Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Amar a Cristo...

Querido Jesus, dás-nos sempre algo para Te estarmos gratos, das mais simples que quase nos passam desapercebidas às mais óbvias, mas nem sempre somos lestos a agradecer-Te.

Temos família natural que muito amamos, mais ainda quando estamos anos sem nos ver ou quando nos despedimos conscientes, que salvo situações excepcionais, não nos voltaremos a ver nos próximos anos, mas que graças às novas tecnologias feitas pela mão dos homens, que são obras Tuas, estamos em contacto permanente, ainda assim, nunca nos damos como satisfeitos e ambicionamos sempre a mais e melhor.

Senhor Jesus, concede-nos a humildade da gratidão por tudo o que nos ofereces e o dom de Te louvarmos e amarmos sem limites.

Grande e admiráveis são as vossas obras, Senhor!

JPR

Ao preencher o seu IRS, pense FAMÍLIA!

Caros amigos

Vimos informar que através da vossa consignação e do vosso esforço no ano passado a Associação Familia e Sociedade recebeu 3.729,14€.
Porque o vosso apoio É essencial para que possamos continuar o que nos propomos, voltamos a propor que:
- ao preencher a vossa declaração de IRS se lembrem de nós (NIPC 506858049)
- em anexo segue uma folha que podem fotocopiar e entregar a pessoas amigas que também partilhem dos nosso valores. (pedindo que nos apoiem através da declaração de IRS)
Muito obrigada



Ao preencher o seu IRS, pense FAMÍLIA !!!



Já pensou que, segundo a Lei 16/2001, pode ajudar com 0,5% do seu IRS uma Instituição de Solidariedade Social da sua escolha?


                         Isto, sem encargos nenhuns da sua parte?



Apoie a Associação Família e Sociedade!


                          
A Associação Família e Sociedade é uma IPSS que trabalha em apoio e defesa da família, nomeadamente:
·       na divulgação dos métodos de regulação natural da fertilidade, para conseguir ou evitar uma gravidez
·       na formação para pais, professores e adolescentes em educação da sexualidade. 


Para tal, basta-lhe preencher no anexo H, quadro 9, com o nosso NIPC 506858049.

Imitação de Cristo, 1, 19, 1

A vida do bom religioso deve ser ornada de todas as virtudes, para que corresponda o interior ao que por fora vêem os homens; e com razão, ainda mais perfeito deve ser no interior do que por fora parece, pois lá penetra o olhar perscrutador de Deus, a quem devemos suma reverência, em qualquer lugar onde estivermos, e em cuja presença devemos andar com pureza Angélica. Cada dia devemos renovar nosso propósito e exercitar-nos a maior fervor, como se esse fosse o primeiro dia de nossa conversão, dizendo: Confortai-me, Senhor, meu Deus, no bom propósito e em vosso santo serviço; concedei-me começar hoje deveras, pois nada é o que até aqui tenho feito.

Não te assustes ao veres-te tal como és

Não necessito de milagres; bastam-me os que há na Escritura. – Pelo contrário, faz-me falta o teu cumprimento do dever, a tua correspondência à graça. (São Josemaría Escrivá - Caminho, 362) 


Repitamos com a palavra e com as obras: Senhor, confio em Ti, basta-me a tua providência ordinária, a tua ajuda de cada dia. Não temos por que pedir a Deus grandes milagres. Temos de lhe suplicar, pelo contrário, que aumente a nossa fé, que ilumine a nossa inteligência, que fortaleça a nossa vontade. Jesus está sempre junto de nós e permanece fiel.

Desde o começo da minha pregação, preveni-vos contra um falso endeusamento. Não te assustes ao veres-te tal como és: assim, feito de barro. Não te preocupes. Porque, tu e eu somos filhos de Deus, – este é o endeusamento bom – escolhidos desde a eternidade, com uma vocação divina: escolheu-nos o Pai, por Jesus Cristo, antes da criação do mundo, para que sejamos santos diante dele. Nós, que somos especialmente de Deus, seus instrumentos apesar da nossa pobre miséria pessoal, seremos eficazes se não perdermos o conhecimento da nossa fraqueza. As tentações dão-nos a dimensão da nossa própria fraqueza.

