Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sem comentários, pelo bonito que é...

Agradecimento 'Fratres in Unum'

iJuventude, a primeira aplicação para smartphones da JMJ Rio2013 sendo que para já é em português (vídeos em espanhol e inglês)

J.S.Bach: Motet "Jesu, meine Freude" BWV 227

“Jesus ainda está à procura de pousada”

Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem". Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração. (Forja, 274)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua.

Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.

Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor. (Cristo que passa, 19)

São Josemaría Escrivá

É SEMPRE ASSIM... de Joaquim Mexia Alves

É sempre assim, todos os anos, (ao longo destes 62 anos ou desde que me lembro de mim), nos dias 24 e 25 de Dezembro.


Envolvida na enorme alegria do Nascimento de Jesus Cristo, na vivência do eterno amor de Deus por nós, “ataca-me” uma saudade de ser criança, de ser rapaz, uma saudade de viver o Natal em família, “preocupado” apenas em sentir a alegria do encontro, a serenidade da noite, a beleza da celebração e dos seus cânticos próprios, a paz reflectida nos rostos daqueles que se abraçam na Missa, à saída da Missa e na chegada à casa de cada um.


Logo de manhã, nesses dias, era muito difícil controlar a ansiedade de saber esperar a chegada dos meus irmãos mais velhos.
(É assim, julgo eu, com as famílias grandes como a minha de nove irmãos, dos quais sou o mais novo, com uma diferença de quase dezoito anos do primogénito.)


Mesmo sabendo que só lá para o fim da tarde os meus irmãos haveriam de começar a chegar, os meus olhos e até as minhas pernas, não cessavam de me conduzir ao portão de entrada, para tentar identificar cada carro que passava, na esperança de que fosse um deles a entrar por aquele portão.
Por vezes era frustrante, porque havendo carros iguais, à alegria do reconhecimento ao longe, sucedia-se o desapontamento da identificação ao perto.


Eram dias de uma envolvência de paz e alegria, perfeitas!


O meu pai, (por vezes parecendo noutros dias mais “longe” pelos seus muitos afazeres), tornava-se perto, muito perto de nós, numa alegria incontida que o fazia ter um sorriso de ternura e orgulho naquela sua família.


A minha mãe, sempre atarefadíssima na preparação das muitas refeições, (ceias, almoços, jantares), até porque os mais velhos já tinham filhos, não deixava de, (pelo meio de uns “ralhetes” por causa da muita excitação), dar uns beijos molhados de lágrimas saudosas e orgulhosas dos seus filhos.


E lá para o meio da tarde começavam os beijos e os abraços daqueles que iam chegando e daqueles que já tinham chegado, com as consequentes conversas sobre o crescimento dos mais novos e os negócios dos mais velhos.


Mais novo, eu, corria de um lado para o outro, temendo sem dúvida perder algum momento de toda aquela alegria.


Vinha então aquele jantar especial, (supostamente mais frugal, por causa da Comunhão na Missa do Galo), em que o barulho se fazia ouvir mais do que as conversas de cada um.


Vestidos os casacos lá íamos em “procissão” para a Igreja, no frio que sempre se fazia sentir, (que saudades tive desse frio na noite de Natal passada na Guiné), para participarmos na Missa do Galo, mas, (pelo menos eu), com o pensamento voando para os embrulhos coloridos que por nós esperavam na sala junto ao Presépio.


Família de “cantores”, (com algumas poucas excepções), os cânticos eram cantados a plenos pulmões, muito especialmente o “Adeste Fideles” final, e mesmo não sabendo latim, nada se notava porque os “sons” eram iguais!


Regressados a casa, depois dos abraços e beijos de Boas Festas, juntávamo-nos na sala de jantar, (à volta de uma mesa decorada com motivos natalícios, tendo o Presépio ao topo da sala), e rezávamos unidos a oração que o nosso pai fazia e que envolvia sempre o Pai Nosso, que o Filho nos ensinou, no Espírito Santo.


Então a minha mãe e o meu pai distribuíam os seus presentes a cada filho e a cada neto, seguindo-se a alegre confusão de cada um dos filhos fazer a sua própria distribuição de presentes numa profusão ruidosa de beijos, abraços, exclamações de alegria, e afirmações de: “era mesmo isto que eu queria”!


A ceia era então servida no meio da algazarra, (aqui e ali controlada com uns avisos mais ou menos sérios da minha mãe), e terminava sempre connosco à volta da mesa cantando toda a espécie de músicas de que nos íamos lembrando naquele momento.


