Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 15 de setembro de 2012

"Façam a revolução do amor"

Uma multidão em festa acolheu Bento XVI para seu último compromisso este sábado em terras libanesas: o encontro com os jovens do Líbano e do Oriente Médio no Patriarcado Maronita de Bkerké.

Tratou-se de um encontro como “de pai para filho”, aberto e franco, em que os jovens libaneses falaram sem máscaras dos problemas e dos desafios que os angustiam; Bento XVI os ouviu e os aconselhou, dirigindo-lhes uma palavra de esperança.

O encontro realizou-se em forma de Celebração da Palavra. Teve início com a saudação do Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Béchara Boutros Rai, e do Arcebispo de Saida dos Greco-melquitas, D. Elie Haddad, que garantiu a presença de um grupo de jovens do Médio Oriente na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013, evento para o qual já estão se preparando. 

A seguir, foi a vez do testemunho dos jovens: “Nós, jovens do Médio Oriente, estamos hoje mergulhados em um mar de dificuldades, de apreensões e de temores”, disseram a Bento XVI. 

Eles falaram de conflitos, de ódio, de sofrimento, de desemprego, de falta de perspectivas, de emigração. Diante da realidade, o anseio: “Aspiramos à paz e sonhamos com um futuro sem guerras; um futuro onde desempenharemos um papel ativo, onde trabalharemos com nossos irmãos, jovens de diferentes religiões, construindo a civilização do amor, edificando pátrias onde os direitos do homem e sua liberdade são respeitados, onde sua dignidade é protegida.”

Nós, jovens da Igreja de hoje, queremos ser um sinal de esperança para toda a região, e testemunhar o amor de Deus, que é mais forte que a morte.

Ao Papa, eles garantiram sua fé e sua confiança na Igreja, que são grandes apesar dos desafios e das crises.

“Nós lhe pedimos que vele sempre sobre a Juventude do Líbano e do Médio Oriente, que seja uma fonte constante de apoio e de encorajamento para que continuemos nossa missão nesta região.”

A presença de Bento XVI no Líbano, a despeito das nossas circunstâncias, é um desafio à lógica da guerra e do desespero; ela é um sinal de paz e de esperança.

O Pontífice, por sua vez, não deixou os jovens desiludidos. Declarou-se consciente das dificuldades que devem enfrentar devido à falta de estabilidade e segurança. Todavia, este contexto não deve impelir a juventude a provar o «mel amargo» da emigração, com o desenraizamento e a separação em troca dum futuro incerto. 

Bento XVI garantiu que os jovens ocupam um lugar privilegiado no seu coração e na Igreja inteira, porque a Igreja é sempre jovem. "Sede jovens na Igreja. Sede jovens com a Igreja."

Citou as palavras de seu predecessor: "Não tenhais medo! Abri as portas de vossas almas e de vossos corações a Cristo". Nele, encontrarão a força e a coragem para avançar nos caminhos da sua vida, superando as dificuldades e o sofrimento.

As frustrações presentes não devem levar a buscar refúgio em mundos paralelos, como por exemplo o mundo das drogas de todo o tipo ou o mundo triste da pornografia. Quanto às redes sociais, são interessantes, disse o Papa, mas podem, com facilidade, levar à dependência e à confusão entre o real e o virtual. Outra tentação é representada pelo dinheiro. Ponham de lado o que é ilusório, aparência e mentira.

Sede os portadores do amor de Cristo. Fazei a revolução do amor. É bom comprometer-se com os outros e pelos outros. A fraternidade é uma antecipação do Céu. Sede os mensageiros do Evangelho da vida e dos valores da vida; resisti corajosamente a tudo o que a nega: o aborto, a violência, a rejeição e o desprezo do outro, a injustiça, a guerra. O perdão e a reconciliação são caminhos de paz, e abrem um futuro.

