Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor.


(Bento XVI in Mensagem para a Quaresma de 2012)

Amar a Cristo...

Carpe diem, tenho sinceramente muita, diria mesmo muitíssima dificuldade, em conviver com pessoas que seguem este modo de vida, pois este talvez seja a expoente mais elevada do relativismo, o que se disse e fez ontem, se contrário aos interesses egoístas de hoje, perdem qualquer valor. Encontrar um modus vivendi com alguém que pensa e age desta maneira, é o cabo dos trabalhos, e se queremos ser coerentes com os nossos valores e socorrermo-nos da ética poderemos facilmente chegar a um beco sem saída.
Senhor Jesus Filho de Deus rogo-Te que por intercessão de Maria Santíssima eu tenha a inteligência de Fé e de Caridade para encontrar uma escapatória, perdoa-me se o que peço é uma tarefa difícil aos olhos deste pobre pecador.


JPR

Imitação de Cristo, 1,3,5

Ah! Se se empregasse tanta diligência em extirpar vícios e implantar virtudes como em ventilar questões, não haveria tantos males e escândalos no povo, nem tanta relaxação nos claustros. De certo, no dia do juízo não se nos perguntará o que lemos, mas o que fizemos; nem quão bem temos falado, mas quão honestamente temos vivido. Dize-me: onde estão agora todos aqueles senhores e mestres que bem conheceste, quando viviam e floresciam nas escolas? Já outros possuem suas prebendas, e nem sei se porventura deles se lembram. Em vida pareciam valer alguma coisa, e hoje ninguém deles fala.

Sê o apoio da minha debilidade

Quando o receberes, diz-lhe: - Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832)

Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece, porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com rotina a maior doação de Deus aos homens.

Na Santa Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa língua – Pange, lingua! – a que proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.

Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua, convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com todos os cristãos.(Cristo que passa, 87-88)

São Josemaría Escrivá

Papa pede atenção «concreta» aos mais necessitados na Mensagem para a Quaresma

Mensagem para a Quaresma 2012 alerta contra indiferença e desinteresse face ao sofrimento alheio
Bento XVI publicou hoje a sua mensagem para a Quaresma 2012, pedindo aos católicos de todo o mundo que façam deste tempo uma oportunidade para “prestar atenção ao outro”, com “preocupação concreta pelos mais pobres”.

“Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda, quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã”, refere o texto, divulgado pela Santa Sé.

O Papa critica “a indiferença” e “o desinteresse que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela ‘esfera privada’” na cultura atual, atitudes que quer ver contrariadas por um “olhar de fraternidade”.

“O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro ‘alter ego’, infinitamente amado pelo Senhor”, pode ler-se.

O documento, com versão em português, intitula-se ‘Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras’, expressão retirada da Carta aos Hebreus, do Novo Testamento.

Bento XVI alerta para o perigo de “uma espécie de ‘anestesia espiritual’”, que impede de atender ao sofrimento alheio com um “olhar feito de humanidade e de carinho”.

“O nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre”, observa.
Recordando o episódio bíblico [livro do Génesis] em que Deus interpela Caim, a respeito do assassinato do seu irmão Abel, a mensagem papal incita a consciência de cada pessoa a sentir-se responsável por quem é “criatura e filho de Deus”: “Também hoje Deus nos pede para sermos o ‘guarda’ dos nossos irmãos”.

“O facto de sermos o ‘guarda’ dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspetiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual”, precisa.

Bento XVI diz que a cultura contemporânea parece ter perdido “o sentido do bem e do mal”, sendo necessário “reafirmar com vigor que o bem existe e vence”.

“O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem”, assinala.

Esse bem, acrescenta, inclui a chamada “correção fraterna”, numa “responsabilidade espiritual pelos irmãos”.

“A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de ‘corrigir os que erram’. É importante recuperar esta dimensão do amor cristão”, escreve o Papa.

A mensagem de Bento XVI  (clique para ceder à mensagem completa) diz que os católicos não devem “ficar calados diante do mal” e lamenta que alguns prefiram, “por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum”.

“A nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social”, prossegue.

A Quaresma, que este ano começa a 22 de fevereiro (quarta-feira de Cinzas), é um período de 40 dias - excetuando os domingos -, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.

OC

Agência Ecclesia


Só vídeo

Os pilares de autêntica vida cristã

«…a fidelidade à doutrina dos Apóstolos, a união de almas e de corações, a celebração da Sagrada Eucaristia e a assiduidade na oração constituem os pilares da autêntica vida cristã, necessários para que a Igreja cumpra plenamente a sua missão no mundo.»

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Fevereiro 2012)

Missa no 7º aniversário da partida para o Pai da Irmã Lúcia – 13 Fev. às 18h00 no Carmelo de Santa Teresa em Coimbra

'CINCO CHAGAS DO SENHOR' por Joaquim Mexia Alves

Cinco são as Chagas do meu Senhor,
que na carne as suportou,
para que eu pudesse viver.