Se sentimos desalento ao experimentar – talvez de um modo particularmente vivo – a nossa mesquinhez, é o momento de nos abandonarmos por completo, com docilidade, nas mãos de Deus. Conta-se que, certo dia, um mendigo saiu ao encontro de Alexandre Magno, pedindo uma esmola. Alexandre parou e ordenou que o fizessem senhor de cinco cidades. O pobre, confundido e atordoado, exclamou: eu não pedia tanto! E Alexandre respondeu: tu pediste como quem és; eu dou-te como quem sou. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 160)

Encontro do Papa com Fidel Castro em Havana


Bento XVI e o antigo líder cubano Fidel Castro reuniram-se na Nunciatura Apostólica em Havana, à porta fechada, durante cerca de meia hora.


Em conferência de imprensa, o director da sala de imprensa da Santa Sé referiu que a reunião foi “muito cordial” e abordou questões da atualidade mundial, temas de ciência, cultura e ecologia.


O Papa manifestou a sua alegria por estar em Cuba, manifestando a sua gratidão pelo acolhimento recebido, segundo o padre Federico Lombardi.


Fidel Castro manifestou-se sobre a beatificação de Madre Teresa de Calcutá, tendo colocado perguntas sobre as mudanças na liturgia católica e sobre o papel do Papa, a quem assegurou que 
acompanhou esta viagem através da televisão.


Ambos brincaram com a sua idade e Bento XVI, que em abril completa 85 anos, disse ser um “ancião” que ainda faz o seu trabalho.


O Papa falou das suas viagens, dos encontros com as populações e prometeu enviar livros a Fidel Castro, que lhe pediu textos para aprofundar a temática da relação entre fé e razão.


O antigo presidente cubano falou das dificuldades nos tempos atuais, para a humanidade, e Bento XVI aludiu à ausência de Deus.


Com o Papa estiveram ainda a mulher e as duas filhas de Fidel Castro.


O encontro decorreu pouco depois de Bento XVI ter apelado "à liberdade religiosa em Cuba, na missa final da sua visita de três dias ao país, afirmando que esta ilha precisa de mudanças e "transformação social".


Fidel Castro revelara ter solicitado ao Papa “uns minutos do seu ocupado tempo”, assinalando que a resposta positiva lhe chegou através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, segundo o qual Bento XVI ficaria agradado com "este modesto e simples contacto”.


O Papa, que completa 85 anos em abril, termina hoje a sua segunda viagem à América Latina, iniciada na sexta-feira com uma visita ao México, tendo-se seguido, desde segunda-feira, a ilha de Cuba.


Rádio Vaticano

Cristo libertou-nos do pecado e da morte

“Só Cristo, como novo Adão, libertou a humanidade do pecado e da morte, mediante o dom da graça da justificação. O baptismo não só livra do pecado original, mas também põe o homem de novo em relação com Deus, fazendo-o seu filho. O baptizado é introduzido numa vida totalmente nova, sustentada pelo dom do Espírito Santo”.


(Bento XVI - Audiência geral de 03.12.2008)

CONHECER BENTO XVI - A Eucaristia, eixo da vida cristã

O cristão não pode viver sem a Eucaristia, diz Bento XVI na Exortação Apostólica "Sacramentum caritatis", que recolhe as conclusões do Sínodo dos Bispos realizado em Outubro de 2005. O Papa sublinha que a Eucaristia - alimento do homem faminto de verdade e de liberdade - deve influir em toda a vida do cristão, em todas as suas actuações públicas. E como "a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada", dedica particular atenção aos aspectos litúrgicos.
A Exortação Apostólica Sacramentum caritatis, datada de 22 de Fevereiro de 2007, é o segundo documento de envergadura publicado pelo Papa, após a encíclica Deus caritas est, com a qual está intimamente relacionada, como se pode deduzir do próprio título (tirado de uma expressão de S. Tomás de Aquino). O seu fio condutor é «a Eucaristia, fonte e ápice da vida da Igreja», que justifica a multiplicidade dos temas abordados nas suas cento e trinta páginas (28.000 palavras).


Está dividida em três grandes partes: Eucaristia, mistério acreditado; Eucaristia, mistério celebrado; Eucaristia, mistério vivido.


A intrínseca unidade destes três aspectos é um dos pontos-chave do texto. O objectivo do Papa é "suscitar na Igreja um novo impulso e fervor pela Eucaristia", em continuidade com o recente magistério da Igreja e concretamente com a encíclica Ecclesia de Eucharistia (2003) de João Paulo II.