Sobre a Exortação apostólica Ecclesia in Médio Oriente, assinada esta sexta-feira, o Pontífice recordou que esta carta destina-se "também a vós, queridos jovens. Procurai lê-la com atenção e meditá-la, para a pôr em prática".

Nas saudações finais, o Papa recordou os milhões de pessoas que formam a diáspora libanesa e mantêm laços sólidos com o seu país de origem. Saudou ainda os jovens muçulmanos que também estavam presentes esta tarde. “Com os jovens cristãos, sois são o futuro deste país maravilhoso e de todo o Médio Oriente. Procurai construi-lo juntos! É preciso que o Médio Oriente inteiro, pondo os olhos em vós, compreenda que os muçulmanos e os cristãos, o Islã e o Cristianismo, podem viver juntos, sem ódio e no respeito das crenças de cada um, para construírem juntos uma sociedade livre e humana”.

Antes da oração dos féis e do Pai-Nosso, Bento XVI saudou outro grupo presente neste encontro: jovens vindos da Síria. “Quero dizer-vos o quanto admiro a vossa coragem. Dizei em vossa casa, aos vossos familiares e aos vossos amigos que o Papa não vos esquece. Dizei ao vosso redor que o Papa está triste por causa dos vossos sofrimentos e lutos. Não esquece a Síria nas suas orações e preocupações. Nem esquece as populações do Médio Oriente que sofrem. É tempo que muçulmanos e cristãos se unam para pôr termo à violência e às guerras”.

Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil

Vídeo só imagem da ocasião

Estamos bem convencidos de que a união com Cristo crucificado é a fonte da eficácia sobrenatural e da verdadeira alegria?

Meus filhos, prosseguia o nosso Padre, reparai que não exagero. A Cruz ainda é símbolo de morte em vez de ser sinal de vida. Ainda se foge da Cruz como se fosse um patíbulo, quando é um trono de glória. Os cristãos ainda rejeitam a Cruz e a identificam com a dor, em vez de a identificarem com o amor [6]. Tu e eu, cada um de nós, amamos de verdade a Santa Cruz? Estamos bem convencidos de que a união com Cristo crucificado é a fonte da eficácia sobrenatural e da verdadeira alegria? Exercitamo-nos diariamente em assumir com diligência o que nos desagrada: a doença, o que é um obstáculo para os nossos projetos, as contrariedades do dia? Se há visão sobrenatural, descobriremos em cada dia, bastantes ocasiões de nos unirmos a Jesus e à Virgem Maria, acolhendo com amor as pequenas contrariedades, talvez não tão pequenas, e oferecendo-as na Santa Missa. Que tesouro tão grande podemos acumular para o Céu, à base de pequenos pormenores!

[6]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 3-V-1964.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta de mês de setembro de 2012)

Credo da Missa da Coroação, de Mozart - K. 317, com legendas em português

Um compromisso de fé mais genuíno - Carta pastoral do cardeal patriarca de Lisboa

Ouvir com fé e amor a Palavra de Deus, celebrar a Eucaristia de modo mais intenso e profundo, aprender a rezar, ler e compreender a Bíblia, fazer caridade e ser solidário, aprofundar o conhecimento da doutrina da Igreja, prestar mais atenção aos não-crentes e entender a relação com Cristo: são algumas das prioridades que o cardeal patriarca de Lisboa, presidente da Conferência episcopal de Portugal, José da Cruz Policarpo, quer promover na sua arquidiocese nos anos de 2012-2013.

Esta estratégia pastoral, publicada no site do patriarcado (www.patriarcado-lisboa.pt), deseja "responder concretamente aos desafios lançados pelo Papa Bento XVI a toda a Igreja", com a proclamação do Ano da fé, em coincidência com as celebrações do cinquentenário da abertura do concílio Vaticano II.

Em Portugal a religiosidade é muito viva, radicada e praticada, e tem um valor evidente em muitos aspectos da vida do país. São numerosos os santuários, meta de milhares de peregrinos fervorosos (quase dez milhões chegam a Fátima todos os anos) e muitas são também as romarias que se realizam durante o ano e nas quais participa sempre uma multidão de fiéis.