A alegria era imensa e nunca conseguiria descrever o que todos aqueles momentos significavam e ainda significam para mim e julgo que para cada um de nós.


Ao almoço do dia de Natal, repetia-se a mesma cena, porque se a alegria e a harmonia tinham por breves momentos adormecido, fruto do cansaço, já estavam bem acordadas e faziam-se sentir em toda a sua força.


Confesso, que nem sei bem, mesmo em criança, se me eram mais queridos os presentes que recebia ou o estar com toda a família naquela alegria imensa!


Mesmo depois de feita a tropa na Guiné, casado e com filhos, (com os meus pais ainda vivos), acredito, porque me lembro, de que toda aquela ansiedade alegre ainda tomava conta de mim naqueles dias.


Até mesmo nos demasiados longos anos que vivi afastado da Fé, afastado da Igreja, o Natal, (aquele Natal), era para mim um tempo de excelência e de reencontro com Deus.


Não tenho dúvidas que, quando Jesus nasce assim nos corações, eles ficam marcados para sempre e mesmo que se afastem por uns tempos, acabam sempre por regressar ao amor, ao verdadeiro amor que nos vem de Deus.


Diz-se por aí que o Natal é das crianças!


Parece-me antes que, para se viver o Natal temos de nos fazer crianças, não no sentido da idade, mas no sentido da simplicidade, ou seja, num acto de puro amor abrirmos o coração ao infinito amor de Deus que se faz Um como nós, para que a nossa vida seja completa.
«Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» Jo 10,10


Ao aceitarmos o amor do Pai, na Pessoa do seu Filho Jesus Cristo, que se faz Um como nós, deixamo-nos tomar por esse amor e pelo poder do Espírito Santo derramado em nós, teremos então de ser amor para os outros também.


É sempre assim, todos os anos, nestes dias 24 e 25 de Dezembro, tenho saudades de ser criança, quero fazer-me criança na simplicidade, mas tantas vezes me deixo ser “demasiado crescido”, e não consigo verdadeiramente, (tanto quanto queria), viver e ser Natal para mim e para os outros.


Que o Deus Menino, amor eterno, a todos nos abençoe.


Marinha Grande, 26 de Dezembro de 2011


Joaquim Mexia Alves em http://queeaverdade.blogspot.com/2011/12/e-sempre-assim.html

‘Urbi et Orbi’ – Santo Padre fez as suas saudações natalícias em 65 idiomas (vídeos em espanhol e inglês)

O burro do Presépio (inserção de citação da responsabilidade do blogue)

No Céu também há cavalariças. É isso que ensina o burro do Presépio. Jesus disse: "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (Jo 14, 2). O burro diz que algumas delas têm estrebaria.

Nos palácios do Céu estão os grandes apóstolos, os mártires heróicos, pastores atentos, doutores sublimes, virgens puras, santos incomparáveis. Mas lá também há lugar para aqueles de nós que nos limitamos a levar com fidelidade e diligência a carga que nos foi imposta. Sem fazer coisas extraordinárias, sem sequer compreender bem o sentido de tudo isto, mas desempenhando todos os dias a tarefa que nos está atribuída. É normal que no fim não tenhamos lugar nas mansões do Céu. Mas lá até as cocheiras são maravilhosas. Porque no Céu os currais são Presépio.

Quer isto dizer que qualquer asno entra no Céu? Afinal também lá chegam as vozes de burro? Não. Não basta ser um bom jerico para chegar ao Céu: é preciso mais uma coisa. Claro que é condição indispensável ser um jumento de qualidade. E isso, admitamos, não é nada fácil. Muitos conseguem carregar certas coisas algum tempo, mas o bom burro é aquele que leva o que for preciso e leva-o todos os dias. Carrega aquilo que tiver de ser, sem discutir, sem escolher, sem resmungar, sem pedir descanso, contentando-se com a ração. Aos apóstolos, mártires e pastores valem-lhes os feitos, aos doutores, virgens e grandes santos cabem-lhes os merecimentos. Mas os burros apenas lá chegam pela fidelidade e diligência.
Existe ainda uma outra condição: é preciso reconhecer o tempo em que se é visitado (cf Lc 19, 44). Além de levar a carga tem de se compreender o que a carga tem dentro. É preciso perceber que no jugo que nos oprime está Jesus. O burro do Presépio levava uma mulher, como tantas outras. Mas a Senhora tinha dentro de si o Salvador. Era isso que fazia dele o burro do Presépio. Aqueles que pretenderem seguir os seus passos para chegar ao Céu têm de reconhecer que dentro de tudo o que levam na vida está o mesmo Jesus. Só assim a vida ganha sentido. Só assim a tarefa bruta, árdua, pesada que repetimos quotidianamente se torna caminho de salvação.