Eucaristia, mistério acreditado


Um tema tão central para a vida da Igreja e dos cristãos não podia deixar de ser tratado com profundidade através dos séculos. Não eram de esperar, portanto, novidades doutrinais neste documento. A sua riqueza consiste em apresentar o património doutrinal com novo vigor e como eixo em torno do qual tudo gira. "Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio duma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos. Testemunha-o a própria história da Igreja: toda a grande reforma está, de algum modo, ligada à redescoberta da fé na presença eucarística do Senhor no meio do seu povo".


A Igreja, "universal sacramento de salvação", exprime-se nos sete sacramentos, "pelos quais a graça de Deus influencia concretamente a existência dos fiéis para que toda a sua vida, redimida por Cristo, se torne culto agradável a Deus".


O Papa mostra a relação que tem cada um dos sete sacramentos com o mistério eucarístico e indica que o caminho de iniciação cristã tem como ponto de referência a possibilidade de aceder a este sacramento. Daqui deriva a necessidade de sublinhar o vínculo estreito que há entre Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Do ponto de vista pastoral, observa o Papa, é necessário verificar se a sequência na administração destes sacramentos é a adequada (efectivamente, nalguns lugares a Confirmação recebe-se em último lugar, o que poderá obscurecer a realidade de que "somos baptizados e crismados em ordem à Eucaristia").


Confissão e indulgências


No que diz respeito à confissão é muito útil para os fiéis "recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a consciência do próprio pecado e, simultaneamente, da misericórdia de Deus. Além disso, a relação entre a Eucaristia e a Reconciliação recorda-nos que o pecado nunca é uma realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre uma ferida no seio da comunhão eclesial, na qual nos encontramos inseridos pelo Baptismo".


"O Sínodo lembrou que é dever pastoral do Bispo promover na sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favorecer, entre os fiéis, a confissão frequente", a cuja administração se devem dedicar todos os sacerdotes com generosidade, empenho e competência. "A propósito, procure-se que, nas nossas igrejas, os confessionários sejam bem visíveis e expressivos do significado deste sacramento. Peço aos pastores que vigiem atentamente sobre a celebração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos".


O Papa constata a influência de "uma cultura que tende a apagar o sentido do pecado, favorecendo uma atitude superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus para se aproximar dignamente da comunhão sacramental".


Também é de grande eficácia pastoral o recurso às indulgências, com as quais se ganha "a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados, cuja culpa já foi apagada". Ajuda-nos a compreender que "não somos capazes, só com as nossas forças, de reparar o mal cometido e que os pecados de cada um causam dano a toda a comunidade". A prática das indulgências ajuda a descobrir o carácter central da Eucaristia na vida cristã, "dado que a forma própria da indulgência prevê, entre as condições requeridas, abeirar-se da Confissão e da Comunhão sacramental".


Sacerdócio e celibato


Depois de recomendar o costume do Viático, a comunhão levada aos doentes, o Papa expõe a relação da Eucaristia com a Ordem sacerdotal, condição indispensável para a celebração válida da Eucaristia. Os sacerdotes actuam na celebração litúrgica em nome de toda a Igreja; portanto, "nunca devem colocar em primeiro plano a sua pessoa nem as suas opiniões, mas Jesus Cristo".


O sentido do celibato sacerdotal ocupa um amplo espaço no documento. "Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo. Embora respeitando a prática e tradição oriental diferente, é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem em celibato, indício da grande honra em que ela tem a opção do celibato, feita por numerosos presbíteros".


O Papa diz que o ponto de referência para entender o sentido do celibato é "o facto de que o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade". Assim, pois, "não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo".


"Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade".


Os problemas de escassez de clero não podem levar a aceitar candidatos sem os requisitos necessários para a ordenação sacerdotal. "Um clero não suficientemente formado e admitido à ordenação sem o necessário discernimento dificilmente poderá oferecer um testemunho capaz de suscitar noutros o desejo de generosa correspondência à vocação de Cristo". Sobretudo, é preciso "ter a coragem de propor aos jovens o seguimento radical de Cristo, mostrando-lhes o seu encanto". E ter maior confiança na iniciativa divina, em que "Cristo continua a suscitar homens que não hesitam em abandonar qualquer outra ocupação para se dedicarem totalmente à celebração dos mistérios sagrados, à pregação do Evangelho e ao ministério pastoral".