Cinco é o tudo que me faz viver,
o Pai, o Filho, o Espírito Santo,
a Mãe e a Igreja,
e eu espero que assim sempre seja.


Cinco são os dedos de cada mão
e quando os conto um a um
são menos que os meus pecados.


Cinco são os meus sentidos
e em cada um que eu sinto
me deixo pecar e perder.


Muito mais que cinco vezes
hei-de bater no meu peito,
bem junto ao coração,
hei-de baixar a cabeça,
num acto de contrição,
hei-de contar os meus pecados,
em perfeita confissão,
para viver o teu amor,
Senhor,
alcançando o teu perdão.


Monte Real, 7 de Fevereiro de 2012


Joaquim Mexia Alves AQUI

As hesitações europeias

O conjunto de circunstâncias que obrigam a prestar cuidados ao processo da unidade europeia faz destacar a questão de prever, com a hesitação dos tempos, em que medida os chamados poderes emergentes tendem para mudar a ordem mundial ou, talvez com mais rigor, para introduzir uma ordem na situação caótica existente.
No que respeita à ordem que se imaginou ressurgir, a partir da Carta da ONU, depois do fim da guerra fria, o facto que pareceu mais saliente foi a chamada desconexão entre a geopolítica, até então dominante, e a geoeconomia. No caso dos EUA o facto parece evidente, tendo em vista que a Europa, embora em crise, representa mais de um terço do comércio mundial (Milani), e que os poderes emergentes crescem de maneira visível.
Quando, em 2011, Jim O'Neill reuniu no termo BRIC a referência ao grupo constituído pelo Brasil, Rússia, Índia e China, previa a separação da geopolítica e da geoeconomia mundiais, mas também implicou em tal observação o facto de um pluralismo de regionalismos vir a pesar em qualquer redefinição da ordem mundial que falta.
Logo o G8 da época poderia ser visto como um regionalismo que defrontava, sem que a inovação estratégica, se existente, tivesse facilmente conseguido uma coerência interna dificultada pela heterogeneidade das tradições, dos Estados envolvidos, e de facto pouco de novo apareceu na formação de novas entidades politicamente plurais.
Para os observadores que coloquem a geoeconomia como abrangente da problemática dominante, a questão da geoestratégia, em mudança também acelerada, desde o fim da guerra fria, pode não aparecer como uma dificuldade maior. Nessa perspetiva, até uma espécie de diferenciação económica poderia enriquecer tal espécie de regionalização dos agentes da nova ordem em vista, por exemplo, o Brasil pondo o acento tónico nos produtos agrícolas, a Índia na área informática, a China para os produtos manufaturados.
Mas é difícil prever e admitir que embora seja evidente a importância crescente da invocada desconexão entre a geopolítica e a geoeconomia, ou, usando termos mais clássicos, a diferenciação das balanças de poderes, não é de esperar que a China, a Rússia e a Índia, sejam quais forem os regionalismos em que se encontram envolvidos, excluam dos seus conceitos estratégicos uma aproximação entre as duas balanças, e portanto visando o fortalecimento individualizado da sua capacidade global.
Para exemplo serve o facto de a China ter mostrado a bandeira ao lançar o seu primeiro porta-aviões, e ao mesmo tempo desenvolver uma evidente política recompensada de expansão económica global, em que Portugal e os países de língua portuguesa estão claramente incluídos desde 2005.
Países como a Rússia e a China não é fácil que deixem de incluir no seu conceito de soberania a exclusão do direito de terceiros terem interferência na sua jurisdição interna, por muito que o declínio económico, mas não a vontade de recuperação, se manifestasse.
Nos países de língua portuguesa, foi talvez o presidente Lula quem mais francamente deu expressão política a estas questões, ao falar em nome da chamada "segunda geração de potências emergentes", mas pondo o acento na soberania do Brasil e na urgência de princípios justos no multilateralismo económico.
Tudo aponta pois no sentido de que a redistribuição mundial do poder, em qualquer das balanças, dá sinais de uma conceção de justiça que se apoia na solidariedade regional para viabilizar uma agenda mundial. Ora, a Europa, não obstante a sua dimensão geoeconómica, tem experiência próxima suficiente para que se torne evidente que a regionalização, chamada União, é uma definição indispensável para ter voz na globalização em progresso, sem ter poder, ainda assim, para desconhecer a inquietação da desconexão com a passada capacidade estratégica. Tendo em conta que qualquer desequilíbrio, mesmo vindo do fraco ao forte, como parece emergir na sua fronteira a leste, poderá não dar tempo para lamentar os descuidos com a sua própria unidade.