Dirigindo-se aos cristãos praticantes, o cardeal Policarpo pergunta-lhes: "Já entrámos, com a decisão necessária, pela porta representada por Cristo, ou estamos só a espreitar através dela? Só com as forças naturais é impossível percorrer o caminho vital que se abriu para nós com o sacrifício de Jesus". Ao referir-se à Bíblia, o purpurado evidenciou que "os fiéis devem ouvir com fé e amor a palavra de Deus e dar testemunho dela. A fé viva - explicou - realiza-se na caridade, e este é sempre o modo de participação no amor de Deus. Só a nossa fé na caridade se torna testemunha que anuncia a salvação e atrai os outros através da porta da fé".

O purpurado exortou os fiéis a prestar atenção ao significado profundo da Eucaristia e da oração diária. "Em todos os sacramentos, mas sobretudo na Eucaristia, a Palavra de Deus torna-se o nosso alimento. Viver de maneira mais profunda o grande sacramento da fé, que é a Eucaristia - afirmou o cardeal - é outro aspecto importante a considerar por ocasião do novo ano pastoral de 2012-2013. Também a oração exprime a vitalidade da fé, e a Igreja é o primeiro tema da oração e do louvor. Que este ano pastoral seja assinalado pelos caminhos comunitários e pessoais de oração. Também a oração pessoal é sempre expressão da fé da Igreja. Quando um de nós reza, é a Igreja inteira que reza. Portanto, devemos aprender a rezar. O Papa sugere que, neste Ano da fé, façamos do Credo a fórmula da nossa oração diária".

O documento pastoral termina com a referência aos "muitos que ainda não tiveram a oportunidade de encontrar Jesus Cristo e com o convite aos cristãos a dar testemunho e propor a todos a experiência da força da fé na vida quotidiana". 

(© L'Osservatore Romano - 15 de Setembro de 2012)

"S. Tomás de Aquino" de Chesterton nas livrarias no fim do mês


Imitação de Cristo, 3, 12, 3/4 - Da escola da paciência e luta contra as concupiscências


Dirás, talvez, que eles têm muitos deleites e seguem a sua própria vontade, e por isso pouco lhes pesa a tribulação.

Seja embora assim, e tenham eles quanto desejam, mas quanto tempo achas que há de durar isso: Eis qual fumo se desvanecerão os abastados do século, nem lembrança restará de seus prazeres passados. E mesmo, enquanto vivem, não os fruem sem amargura, tédio e temor. Porquanto do próprio objeto de seus deleites muitas vezes lhes vem a dor que os castiga. E é justo que assim lhes suceda que encontrem amargura e confusão nos gozos que buscam e perseguem desordenadamente.

Maria, Mestra do sacrifício escondido e silencioso!

Maria, Mestra do sacrifício escondido e silencioso! – Vede-a, quase sempre oculta, colaborando com o Filho: sabe e cala.(Caminho, 509)

A Virgem Dolorosa... Quando a contemplares, repara no seu Coração. É uma mãe com dois filhos, frente a frente; Ele... e tu. (Caminho, 506)

Que humildade, a de minha Mãe Santa Maria! – Não a vereis entre as palmas de Jerusalém, nem – afora as primícias de Caná – na altura dos grandes milagres. – Mas não foge do desprezo do Gólgota; lá está, "iuxta crucem Iesu" – junto da cruz de Jesus, sua Mãe. (Caminho, 507)

Na hora do desprezo da Cruz, a Virgem lá está, perto do seu Filho, decidida a partilhar a sua mesma sorte. Percamos o medo de nos comportarmos como cristãos responsáveis quando isso não é cómodo no ambiente em que nos movemos. Ela nos ajudará. (Sulco, 977)

São Josemaría Escrivá

«Se alguém quiser vir após Mim [...], tome a sua cruz e siga-Me»

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol 
Escritos espirituais 03/04/38


Como exprimir o que a minha alma sentiu quando, da boca dum santo prelado, ouviu o que é já a minha loucura, o que me torna absolutamente feliz no meu exílio: o amor da cruz! [...] Que bom seria ter a verve do rei David para poder exprimir as maravilhas do amor à cruz! [...]
 