Matrimónio e situações irregulares


Outro grande espaço está dedicado ao Matrimónio, à raiz antropológica e teológica da sua indissolubilidade e às situações irregulares. O Papa refere como na teologia de S. Paulo "o amor esponsal é sinal sacramental do amor de Cristo pela sua Igreja, um amor que tem o seu ponto culminante na cruz, expressão das suas 'núpcias' com a humanidade e, ao mesmo tempo, origem e centro da Eucaristia".


"O vínculo fiel, indissolúvel e exclusivo que une Cristo e a Igreja e tem expressão sacramental na Eucaristia, está de harmonia com o dado antropológico primordial segundo o qual o homem deve unir-se de modo definitivo com uma só mulher, e vice-versa". "Se a Eucaristia exprime a irreversibilidade do amor de Deus em Cristo pela sua Igreja, compreende-se por que motivo a mesma implique, relativamente ao sacramento do Matrimónio, aquela indissolubilidade a que todo o amor verdadeiro não pode deixar de aspirar".


O Papa qualifica de "problema pastoral espinhoso e complexo" a situação dos fiéis que, depois de terem celebrado o sacramento do Matrimónio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. "O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir aos sacramentos os divorciados que voltaram a casar, porque o seu estado e condição de vida contradizem objectivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja que é significada e realizada na Eucaristia".


Todavia, essas pessoas continuam a pertencer à Igreja, que as "acompanha com especial solicitude na esperança de que cultivem, quanto possível, um estilo cristão de vida". Nos casos em que surgirem dúvidas legítimas sobre a validade do Matrimónio, deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o seu fundamento. Nestas situações é preciso evitar que a preocupação pastoral seja vista em contraposição ao direito. "Deve-se partir do pressuposto que o ponto fundamental de encontro entre direito e pastoral é o amor pela verdade". Por isto, quando não se reconhece a nulidade do vínculo matrimonial e se verificam as condições objectivas que tornam realmente irreversível a convivência, "a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial. Para que tal caminho se torne possível e dê frutos, deve ser apoiado pela ajuda dos pastores e por adequadas iniciativas eclesiais, evitando, em todo o caso, abençoar estas relações para que não surjam entre os fiéis confusões acerca do valor do matrimónio".


Mistério celebrado


A segunda parte do documento está dedicada à celebração da Eucaristia. Destaca o sentido da liturgia e da sua beleza, revê as partes da Missa e propõe a redescoberta da adoração eucarística. Neste percurso não faltam indicações concretas sobre alguns aspectos pontuais. Uma ideia de fundo, presente em todo o texto, é que a renovação litúrgica querida pelo II Concílio do Vaticano, deve ser lida em continuidade com a tradição litúrgica da Igreja, isto é, "dentro da unidade que caracteriza o desenvolvimento histórico do próprio rito, sem introduzir artificiosas rupturas".


A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar no valor teológico e litúrgico da beleza, vista não como mero esteticismo. "A beleza não é um factor decorativo da acção litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à acção litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza". Visto que a liturgia eucarística é essencialmente acção de Deus, que nos envolve em Jesus por meio do Espírito, "o seu fundamento não está à mercê do nosso arbítrio e não pode suportar a chantagem das modas passageiras".


"Durante os trabalhos sinodais, foi várias vezes recomendada a necessidade de superar toda e qualquer separação entre a ars celebrandi, isto é, a arte de celebrar rectamente) e a participação plena, activa e frutuosa de todos os fiéis: com efeito, o primeiro modo de favorecer a participação do povo de Deus no rito sagrado é a condigna celebração do mesmo".


Gosto pela beleza


Da profunda ligação entre beleza e liturgia passa à consideração da importância de todas as expressões artísticas colocadas ao serviço da celebração: a arquitectura dos templos, a arte sacra, os paramentos e a decoração. O Papa diz que é necessário que em tudo quanto tenha a ver com a Eucaristia, haja gosto pela beleza que fomente o assombro pelo mistério de Deus, manifeste a unidade da fé e reforce a devoção.


