foi o dia da minha Crisma", aos 15 anos.

Segundo a AVAN, "nos meses seguintes, sua musculatura foi se atrofiando em consequência da enfermidade que já afecta todo o seu corpo. Em 1995, o seu grau de deficiência física era de 95 por cento, segundo os estudos médicos realizados no seu caso, e faz já uma década chegou ao cem por cento. Além de não poder mover parte alguma de seu corpo, há anos padece graves dificuldades para ouvir, ver e, sobre tudo, falar".

María José tem escrito numerosas cartas a Deus para "agradecer-lhe o presente de cada novo dia" e embora nos últimos meses seja mais difícil usar o computador, conta com reflexões e meditações que sempre começam com o agradecimento a Deus.

"Meu Deus, obrigado de todo coração por ter me criado, por me dar de presente um novo dia, por tudo o que me dás e pelo que me darás porque, embora me inquiete, sempre será o melhor", escreve María José.

Em 1999, María José publicou o livro "E às vezes, Vénus…" no qual recolhe as suas poesias. Explicou que escolheu o título porque esse planeta "é o que mais brilha na noite, como o Senhor, o luzeiro que desperta cada manhã".

Para ela, o mais duro de sua enfermidade é a crescente dificuldade que tem para conversar com outros e encontra "alívio" às suas dores intensas "olhando o crucifixo".

"Consola-me muito pensar que Jesus, sendo Deus, quis passar pela cruz por amor a nós", afirma.

AVAN explica que seus pais, Pepe e María Luisa, ambos de 73 anos, encarregam-se de todo o cuidado da María José em casa. Venderam as suas terras para poder dedicar-se por inteiro a María José e embora recebam ajuda económica da segurança Social, estão seguros de ter a melhor assistência de cima porque o que "nos mantém em pé é, sobre tudo, a fé".

María José assegura que seu "exercício favorito" é o espiritual e é ao que mais horas dedica. Todas as manhãs seu pai a leva à paróquia do povo para que possa rezar diante do sacrário, em uma pequena capela anexa ao templo, onde se celebra a missa diária.

"Falo com Jesus cara a cara", afirma María José e relata que participa da vida celebrativa da paróquia. Sua enfermidade afecta seu corpo mas não diminuiu sua capacidade intelectual. Ela é "totalmente consciente" de sua situação e a confronta com serenidade e integridade.

Entretanto, seu caminho não sempre foi sereno. Quando cumpriu 20 anos de idade teve uma forte crise de fé e não aceitava a sua situação. "Não só ia perdendo a saúde, mas também muitos amigos", o que a levou a sentir-se "só e desgraçada, apesar de que também havia gente que me ajudava", recorda. Inclusive confessa que esteve "a ponto de jogar a toalha" mas superou este momento graças à fé que seus pais lhe transmitiram.

O pároco de Caudete, Salvador Romero, define o testemunho de María José como "uma mostra extraordinária de amor, fé, superação e vontades de viver". O sacerdote destaca o "alto grau de compreensão que tem María José de sua missão como intercessora entre Deus e os homens, algo que corresponde a todos os cristãos, mas que em casos como o dela se assume de uma coerência fora do comum".

Para o sacerdote é importante que María José não só viva sua situação "com aceitação e paz, a não ser com gratidão e inclusive generosidade, ao oferecer-se a Deus para levar também os sofrimentos de outros".

María José explica que sua "vida espiritual" a permite "compreender que minha vida é bela" e que, apesar de seus problemas, pode ser feliz.

"Deus não me maltratou, não me arrependo absolutamente de ter confiança nele e nem sequer lhe peço que me cure com um milagre, mas que sempre se cumpra sua vontade em mim", acrescenta.

Para ela, o sentido de sua vida radica em "saber que Deus me ama até o extremo" e que sua deficiência, sua solidão têm sentido porque estas "me ajudaram a conhecê-Lo" e porque, além disso, "posso oferecer-lhe meu sofrimento para ajudar a outros". Perguntada sobre as pessoas que em sua situação preferem morrer, responde que "se elas se achegassem a Deus, tudo mudaria".

Além disso, espera que "possivelmente vendo a minha pequenez, é como algumas pessoas possam reconhecer que Deus é grande" e que, "apesar de coisas como as que acontecem comigo, é possível sorrir e ter muitos momentos bons".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

COMEMORAÇÕES DA REPÚBLICA

A República foi feita pela chamada "geração de 90" (1890), a chamada "geração do Ultimatum", educada pelo "caso Dreyfus" e, depois, pela radicalização da República Francesa de Waldeck-Rousseau, de Combes e do "Bloc des Gauches" (que, de resto, só acabou em 1909). Estes beneméritos (Afonso Costa, António José d"Almeida, França Borges e outros companheiros de caminho) escolheram deliberadamente a violência para liquidar a Monarquia. O Mundo, órgão oficioso do jacobinismo indígena, explicava: "Partidos como o republicano precisam de violência", porque sem violência e "uma perseguição acintosa e clamorosa" não se cria "o ambiente indispensável à conquista do poder". Na fase final (1903-1910), o republicanismo, no seu princípio e na sua natureza, não passou da violência, que a vitória do "5 de Outubro" generalizou a todo o país.

Não admira que a República nunca se tenha conseguido consolidar. De facto, nunca chegou a ser um regime. Era um "estado de coisas", regularmente interrompido por golpes militares, insurreições de massa e uma verdadeira guerra civil. Em pouco mais de 15 anos morreu muita gente: em combate, executada na praça pública pelo "povo" em fúria ou assassinada por quadrilhas partidárias, como em 1921 o primeiro-ministro António Granjo, pela quadrilha do "Dente de Ouro". O número de presos políticos, que raramente ficou por menos de um milhar, subiu em alguns momentos a mais de 3000. Como dizia Salazar, "simultânea ou sucessivamente" meio Portugal acabou por ir parar às democráticas cadeias da República, a maior parte das vezes sem saber porquê.