A cruz de Cristo! Que mais posso dizer? Não sei orar, não sei o que é ser bom, não tenho espírito religioso, pois estou cheio do mundo. Só sei uma coisa, uma coisa que enche a minha alma de alegria, apesar de me ver tão pobre de virtudes e tão rico em misérias; sei apenas que tenho um tesouro que não trocaria por nada nem por ninguém: a minha cruz, a cruz de Jesus, essa cruz que é o meu único repouso. Como explicar isto? Quem não experimentou, não pode sequer suspeitar do que se trata.
 
Ah, se todos os homens amassem a cruz de Cristo! Se o mundo soubesse o que é abraçar plenamente, verdadeiramente, sem reservas, em loucura de amor, a cruz de Cristo! [...] Tanto tempo perdido em conversas, devoções e exercícios que são santos e bons, mas que não são a cruz de Jesus, não são o que há de melhor. [...]
 
Pobre homem que não prestas para nada, que não serves para nada [...], que arrastas a tua vida, seguindo como podes as austeridades da regra, contentando-te em esconder no silêncio os teus ardores: ama até à loucura o que o mundo despreza por não conhecer, adora em silêncio essa cruz, que é o teu tesouro, sem que ninguém se aperceba. Medita em silêncio diante dela nas grandezas de Deus, nas maravilhas de Maria, nas misérias do homem. [...] Prossegue a tua vida sempre em silêncio, amando, adorando e unindo-te à cruz. Que queres mais? Saboreia a cruz, como disse hoje de manhã o senhor bispo. Saborear a cruz!

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de domingo dia 16 de setembro de 2012

Saiu Jesus com os Seus discípulos pelas aldeias de Cesareia de Filipe. Pelo caminho, interrogou os discípulos: «Quem dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam-Lhe: «Uns dizem que João Baptista, outros que Elias, e outros que algum dos profetas». Então perguntou-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Pedro respondeu: «Tu és o Cristo». Então Jesus ordenou-lhes severamente que não dissessem isto d'Ele a ninguém. E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem padecesse muito, que fosse rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que ressuscitasse depois de três dias. E falava destas coisas claramente. Pedro, tomando-O à parte, começou a repreendê-l'O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os Seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Retira-te daqui, Satanás, que não aprecias as coisas de Deus, mas sim as dos homens». Depois, chamando a Si o povo com os Seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quer seguir-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Porque quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a vida por amor de Mim e do Evangelho, salvá-la-á.

Mc 8, 27-35

"iuxta crucem Iesu"

Que humildade, a de minha Mãe Santa Maria! – Não a vereis entre as palmas de Jerusalém, nem – afora as primícias de Caná – na altura dos grandes milagres. – Mas não foge do desprezo do Gólgota; lá está, "iuxta crucem Iesu" – junto da cruz de Jesus, sua Mãe.

(S. Josemaría Escrivá – Caminho, 507)

Respeitar a vida e a pessoa, construir a paz, tendo como base valores comuns

Defender a vida, respeitar incondicionalmente a pessoa, assegurar o direito à liberdade religiosa. Só assim se pode construir a paz. Princípios fundamentais expostos por Bento XVI; hoje mesmo, no Líbano, no encontro que teve ao fim da manhã, no palácio presidencial, com os membros do governo, instituições da República, Corpo Diplomático, Chefes religiosos e representantes do mundo cultural libanês.

“A eficácia do compromisso a favor da paz depende do conceito que o mundo possa ter da vida humana. Se queremos a paz, defendamos a vida.” 

