Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Papa denuncia a "falácia" das ideologias de género que minam a dignidade da família (vídeos legendados em espanhol e inglês)

Afinal, o Papa retirou o boi e o jumento do presépio?

Imitação de Cristo, 3, 39, 3 - Que o homem não seja impaciente nos seus negócios

O verdadeiro progresso do homem consiste na abnegação de si mesmo, e quem assim se abnegou, goza grande liberdade e segurança. Contudo, o antigo inimigo, o adversário de todo o bem não desiste da tentação, armando dia e noite perigosas ciladas, para ver se pode precipitar algum incauto no laço do seu engano. Vigiai e orai, diz o Senhor, para que não entreis em tentação (Mt 26, 41).

Temos de ser humildes

Não ponhas o teu "eu" na tua saúde, no teu nome, na tua carreira, na tua ocupação, em cada passo que dás... Que coisa tão maçadora! Parece que te esqueceste que "tu" não tens nada, é tudo d'Ele. Quando ao longo do dia te sentires, talvez sem razão, humilhado; quando pensares que o teu critério deveria prevalecer; quando notares que a cada instante borbota o teu "eu", o teu, o teu, o teu..., convence-te de que estás a matar o tempo e que estás a precisar que "matem" o teu egoísmo. (Forja, 1050)

Pertransiit benefaciendo... Que fez Jesus para derramar tanto bem, e só bem, por onde quer que passou? Os Santos Evangelhos transmitiram-nos outra biografia de Jesus, resumida em três palavras latinas, que nos dá a resposta: erat subditus illis, obedecia. Hoje, que o ambiente está cheio de desobediência, de murmuração, de desunião, havemos de estimar especialmente a obediência.

Sou muito amigo da liberdade e precisamente por isso amo tanto essa virtude cristã. Devemos sentir-nos filhos de Deus e viver com o empenho de cumprir a vontade do nosso Pai, de realizar tudo segundo o querer de Deus, porque nos dá na gana, que é a razão mais sobrenatural.

O espírito do Opus Dei, que tenho procurado praticar e ensinar desde há mais de trinta e cinco anos, fez-me compreender e amar a liberdade pessoal. Quando Deus Nosso Senhor concede a sua graça aos homens, quando os chama com uma vocação específica, é como se lhes estendesse a mão, uma mão paternal, cheia de fortaleza, repleta sobretudo de amor, porque nos busca um a um, como filhas e filhos seus, e porque conhece a nossa debilidade. O Senhor espera que façamos o esforço de agarrar a sua mão, essa mão que Ele nos estende. Deus pede-nos um esforço, prova da nossa liberdade. E para conseguirmos isso, temos de ser humildes, temos de sentir-nos filhos pequenos e amar a bendita obediência com que respondemos à bendita paternidade de Deus. (Cristo que passa, 17) 

São Josemaría Escrivá

Bento XVI em 2008 falou em como os cristãos devem responder com esperança ao fim do mundo ... (vídeos em espanhol e inglês)

"A obra de Deus é que acrediteis naquele que Ele enviou"

O fundamento em que nos apoiamos é a fé. Sem fé, inútil esperar conseguir qualquer conforto espiritual... Que suporte poderia dar a Sagrada Escritura a alguém que não acreditasse que ela é a Palavra de Deus e que essa Palavra é verdadeira? Encontra-se nela bem pouco proveito se não se acredita que é a Palavra de Deus ou se, mesmo admitindo-o, se pensa que ela pode conter erros! Segundo a fé é mais ou menos forte, assim as palavras da Sagrada Escritura farão mais ou menos bem. Esta virtude da fé, nenhum homem a pode adquirir por si mesmo, nem a pode dar a outro... A fé é um dom gratuito de Deus e, tal como diz S. Tiago: "Todo o bem, toda a perfeição vem-nos do alto, do Pai das luzes" (Tg 1,17). É por isso que nós, que por muitas  razões sentimos que a nossa fé é fraca, Lhe pedimos que a fortaleça.