Aliás desta forma o caminho do burro do Presépio ganha uma grandeza que, em certa medida, é superior aos demais. Porque nem todos são apóstolos, poucos são pastores atentos e doutores sublimes, são raras as virgens puras e os santos incomparáveis. Mas todos, até esses, numa altura ou outra do caminho para o Céu, têm de passar pela tarefa do burro do Presépio. Todos os santos cumprem com fidelidade e diligência a tarefa que lhes está atribuída: "Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16, 24). Assim se entra no Céu, levando a carga da vida, reconhecendo nela a presença do Senhor: carregar a nossa cruz, de onde pende Cristo.

Esta é a grandeza do burro do Presépio, uma das mais notáveis da história da salvação. Mesmo que acabe na cavalariça, mas numa cavalariça do Céu. Mesmo que termine num estábulo, mas num estábulo transformado em Presépio pela presença do Senhor do universo. Do Senhor do universo que só se dignou deitar, não num palácio da Terra, mas numa manjedoura. Numa manjedoura de burro.

O Presépio podia existir sem vaca. Podia existir sem pastores, carneiros ou magos. Até podia existir sem S. José ou os Anjos. No Presépio existem apenas três personagens indispensáveis: Jesus, Maria e o burro. Jesus é o Deus que se faz homem, que muda o sentido do universo, que cria o Presépio. Maria é o caminho que Jesus escolheu para vir. O burro é o meio de lá chegarem. Sem Jesus o Presépio não havia. Sem Maria, Jesus não tinha nascido. Sem o burro, Maria não chegaria ao Presépio.

Esta importância volta a ver-se no final. Estas três são as únicas personagens do Presépio que estão na Paixão. Na Semana Santa já lá não está S. José, não se vêem os magos, pastores ou carneiros, nem sequer há vacas e os Anjos vêm de fugida. Está lá Jesus crucificado, a Senhora das Dores e o burro que leva o Rei no Domingo de Ramos. Até à glória da cavalariça celestial.

João César das Neves in DN online

«Bendita perseverança a do burrico de nora! - Sempre ao mesmo passo. Sempre as mesmas voltas. - Um dia e outro; todos iguais.

Sem isso, não haveria maturidade nos frutos, nem louçania na horta, nem o jardim teria aromas.

Leva este pensamento à tua vida interior.»

(São Josemaría Escrivá – Caminho, 998)

'Serão todas as religiões verdadeiras?' pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria

O seu modo de argumentar parecia ter uma certa lógica. «Eu sou daqueles que pensam que todas as religiões são verdadeiras. Pondo de parte algumas degenerações fanáticas, todas levam o homem a fazer o bem, promovem sentimentos positivos e satisfazem a necessidade de transcendência que temos dentro de nós. No fundo, acaba por ser a mesma coisa escolher uma religião ou outra. Viva a liberdade! Quem sou eu para impor a minha religião aos outros?

«Que cada um escolha a sua própria religião. Que cada um escolha aquela que melhor se adapta ao seu modo de ser. Esta é a minha opinião e não acredito que esteja errada. Sobretudo, acho que é a única que pode ser considerada verdadeiramente tolerante. Quem acredita que a sua religião é a verdadeira acaba por ser um bocado fanático. E com pessoas fanáticas não é possível dialogar».

É verdade que todas as religiões, se o são de verdade, possuem algo de positivo. No entanto, isso não é a mesma coisa que afirmar que todas as religiões são verdadeiras. Não é sério dizer que podem ser verdadeiras ao mesmo tempo religiões que afirmam coisas diferentes e contraditórias. Assim como não é sério dizer que dois mais dois são aquilo que mais estiver de acordo com os sentimentos de cada um. A resposta é só uma. Não somos nós que a inventamos. A nós compete-nos somente descobri-la.

Se só existe um Deus, não pode haver mais do que uma verdade sobre Ele. E a descoberta do caminho para chegar a Deus é a mais importante da nossa vida. Dela depende a nossa eternidade. Viver de acordo com uma religião não é algo que esteja ao mesmo nível de escolher um produto num supermercado. Não tem a mesma importância que a selecção da cor de um automóvel que pretendemos comprar.