“Esta lógica – prosseguiu o Papa - desabona não só a guerra e as acções terroristas, mas também qualquer atentado contra a vida do ser humano, criatura querida por Deus. A indiferença ou a negação daquilo que constitui a verdadeira natureza do homem impedem o respeito desta gramática que é a lei natural inscrita no coração humano.”

“A grandeza e a razão de ser de cada pessoa só se encontram em Deus. Assim, o reconhecimento incondicional da dignidade de cada ser humano, de cada um de nós, e do carácter sagrado da vida responsabiliza-nos a todos diante de Deus. Portanto, devemos unir os nossos esforços para desenvolver uma sã antropologia que integre a unidade da pessoa. Sem isso, não é possível construir a paz autêntica.”
Bento XVI insistiu na necessidade de “educar para a paz”, para “desenvolver uma cultura de paz”. O que significa, nomeadamente, tomar consciência de que há valores comuns a todas as culturas:
“O diálogo só é possível com a consciência de que há valores comuns a todas as grandes culturas, porque estas estão radicadas na natureza da pessoa humana. Estes valores, que formam um substrato comum, exprimem os traços autênticos e característicos da humanidade; pertencem aos direitos de cada ser humano. 

As diversas religiões prestam uma decisiva contribuição para a afirmação da sua existência. Não esqueçamos que a liberdade religiosa é o direito fundamental, de que muitos outros dependem. Para toda e qualquer pessoa deve ser possível professar e viver livremente a própria religião sem pôr em perigo a sua vida e liberdade.”

Antes deste encontro com centenas de pessoas, no Salão dos Embaixadores do Palácio presidencial, Bento XVI teve colóquios privados com as Instituições da República. Antes de mais com o Chefe de Estado, general Michel Sleiman (cristão maronita); seguidamente, com o presidente do Parlamento, Nabih Berri (muçulmano xiita); e finalmente com o primeiro-ministro, Nagib Mikati (muçulmano xiita). Em cada um destes encontros, o Santo Padre entregou a cada um dos seus interlocutores um exemplar (em árabe) da Exortação Apostólica ontem assinada. 

O mesmo aconteceu, com os chefes das comunidades muçulmanas, que os quais Bento XVI teve um encontro conjunto. Presentes os representantes das comunidades Sunita, Xiita, Drusa e Aluíta. Da parte católica, participaram o cardeal Secretário de Estado, o Patriarca maronita, o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso e o Núncio Apostólico. 

Do palácio presidencial, Bento XVI transferiu-se, com a sua comitiva, ao patriarcado arménio - católico, onde foi acolhido pelo respetivo patriarca, Sua Beatitude Nerses Bedros IX Tarmouni. Ali teve lugar o almoço do Papa com os Patriarcas e Bispos do Líbano, os membros do Conselho Especial -para o Médio Oriente – do Sínodo dos Bispos e o séquito papal.

Rádio Vaticano

Vídeo com excerto da alocução do Santo Padre em francês

DEUS MAIÚSCULO OU JORNALISMO MINÚSCULO? – Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Num artigo publicado recentemente num jornal de referência, diz-se que Deus não merece maiúscula, porque mais não é do que um substantivo masculino. Salvo melhor opinião, Deus é, na realidade, um nome próprio, como Moisés, Jesus ou Maomé. O correspondente substantivo abstracto é «divindade» que, esse sim, se pode grafar com minúscula. Mas não Deus, que é alguém e não alguma coisa, uma entidade real subjectiva e não um objecto, nem muito menos uma mera ideia ou vaga suposição.

Não obstante a despromoção divina, admite-se nesse mesmo texto o uso da maiúscula quando o contexto o exija, ou seja, quando se citam crentes ou para eles se destina o texto, mas não quando quem escreve é assumidamente ateu ou escreve para não-crentes, em cujo caso deve prevalecer a minúscula. De adoptar este relativismo, a grafia deverá corresponder ao grau de adesão à realidade significada. Poder-se-ia assim enriquecer a sabedoria popular com mais um provérbio: diz-me que maiúsculas escreves e dir-te-ei quem és!