Adriano Moreira in DN online

Que o nosso coração e a nossa fé nunca se deixem enregelar

Pobreza em espírito

«Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5, 3). As bem-aventuranças revelam uma ordem de felicidade e de graça, de beleza e de paz. Jesus celebra a alegria dos pobres, aos quais o Reino pertence desde já:

«O Verbo chama "pobreza em espírito" à humildade voluntária do espírito humano e à sua renúncia; e o Apóstolo dá-nos como exemplo a pobreza de Deus, quando diz: «Ele fez-Se pobre por nós (2 Cor 8, 9)».

(Catecismo da Igreja Católica § 2.546)


Que melhor lição de humildade nos poderia dar o Senhor ao fazer nascer o Seu Filho num estábulo e pôr a Virgem Maria e S. José a deitá-Lo numa manjedoura, quando O podia ter feito nascer num Palácio em berço de ouro.

Sigamos o Seu exemplo e não olhemos «para as coisas visíveis, senão para as invisíveis; é que as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2 Cor 4,18), ou seja, cultivemos de coração contrito e humilde a nossa fé na Santíssima Trindade, na Imaculada Conceição e na Santa Madre Igreja, que é a nossa maior riqueza.

JPR

Arrependimento

«Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento»


(Luc, 15, 7)


«Digo-vos que haverá júbilo entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrependa»


(Luc, 15,10)


«Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado».


(Luc, 15, 31-32)

Habitar na Palavra



«[Maria] vive na Palavra de Deus, vive no interior da Palavra toda a sua existência. Quase podemos dizer que ela está impregnada pela Palavra. Assim, é a Palavra que inunda o seu pensamento, toda a sua acção».

(Discurso por ocasião da conclusão dos Exercícios Espirituais – 11/III/2006 – Bento XVI)

S. Josemaría Escrivá neste período em 1975

“Um amigo, um homem de muito dinheiro, dizia-me uma vez: eu não sei se serei bom, porque nunca tive a minha mulher doente, nunca estive desempregado ou sem um cêntimo; não tive os meus filhos com fome e sem ter que lhes dar de comer; nunca me encontrei estendido, no meio da rua, sem ter onde me abrigar... Não sei se sou um homem honrado: que teria feito eu, se me tivesse sucedido tudo isso? Reparem, temos de procurar que não aconteça isto a ninguém; é preciso dar formação às pessoas, para que, com o seu trabalho, possam assegurar um bem-estar mínimo, ter uma velhice tranquila e ser atendido na doença, cuidar da educação dos filhos, e tantas outras coisas necessárias. Nada do que acontece aos outros nos deve ser indiferente, e no que depende de nós, temos de procurar que se fomente a caridade e a justiça”, diz num dos dias da sua estada na Venezuela, entre 4 e 15 de Fevereiro de 1975.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Educar

“Educar é um acto de amor, exercício da caridade intelectual, que exige responsabilidade, dedicação, coerência de vida”.


(Bento XVI - Fevereiro de 2011)

Beijar as chagas do Senhor



Que nunca morramos pelo pecado; que seja eterna a nossa ressurreição espiritual. - E, antes de terminar a dezena, beijaste as chagas dos Seus pés... e eu, mais atrevido, - por ser mais criança - pus os meus lábios no Seu lado aberto.


(São Josemaría Escrivá - Santo Rosário, Mistérios Gloriosos, 11)

As cinco Chagas de Cristo

“Quereis morrer cristãmente? - Acabai antes de morrer... Primeiro disse o Senhor: Já se acabou tudo; e então esperou pela morte. (...) O que havemos de fazer na enfermidade e na morte, façamo-lo na saúde e na vida. Examinemos muito de propósito nossa consciência; façamos uma confissão muito bem feita, como quem se confessa para dar contas a Deus; componhamos nossas coisas; digamos: Tudo está consumado, e então esperemos pela morte, como Cristo fez.

Passado algum espaço neste profundo silêncio, levantou o Senhor a voz e os olhos ao Céu, dizendo: Pai, em vossas mãos encomendo o meu espírito. E inclinando a cabeça, expirou. (...)

Perguntam os santos porque inclinou o Senhor a cabeça? E respondem alguns contemplativos que foi para o Senhor nos dar um Sim universal para todas (as) nossas petições.

Pedis a um Cristo crucificado vos perdoe vossos pecados? Sim.

Pedis a um Cristo crucificado que vos livre das tentações do Demónio? - Sim.

Pedis a um Cristo crucificado que vos acuda em todas (as) vossas necessidades, ainda temporais? - Sim.

É possível, Senhor, que ainda que ajudei aos que Vos crucificaram, me fazeis participante do preço desse sangue? - Sim...

É possível, Senhor, que ainda que vos tenha ofendido tanto em minha vida, me recebereis nesses braços que tendes abertos? - Sim.

É possível, Senhor, que ainda que eu seja tão infiel e tão ingrato, abrireis esse Coração para me meter nele? - Sim...