Ocupa lugar de destaque o canto litúrgico, que "deve integrar-se na forma própria da celebração". Neste sentido, é necessário evitar a improvisação genérica ou a introdução de géneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia". E embora tendo em conta as diferentes tendências e tradições, "desejo - como foi pedido pelos padres sinodais - que se valorize adequadamente o canto gregoriano, como canto próprio da liturgia romana".


Nesse contexto, o Papa recomenda - em sintonia com as directrizes do II Concílio do Vaticano - o uso da língua latina, especialmente nas celebrações que têm lugar durante encontros internacionais. "A nível geral, peço que os futuros sacerdotes sejam preparados, desde o tempo do seminário, para compreender e celebrar a Santa Missa em latim, bem como para usar textos latinos e entoar o canto gregoriano; nem se descure a possibilidade de formar os próprios fiéis para saberem, em latim, as orações mais comuns e cantarem, em gregoriano, determinadas partes da liturgia".


O ponto de referência para entender o sentido do celibato é o facto de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz, no estado de virgindade".


Viver segundo o domingo


A relação da Eucaristia com a vida quotidiana do cristão é o tema da terceira parte do documento. "O culto a Deus na existência humana não pode ser relegado para um momento particular e privado, mas tende, por sua natureza, a permear cada aspecto da realidade do indivíduo. Assim, o culto agradável a Deus torna-se uma nova maneira de viver todas as circunstâncias da existência, na qual cada particular fica exaltado porque vivido dentro do relacionamento com Cristo e como oferta a Deus".


Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".


Trata-se de «viver segundo o domingo», em frase de Santo Inácio de Antioquia. Portanto, um primeiro passo será a prática do preceito dominical e a recuperação do sentido do domingo, que em si mesmo merece ser santificado para que não acabe por ficar um dia «vazio de Deus»". "É no dia consagrado a Deus que o ser humano compreende o sentido da sua existência e também do trabalho".


O Papa salienta que os padres sinodais afirmaram que "os fiéis cristãos precisam de uma compreensão mais profunda das relações entre a Eucaristia e a vida quotidiana. A espiritualidade eucarística não é apenas participação na Missa e devoção ao Santíssimo Sacramento; mas abraça a vida inteira".


Com efeito, acrescenta o Papa, "hoje torna-se necessário redescobrir que Jesus Cristo não é uma simples convicção privada ou uma doutrina abstracta, mas uma pessoa real cuja inserção na história é capaz de renovar a vida de todos. Por isso, a Eucaristia, enquanto fonte e ápice da vida e missão da Igreja, deve traduzir-se em espiritualidade, em vida «segundo o Espírito»".


Coerência eucarística


Os cristãos "devem cultivar o desejo de ver a Eucaristia influir cada vez mais profundamente na sua existência quotidiana, levando-os a serem testemunhas reconhecidas como tais no próprio ambiente de trabalho e na sociedade inteira".


Esta "coerência eucarística" exige também o testemunho público da própria fé. "Evidentemente isto vale para todos os baptizados, mas impõe-se com particular premência a quantos, pela posição social ou política que ocupam, devem tomar decisões sobre valores fundamentais como o respeito e defesa da vida humana desde a concepção até à morte natural, a família fundada sobre o matrimónio, entre um homem e uma mulher, a liberdade de educação dos filhos e a promoção do bem comum em todas as suas formas. Estes são valores não negociáveis. Por isso, cientes da sua grave responsabilidade social, os políticos e os legisladores católicos devem sentir-se particularmente interpelados pela sua consciência rectamente formada a apresentar e apoiar leis inspiradas nos valores impressos na natureza humana".


O Papa conclui recordando o exemplo dos primeiros cristãos, quando o culto cristão era ainda proibido. "Alguns cristãos do Norte de África, que se sentiam obrigados a celebrar o dia do Senhor, desafiaram tal proibição. Foram martirizados enquanto declaravam que não lhes era possível viver sem a Eucaristia, alimento do Senhor: «Sine dominico non possumos (...)» Também nós não podemos viver sem participar no sacramento da nossa salvação e desejamos ser iuxta dominicam viventes, isto é, traduzir na vida o que celebramos no dia do Senhor".