Se a descrença do jornalista justifica o uso da minúscula no santo nome de Deus, é óbvio que se o dito não acreditar no Butão, nem no Burkina Faso, países que suponho que nunca terá visto, como nunca viu Deus, também deverá escrever com minúsculas as iniciais desses países, não menos abstractos para o seu entendimento do que a sua muito abstracta noção de Deus.

Se pega a moda de uma escrita personalizada à medida dos caprichos do freguês, os monárquicos deverão escrever em minúsculas as iniciais dos nomes dos presidentes da República; os ateus deverão fazer o mesmo com os nomes dos santos; etc., o que permitirá a milagrosa multiplicação da nossa língua: português-republicano, português-monárquico, português-cristão, português-pagão, português-comunista, português-fascista, etc.

A favor desta esquizofrenia ortográfica, invoca-se muito despropositadamente um poeta. Esquece-se, contudo, que não colhe aplicar ao jornalismo as regras que são próprias da escrita literária pois, caso contrário, as crónicas dos jornais deveriam também rimar e cumprir os outros cânones da poética. O jornalista está para o facto relatado como o fotógrafo para a realidade retratada: comparar-se aquele com o literato é tão absurdo como permitir ao retratista as geniais divagações de um Picasso.

Como convém a um texto muito politicamente correcto, apela-se à laicidade para fundamentar um pretenso direito a não acreditar em Deus. É evidente que qualquer cidadão tem todo o direito de acreditar, ou não, em quem quiser, mas não de impor as suas crenças ou descrenças.

Ou seja, mesmo não concordando com quem subscreve tão peregrinas teses, não me é lícito desrespeitar o seu nome, nomeadamente grafando-o com minúsculas, porque uma tal atitude não releva uma legítima expressão de são pluralismo, mas um insulto à dignidade da pessoa referida. O mesmo se diga, por maioria de razão, do nome de Deus: o desrespeito ortográfico não é mais do que uma gratuita ofensa ao próprio e a quantos n’Ele crêem. Essa opção gráfica não se funda na laicidade, mas na intolerância de quem impõe aos outros as suas próprias opiniões ideológicas, porque é incapaz de aceitar e respeitar a diferença. O dogmatismo deste laicismo, que mais não é do que a expressão de uma ignorância – pois a descrença é um não-conhecimento – não é apenas uma ofensa a Deus e à religião, mas também à democracia e à liberdade.

Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, um jornalista é uma «pessoa que trabalha no domínio da informação […] e cuja actividade consiste em redigir artigos, fazer entrevistas, moderar debates, participar na elaboração dos jornais». Ao jornalista pede-se, portanto, que informe com verdade e objectividade sobre a realidade social, política, religiosa, etc., mas que não se disfarce de improvisado teólogo ou pseudo-filósofo de miudezas, sob pena de ofender o Deus maiúsculo e de se converter num jornalista minúsculo.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Mestra do sacrifício escondido e silencioso

Olhemos para a Santíssima Virgem. O facto de Maria ter permanecido firme junto da Cruz, acompanhando de perto o seu Filho, foi sem dúvida uma graça especial de Deus. Mas uma graça, a que ela correspondeu com uma preparação de anos, desde o momento da Anunciação e já antes, pela completa abertura do seu coração e da sua alma às exigências divinas. As etapas do caminho de Maria, desde a casa de Nazaré à de Jerusalém, através da Cruz onde o Filho lhe confia o apóstolo João, são marcadas pela capacidade de manter um clima perseverante de recolhimento, para meditar cada acontecimento no silêncio do seu Coração, diante de Deus (cfr. Lc 2, 19-51); e para, na meditação diante de Deus, compreender também a vontade de Deus e ser capaz de a aceitar interiormente [9].