Uma pessoa não vive de acordo com uma religião porque isso lhe dê uma satisfação maior. Porque a faça sentir-se em harmonia com o universo. Nem porque lhe permita emitir suspiros mais ou menos celestiais. Uma pessoa vive de acordo com uma religião porque acredita que é o seu caminho para chegar a Deus. O seu caminho para que a sua vida tenha sentido. Para que a sua vida não termine no cemitério. Pelo contrário, para todos aqueles que se contentam com ficar por lá, não é necessária a procura de nenhuma religião. Nem é necessário ter a “dor de cabeça” de tentar encontrar a verdadeira.

Para os cristãos esse único caminho para chegar a Deus tem um nome: Jesus Cristo. Ele não é somente um homem especial. É Deus feito homem. Deus que se fez homem e morreu na Cruz para nos salvar. Não foram os cristãos que inventaram a Cruz por ela estar mais de acordo com os seus sentimentos. Foi Deus que escolheu esse modo concreto de nos salvar. Um modo que revela o seu infinito amor por nós e nos pede uma resposta.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Fuga para o Egipto, acto de amor total

Enquanto a Sagrada Família descansa, aparece o Anjo a José, para que fujam para o Egipto. Maria e José pegam no Menino e empreendem a caminhada sem demora. Não se revoltam, não se desculpam, não esperam que a noite termine...


Diz à Nossa Mãe Santa Maria e ao Nosso Pai e Senhor São José que desejamos amar e aceitar prontamente toda a penitência passiva.


(São Josemaría Escrivá - Sulco, 999)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1930

“Sugere-lhes o heroísmo de fazer com perfeição as pequenas coisas de cada dia, como se de cada uma delas dependesse a salvação do mundo”, deixa escrito.

(Fonte: site de S. Josemaría Escriváhttp://www.pt.josemariaescriva.info/)

Ideologias versus esperança cristã

«Podemos então dizer que a finalidade das ideologias é, em última análise, o sucesso, a capacidade de concretizar os nossos planos e os nossos desejos. (…) Pelo contrário, o objectivo da esperança cristã é um dom, o dom do amor, que nos é dado para lá das nossas possibilidades operativas, a esperança de que existe este dom que não podemos forçar mas que é a coisa mais essencial para o homem, que assim não espera vazio com a sua fome infinita».

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Santo Estêvão ofereceu a vida ao Menino Jesus, como quem Lhe oferece ouro

Bem perto do Salvador recém-nascido, encontramos Santo Estêvão. O que foi que valeu este lugar de honra àquele que foi o primeiro a prestar ao Crucificado o testemunho do sangue? Em seu ardor juvenil, ele realizou aquilo que o Senhor declarou ao entrar neste mundo: «Deste-Me um corpo. Eis-Me aqui, para fazer a Tua vontade» (Heb 10, 5-7). Ele praticou a obediência perfeita, que mergulha as suas raízes no amor e se exterioriza no amor.

Seguiu os passos do Senhor naquilo que é mais difícil, por natureza e para o coração humano, naquilo que parece mesmo ser impossível; tal como o próprio Salvador, cumpriu o mandamento do amor aos inimigos. O Menino que está na manjedoura, que veio cumprir a vontade de Seu Pai até à morte na cruz, vê em espírito, diante de Si, todos aqueles que hão-de segui-Lo por esse caminho. Ele ama este jovem, que será o primeiro a ser colocado junto ao trono do Pai, com a palma na mão. Aquela mãozinha aponta-no-lo como modelo, como se dissesse: Vede o ouro que espero de vós.



Santa Teresa-Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para o dia 6 de Janeiro de 1941

Santo Estêvão – Primeiro Mártir

Santo Estêvão, protomártir da fé Cristã, e um dos mais reverenciados de todos os mártires. Estefan é um nome obviamente grego e tem sido postulado que ele era um Helenita, significando os judeus que nasceram em uma terra distante de Palestina e que falavam grego como sua língua nativa. Contra esta teoria, temos a tradição que começou no século 5° que Santo Estêvão era um nome equivalente do Aramaico "Kelil", talvez o nome original de São Estêvão, o qual foi escrito na sua tumba encontrada em 415. Que Santo Estêvão teria origem judaica ficou mais patente ainda na lista dos decanos nos "Actos dos Apóstolos"(6:5) onde lista apenas Nicolau como sendo da Antioquia, o que significaria que os demais diáconos seriam judeus.