In Aceprensa, 32/07, na versão impressa

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1947

A Câmara Municipal de Barbastro, sua cidade natal, nomeia-o Filho predilecto. Passados anos, numa carta dirigida ao Presidente da Câmara, datada de 28 de Março de 1971, escreve: “Sou muito barbastrense e procuro ser bom filho dos meus pais. Deixe-me dizer que a minha mãe e o meu pai, embora tivessem de sair dessa terra, inculcaram em nós, com a fé e a piedade, um carinho muito grande às terras banhadas pelo Vero e pelo Cinca”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Doarmo-nos a Deus

«Queridos irmãos e irmãos, considerando bem, o jejum tem como sua finalidade última ajudar cada um de nós, como escrevia o Servo de Deus Papa João Paulo II, a fazer dom total de si a Deus (cf. Enc. Veritatis splendor, 21). A Quaresma seja portanto valorizada em cada família e em cada comunidade cristã para afastar tudo o que distrai o espírito e para intensificar o que alimenta a alma abrindo-a ao amor de Deus e do próximo. Penso em particular num maior compromisso na oração, na lectio divina, no recurso ao Sacramento da Reconciliação e na participação activa na Eucaristia, sobretudo na Santa Missa dominical.»

(Mensagem para a Quaresma de 2009 de Bento XVI)

«Abraão viu o Meu dia e ficou feliz»

Santo Ireneu de Lyon (c. 130 - c. 208), bispo, teólogo e mártir 
Contra as heresias IV, 5-7

Como Abraão era profeta, viu no Espírito o dia da vinda do Senhor e o desígnio da Sua Paixão, pela qual ele próprio e todos os que, como ele, criam em Deus seriam salvos. E estremeceu com grande alegria. O Senhor não era portanto desconhecido de Abraão, pois que ele desejou ver o Seu dia. [...] Ele desejou ver esse dia a fim de poder, também ele, abraçar Cristo; tendo-o visto de maneira profética pelo Espírito, exultou.

Foi por isso que Simeão, que era da sua posterioridade, realizou a alegria do patriarca e disse: «Agora, Mestre soberano, podes deixar o Teu servo partir em paz segundo a Tua promessa; porque os meus olhos viram a Tua salvação, que preparaste em favor de todos os povos» (Lc 2, 29ss.) [...] E Isabel disse [segundo certos manuscritos]: «A minha alma glorifica o Senhor, o meu espírito exulta em Deus meu Salvador». A exultação de Abraão descia assim sobre os que viam Cristo e que acreditavam Nele. E, dos seus filhos, esta exultação subia para Abraão. [...] 

Foi pois com toda a justiça que o Senhor deu testemunho dele dizendo: «Abraão, vosso Pai, exultou com o pensamento de ver o Meu dia: viu-o e regozijou-se» (Mt 3, 9). E não foi só a propósito de Abraão que o disse, mas de todos os que, desde o início, adquiriram o conhecimento de Deus e profetizaram a vinda de Cristo. Porque eles receberam esta revelação da parte do próprio Filho, esse Filho que, nestes tempos que são os últimos, Se tornou visível e palpável e conversou com os homens, para suscitar das pedras filhos de Abraão, e tornar a sua descendência semelhante às estrelas do céu (Gn 15, 5).

Miserere Mei Deus (Allegri) - Coro de King's College, Cambridge

O Evangelho do dia 29 de Março de 2012

Em verdade, em verdade vos digo: Quem guardar a Minha palavra não verá a morte eternamente». 52 Os judeus disseram-Lhe: «Agora reconhecemos que estás possesso do demónio. Abraão morreu, os profetas também, e Tu dizes: Quem guardar a Minha palavra não provará a morte eternamente.53 Porventura és maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram: Quem pretendes Tu ser?».54 Jesus respondeu: «Se Eu Me glorifico a Mim mesmo, a Minha glória não é nada; Meu Pai é que Me glorifica, Aquele que vós dizeis que é vosso Deus.55 Mas vós não O conhecestes; Eu sim, conheço-O; e, se disser que não O conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-O e guardo a Sua palavra.56 Abraão, vosso pai, regozijou-se com a esperança de ver o Meu dia; viu-o e ficou cheio de gozo».57 Os judeus, por isso, disseram-Lhe: «Tu ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?».58 Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, “Eu sou”».59 Então pegaram em pedras para Lhe atirarem; mas Jesus ocultou-Se e saiu do templo.


Jo 8, 51-59