Minhas filhas e filhos, esta é a grande lição que a Igreja nos transmite nesta festa mariana. Toda a existência terrena de Nossa Senhora se consumou no desejo ardente de cumprir a Vontade divina, também quando a providência de Deus se apresentava com contornos dolorosos. E tudo fez sem queixas, com elegância humana e sobrenatural, sem chamar a atenção. Ela é, como S. Josemaria recordou tantas vezes, Mestra do sacrifício escondido e silencioso [10]. Com o seu exemplo, anima-nos a receber com amor as contrarie­dades da vida: as pequenas – que será o mais habitual – e as grandes.

[9]. Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 14-III-2012.

[10]. S. Josemaria, Caminho, n. 509.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta de mês de setembro de 2012)

Somos dom e não resultado de autogeração

O tema do desenvolvimento dos povos está intimamente ligado com o do desenvolvimento de cada indivíduo. Por sua natureza, a pessoa humana está dinamicamente orientada para o próprio desenvolvimento. Não se trata de um desenvolvimento garantido por mecanismos naturais, porque cada um de nós sabe que é capaz de realizar opções livres e responsáveis; também não se trata de um desenvolvimento à mercê do nosso capricho, enquanto todos sabemos que somos dom e não resultado de autogeração. Em nós, a liberdade é originariamente caracterizada pelo nosso ser e pelos seus limites. […]

O desenvolvimento da pessoa degrada-se, se ela pretende ser a única produtora de si mesma. De igual modo, degenera o desenvolvimento dos povos, se a humanidade pensa que se pode recriar valendo-se dos « prodígios » da tecnologia.

Caritas in veritate [68] – Bento XVI

Hino

Maria, fonte de amor,
Fazei que, na vossa dor,
Convosco eu chore também.

Fazei que o meu coração
Seja todo gratidão
A Cristo, de quem sois Mãe.

Do vosso olhar vem a luz
Que me leva a ver Jesus
Na sua imensa agonia.

Convosco, ó Virgem, partilho
Das penas do vosso Filho,
Em quem minha alma confia.

Mãos postas, à vossa beira,
Saiba eu, a vida inteira,
Guiar por Vós os meus passos.

E quando a morte vier,
Eu me sinta adormecer
No calor dos vossos braços.

Oração

Senhor, que, na vossa admirável providência, quisestes que, junto do vosso Filho, elevado sobre a cruz, estivesse sua Mãe, participando nos seus sofrimentos, concedei à vossa Igreja que, associada com Maria à paixão de Cristo, mereça ter parte na sua ressurreição. Por Nosso Senhor.

Das Laudes de hoje.

(Fonte: 'Apenas oração' em http://apenasoracao.blogspot.com/2010/09/nossa-senhora-das-dores.html)

'Ave Verum Corpus' de Mozart por Leonard Bernstein

Últimas palavras (excerto)

«Os privilégios singulares e extraordinários da Santíssima Virgem, são o de ter sido isenta do pecado original e o de ser a Mãe de Deus. Quanto a este último, Jesus nos disse: "Aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã, mãe" (Mat 12, 50)».«Por outro lado, nós somos mais felizes do que Ela, Maria, pois... Ela não teve a Santíssima Virgem para amar!... O que representa uma delícia a mais, para nós, e uma delícia a menos, para Ela!»

(Santa Teresa do Menino Jesus [1873-1897], carmelita, doutora da Igreja)

S. Josemaría Escrivá sobre Nossa Senhora das Dores

Nossa Senhora das Dores. “Mais forte a mulher do que o homem, e mais fiel na hora da dor. – Maria de Magdala, e Maria Cleofas, e Salomé!
Com um grupo de mulheres valentes, como essas, bem unidas à Virgem Dolorosa, que apostolado se não faria no mundo!”
.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Stabat Mater - Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736)