E, em 2010, a questão é esta: como é possível pedir aos partidos de uma democracia liberal que festejem uma ditadura terrorista em que reinavam "carbonários", vigilantes de vário género e pêlo e a "formiga branca" do jacobinismo? Como é possível pedir a uma cultura política assente nos "direitos do homem e do cidadão" que preste homenagem oficial a uma cultura política que perseguia sem escrúpulos uma vasta e indeterminada multidão de "suspeitos" (anarquistas, anarco-sindicalistas, monárquicos, moderados e por aí fora)? Como é possível ao Estado da tolerância e da aceitação do "outro" mostrar agora o seu respeito por uma ideologia cuja essência era a erradicação do catolicismo? E, principalmente, como é possível ignorar que a Monarquia, apesar da sua decadência e da sua inoperância, fora um regime bem mais livre e legalista do que a grosseira cópia do pior radicalismo francês, que o "5 de Outubro" trouxe a Portugal?

(Adaptação do prefácio à 6.ª edição do meu livro O Poder e o Povo).

Vasco Pulido Valente

(Fonte: Público, 2010-10-02)

Fernando Pessoa e a República, quão actual infelizmente

«O observador imparcial chega a uma conclusão inevitável: o país estaria preparado para a anarquia; para a República é que não estava. Grandes são as virtudes (de) coesão nacional e de brandura particular do povo português para que essa anarquia que está nas almas não tenha nunca verdadeiramente transbordado para as coisas!

Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos – porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos, de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a Monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.

A Monarquia havia abusado das ditaduras; os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo em ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do divórcio, as leis de família, a lei de separação da Igreja do Estado — todas foram decretos ditatoriais, todas permanecem hoje, e ainda, decretos ditatoriais.

A Monarquia havia desperdiçado, estúpida e imoralmente, os dinheiros públicos. O país, disse Dias Ferreira, era governado por quadrilhas de ladrões. E a República que veio multiplicou por qualquer coisa – concedamos generosamente que foi só por dois (e basta) – os escândalos financeiros da Monarquia.»

(Fonte: Real Associação do Ribatejo em http://realribatejo.blogspot.com/2010_02_01_archive.html)

Nota de JPR: nem formal nem informalmente tenho qualquer opção entre a Monarquia e a República, reconhecendo virtudes e defeitos em ambos os sistemas.

Livro “Bento XVI Viagem Apostólica ao Reino Unido” – preço € 2,50

Tema para breve reflexão - Obediência (3)

A submissão - a obediência - não é incompatível com a liberdade, porque é a ordenação da liberdade.

(FEDERICO SUAREZ, A Virgem Nossa Senhora, Éfeso, 4ª Ed. nr. 153)

Publicada por ontiano em NUNC COEPI - http://amexiaalves-nunccoepi.blogspot.com/

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Bem-aventurada Isabel da Trindade (1880-1906), carmelita
Último retiro, 10º – 11º dias (OC, Cerf 1991, pp.173ss.)

«Maria, sentada aos pés do Senhor, escutava a Sua palavra»

Para que nada me tire do belo silêncio interior, [manterei] sempre a mesma condição, o mesmo isolamento, o mesmo distanciamento, o mesmo despojamento. Se os meus desejos, os meus medos, as minhas alegrias ou as minhas dores [...] não estiverem perfeitamente ordenados para Deus, não estarei sozinha e haverá ruído em mim; por isso, é preciso serenidade, «repouso das potências», concentração do ser. «Filha, escuta, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai. Porque o rei deixou-se prender pela tua beleza» [Sl 45 (44), 11-12]. [...] Esquecer o próprio povo parece-me difícil; porque aqui «povo» é todo este mundo, que faz, por assim dizer, parte de nós mesmos: é a sensibilidade, são as memórias, as impressões, etc. [...] Quando a alma faz essa ruptura, quando se liberta de tudo isso, o Rei fica prisioneiro da sua beleza. [...]

Vendo o belo silêncio que reina na Sua criatura e considerando que está absolutamente recolhida [...], o Criador fá-la passar por esta solidão imensa, infinita, [retira-a] para esse «lugar seguro» cantado pelo profeta [Sl 18 (17), 20] e que outra coisa não é se não Ele próprio. [...] «Ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração» (Os 2, 16). Ei-la, a alma entrada nessa vasta solidão em que Deus Se fará ouvir! São Paulo diz: «A palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas» (Heb 4, 12). Portanto, será ela quem directamente completará o trabalho do despojamento na alma. [...]

Mas não é suficiente ouvir a palavra, é necessário guardá-la! (Jo 14, 23) E é guardando-a que a alma será «consagrada na verdade» (Jo 17, 17); é esse o desejo do Mestre [...]: não prometeu Ele àquele que guarda a Sua palavra que: «meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada»? (Jo 14, 23) É toda a Trindade que habita na alma que a ama verdadeiramente, ou seja, que guarda a Sua palavra.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 5 de Outubro de 2010

São Lucas 10,38-42

38 Indo em viagem, entrou numa aldeia, e uma mulher, chamada Marta, recebeu-O em sua casa.39 Esta tinha uma irmã, chamada Maria que, sentada aos pés do Senhor, ouvia a Sua palavra.40 Marta, porém, afadigava-se muito na contínua lida da casa. Aproximando-se, disse: «Senhor, não Te importas que a minha irmã me tenha deixado só com o serviço da casa? Diz-lhe, pois, que me ajude».41 O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, tu afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas42 quando uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».