Virtualmente nada se conhece de sua vida antes de ser convertido. A primeira menção a ele de fato ocorre nos Actos (6:5) quando ele é escolhido para ser um dos sete diáconos dos Apóstolos e tem a missão de trabalhar com os pobres. Santo Estêvão foca a sua atenção nos convertidos Helenistas e dá uma prova de grande pregador, com o dom de descrever o poder da graça e o poder de fazer milagres.

Seu martírio foi contado nos Actos (6-7) e ocorreu porque ele acabou tendo uma posição proeminente como pregador e trouxe a inimizade de um grupo de judeus em Jerusalém. Levado a presença de Sanhedrin ele defendeu-se com paixão e eloquência (Act 7:2-53) mas não fez nada para suavizar a ira dos seu inimigos. Foi arrastado para fora da cidade e apedrejado até a morte de acordo com a Lei Moisaica.

Os seu executores colocaram suas mantas sob a guarda de Saul de Tarso (futuro São Paulo) que estaria "consentindo na sua morte (8-2)".

As últimas palavras de Santo Estêvão terão sido:"Senhor não lhes imputeis este pecado".

Pedindo ainda perdão para seus atacantes, ele foi enterrado como um homem devoto e sua morte teria sido muito lamentada. O seu túmulo foi esquecida até ser descoberta por Lucian tendo uma Igreja sido construída em sua honra perto em Damasco, pela imperatriz Eudoxia (455-460).

Laudate Dominum - W.A.Mozart - Kv339

«Senhor, não lhes atribuas este pecado»

Imitemos Nosso Senhor e rezemos pelos nossos inimigos. [...] Ele estava crucificado e, ao mesmo tempo, rezava a Seu Pai em favor daqueles que O crucificavam. Mas como poderei eu imitar o Senhor, podemos perguntar-nos. Se quiseres, podes. Se não fosses capaz de o fazer, como poderia Ele ter dito: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração»? (Mt 11,29) [...]


Se tens dificuldade em imitar o Senhor, imita pelo menos aquele que é também Seu servo, Seu diácono. Falo de Estêvão. Ele, com efeito, imitou o Senhor. Do mesmo modo que Cristo, no meio daqueles que O crucificavam, sem ter em conta a cruz, sem ter em conta a Sua própria situação, intercedia ao Pai em favor dos Seus carrascos (Lc 23,34), assim o Seu servo, rodeado por aqueles que o lapidavam, assediado por todos, submetido a uma chuva de pedras, sem ter em conta os sofrimentos que lhe causavam, dizia: «Senhor, não lhes atribuas este pecado» (Ac 7,60). Estás a ver como falava o Filho e como rezava o Seu servo? O primeiro diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem»; o segundo diz: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». De resto, para compreendermos melhor o ardor com que rezava, ele não rezava simplesmente de pé, sob os golpes das pedras: era de joelhos que falava, com convicção e compaixão. [...]


Cristo diz: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem». Estêvão grita: «Senhor, não lhes atribuas este pecado». Paulo, por sua vez, diz: ofereço este sacrifício «pelo bem dos meus irmãos, os da minha raça, segundo a carne» (cf Rm 9,3). Moisés diz: «Perdoa-lhes este pecado, ou então apaga-me do livro que escreveste» (Ex 32,32). David disse: «Peço que descarregues a Tua mão sobre mim e sobre a minha família!» (2Sm 24,17). [...] Que perdão pensamos nós poder obter se fizermos o contrário daquilo que nos é pedido e rezarmos contra os nossos inimigos, quando o próprio Senhor e os Seus servos do Antigo e do Novo Testamento nos exortam a rezar em seu favor?


São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e depois bispo em Constantinopla, doutor da Igreja
Homília para a Sexta-feira Santa «A Cruz e o ladrão»


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 26 de Dezembro de 2011

Acautelai-vos dos homens, porque vos farão comparecer nos seus tribunais e vos açoitarão nas sinagogas. Sereis levados por Minha causa à presença dos governadores e dos reis, para dar testemunho diante deles e diante dos gentios. Quando vos entregarem, não cuideis como ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é o que falará em vós. O irmão entregará à morte o seu irmão e o pai o seu filho; os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a morte. Vós, por causa do Meu nome, sereis odiados por todos; aquele, porém, que perseverar até ao fim será salvo.


Mt 10, 17-22