Nossa Senhora das Dores

A festa de hoje liga-se a uma antiga tradição cristã. Contam que, na Sexta-feira da Paixão, Maria Santíssima voltou a encontrar-se com Jesus, seu filho. Foi um encontro triste e muito doloroso, pois Jesus havia sido açoitado, torturado e exposto à humilhação pública. Coroado de espinhos, Jesus arrastava até ao Calvário a pesada cruz, para aí ser crucificado. Sua Mãe, ao vê-lo tão mal tratado, com a coroa de espinhos, sofre de dor. Perdendo as forças, caiu por terra, vergada pela dor e pelo sofrimento de ver Jesus prestes a morrer suspenso na cruz. Recobrando os sentidos, reuniu todas as suas forças, acompanhou o filho e permaneceu ao pé da Cruz até o fim.

Inicialmente, esta festa foi celebrada com o título de "Nossa Senhora da Piedade" e "Compaixão de Nossa Senhora". Depois, Bento XIII (1724-1730) promulgou a festa com o título de "Nossa Senhora das Dores".

Somos convidados, hoje, a meditar os episódios mais importantes que os Evangelhos nos apresentam sobre a participação de Maria na paixão, morte e ressurreição de Jesus: a profecia do velho Simeão (Lucas 2,33ss.); a fuga para o Egipto (Mateus 2,13ss.); a perda de Jesus aos doze anos, em Jerusalém (Lucas 2,41ss.); o caminho de Jesus para o Calvário (João 19:12ss.); a crucificação (João 19,17ss.); a deposição da cruz e o sepultamento (Lucas 23,50ss.).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Mulher, eis o teu filho!»

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja 
Poesia «Porque te amo, Maria»

Num dia em que os pecadores escutam a doutrina
D'Aquele que os queria receber no céu
Encontro-te com eles, Maria, na colina;
Alguém disse a Jesus que tu querias vê-Lo.
Então, o teu divino Filho, em frente de toda a multidão,
Do Seu amor por nós mostra a imensidão;
Ele diz: «Quem é a Minha mãe e quem são os Meus irmãos?» e 

«Quem é meu irmão, minha irmã e minha mãe, 
Senão aquele que faz a Minha vontade?» (cf Mt 12,48-50).
 
Ó Virgem Imaculada, das mães a mais terna,
Ao escutar Jesus, não te entristeces,
Mas alegras-te por Ele nos fazer entender
que a nossa alma se torna aqui na terra a Sua família.
Sim, alegras-te por Ele nos dar a Sua vida,
Os tesouros infinitos da Sua divindade!
Como poderia não te amar, ó minha mãe querida,
Vendo tanto amor e tanta humildade. [...]
 
Tu amas-nos verdadeiramente como Jesus nos ama
E, por nós, consentes em afastar-te d'Ele.
Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo;
Quiseste prová-lo permanecendo como nosso apoio.
O Salvador conhecia a tua imensa ternura,
Sabia dos segredos do teu coração maternal.
Refúgio dos pecadores, foi a ti que Ele nos entregou
Quando deixou a Sua cruz para nos esperar no céu. [...]
 
A casa de São João tornou-se o teu único abrigo;
O filho de Zebedeu vai substituir Jesus.
É o ultimo detalhe que nos dá o Evangelho,
Da Rainha dos Céus não me fala mais.
Mas o seu profundo silêncio, ó minha Mãe querida,
Não mostra que o próprio Verbo eterno
Quer ser Ele a cantar os segredos da tua vida
Para encantar os filhos, todos os eleitos do céu?
 
Em breve irei ouvir essa suave harmonia;
Em breve, no céu tão belo, te verei.
Tu, que me vieste sorrir na manhã da minha vida,
Vem sorrir-me uma vez mais [...] Mãe, eis chegada a noite!
Já não temo o esplendor da tua suprema glória;
Contigo sofri e quero agora
Cantar no teu regaço, Virgem, porque te amo
E dizer, para todo o sempre, que sou tua filha!

O Evangelho do dia 15 de setembro de 2012

Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa.

Jo 19, 25-27