Oh bendito seja tal Coração, benditos sejam tais braços, bendito seja tal Sangue, bendita seja tal Misericórdia!”


P. António Vieira, Prática Espiritual da Crucificação do Senhor

(Fonte: site Oratório S. Josemaria http://oratoriosjosemaria.com.sapo.pt/index.htm)

Do Santo Profeta David

«Trespassaram as minhas mãos e os meus pés, e contar todos os meus ossos.»

(Ps. 21-22, 17)

Cinco Chagas do Senhor

O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.


(Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia)

«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos Seus amigos» (Jo 15, 13)

Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), religiosa beneditina 
Exercícios, VII nono

Amor, tu que reténs o meu Jesus, o meu doce Salvador, tão preso e pregado à cruz que, ao expirar por tua mão, Ele morre cheio de ti, Amor, que fazes? Não te poupas nem descansas para vir em auxílio dos infelizes, Amor, nem te impões a ti próprio limites. A tua perícia tocou com tanta força o coração do meu Jesus que, despedaçado por amor, o Seu coração foi chamuscado. E eis-te contente e doravante satisfeito, agora que o meu Jesus foi suspenso e morto diante dos teus olhos — morto, morto de verdade, para que eu tenha vida em abundância; morto para que eu seja uma criança adoptada pelo Pai com ainda mais ternura; morto para que eu viva mais feliz. [...]

Ó Morte que nos trouxeste tantos frutos por graça, que a minha morte seja tranquila e sem medo debaixo da tua protecção. Morte de Cristo que trazes a vida por pura graça, deixa-me desaparecer debaixo das tuas asas (Sl 36 (35), 8). Morte donde sai a vida, faz arder em mim para sempre uma só centelha da tua acção vivificante. Morte gloriosa, morte frutuosa, súmula de toda a salvação, amoroso contrato do meu resgate, pacto inviolável da minha reconciliação, morte triunfal, doce e cheia de vida, em ti brilha para mim tão grande caridade que nada há de comparável no céu e na terra.

Morte de Cristo que amo com todo o coração, és a confiança espiritual da minha alma. Morte amantíssima, em ti estão contidos para mim todos os bens. Só te peço que me guardes sob a tua benevolente protecção, para que na minha morte eu repouse com suavidade à tua sombra (Ct 2, 3). Morte cheia de misericórdia, és a minha vida felicíssima, a melhor porção da minha herança (Sl16 (15), 5), abundante redenção, preciosíssimo legado.

Westminster Abbey Choir - I saw the Lord

«Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então compreendereis que Eu sou» (Jo 8,28)

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano
Meditação sobre a Paixão


Vinde, vós todos que amais a Deus; vede o que Nosso Senhor fez por vós. Vinde, vós todos que fostes resgatados pelo sangue puríssimo do Cordeiro inocente; vede e compreendei o que Ele sofreu por causa do nosso pecado. Hoje abre-se para nós o Livro da Vida, os sete selos são quebrados (Ap 6). A verdade resplandece, nela se manifestam os tesouros da sabedoria e da ciência (Ro 11,33); brota a fonte que contém os mistérios de Deus.


Hoje rompe-se o antigo véu (Mt 27,51), todas as aparências dão lugar à realidade. O Santo dos Santos abre-se de par em par, graças a Jesus, o Sumo Sacerdote (He 2,17). O sacrifício que Ele oferece não é senão o Seu próprio sangue. Hoje, em Jesus Cristo, é revelado o sentido de todos os símbolos, são descobertos todos os mistérios. Hoje abre-se o tesouro imenso do pai de família do qual fruirão plenamente todos os pobres, todos os fracos, todos os oprimidos. Cada um pode beber nas chagas do Senhor a graça de que mais necessita. [...]


Hoje manifestou-se, acima de todas as coisas, o admirável mistério: o Rei dos homens faz-se o rebotalho da humanidade; o Altíssimo faz-se o último de todos; o Filho único de Deus oferece-Se livremente à cruz pelos pobres pecadores que somos nós. Ele quer pregar o pecado na cruz, matar a morte e, pelo Seu sangue precioso, destruir a nota da dívida onde estão registadas as nossas faltas (Col 2,14). [...]


Não foi Ele que disse: «Quando Eu for elevado, atrairei tudo a Mim» (Jo 12,32)? Tudo, quer dizer, todos os homens, em quem tudo se reúne. Muitos homens encontram a cruz; entre muitas tribulações, Deus leva-os a essa cruz, para os atrair a Si. Então eles carregam de bom grado a sua própria cruz e assim tornam-se verdadeiros amigos de Deus.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 7 de Fevereiro de 2012 - calendário litúrgico português

Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede». Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca. Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito.  Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados. Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado. Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”. E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”.


Jo 19, 28-37