(Diálogo do Reconforto nas Tribulações - São Tomás Moro)

Rapsódia de músicas de Natal - piano

PRESENTE DE NATAL - Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

Era sempre a mesma coisa! Todos os anos, depois das festas do Natal e do novo Ano, prometia e jurava a pés juntos que, para a próxima, não iria deixar tudo para a última, que iria comprar os presentes com tempo, que não se deixaria levar pela lufa-lufa das vésperas, ao cumprir aquela cansativa mas necessária tradição de dar a alguns familiares e amigos, no dia do nascimento de Jesus, alguma pequena lembrança. Mas depois, por inadiáveis compromissos profissionais e não só, postergava sistematicamente a realização desse seu propósito, com a inevitável consequência de se ver obrigado a realizar essas compras precisamente quando as lojas pululavam de clientes e os centros comerciais, pejados de compradores compulsivos, pareciam imensos formigueiros de frenéticas térmitas.

Natal. O Natal é uma maçada! – desabafou para si mesmo, quando bateu com o nariz na porta daquela pequena loja de artigos de bom gosto, onde tencionava comprar alguma coisa para a sua mãe. A velha senhora, já octogenária, via com dificuldade e ouvia mal, para além de outros achaques próprios da idade, pelo que não era fácil encontrar um presente à medida das suas limitações. Mas, apesar disso, gostava de lhe levar sempre qualquer coisa, um mimo que, por insignificante que fosse, expressasse naquele dia o seu amor filial e a sua gratidão.

Quando chegou a abençoada noite de consoada, a que se seguiria, já depois da Missa do galo, a troca dos presentes, encontrou-se desesperadamente de mãos vazias. In extremis, tinha ainda ido à florista do bairro, na expectativa de que um bonito ramo o pudesse livrar de tão aflitivo apuro. Mas também essa tentativa saiu gorada: a simpática «dama das camélias» tinha abalado para a terra e fechado o estabelecimento, não sem antes o guarnecer com um intermitente voto luminoso de Boas Festas, obviamente «made in China».

Estava tudo perdido! Foi de mãos a abanar que tocou à porta da casa que a mãe abriu, com a ternura de sempre. Depois do cumprimento habitual, balbuciou uma desculpa qualquer, que a velha senhora não deixou concluir:

- Mas, meu filho, isso não importa, o que realmente interessa é que tu tenhas vindo!

A verdade é que a sua primeira reacção foi de alívio ante aquela indulgente amnistia maternal, mas só mais tarde lhe descobriu o seu verdadeiro sentido: o Natal não é só, nem principalmente, a festa dos presentes, mas a solenidade do Deus-presente, que se faz dom para a humanidade porque, como escreveu São João, «Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu», por presente, «o Seu Filho Unigénito, para que todo aquele que crê n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16). No Natal de há dois mil anos, Deus não nos deu nenhuma coisa, mas Alguém: deu-Se a Ele mesmo na pessoa do seu Filho, Jesus.

Neste Natal dê presentes, mas sobretudo dê-se como presente aos outros: em vez do filho, marido, mulher, pai ou mãe ausente, em vez do familiar ou amigo esquecido; em vez do colega ou vizinho distante; seja um filho-presente, uma mãe ou um pai-presente, uma familiar-presente, uma amigo-presente, um colega-presente, um vizinho-presente.

Dar presentes é bom, como fizeram os magos e, certamente, os pastores, mas ser presente é muito melhor, porque é ser como Jesus e dar aos outros aquela inefável alegria que, na pobreza do presépio de Belém, experimentaram tão intensamente Maria e José.

Um Santo Natal!


P. Gonçalo Portocarrero de Almada
(2009)

Conto de Natal (2012) de Joaquim Mexia Alves

A tarde chegava rapidamente ao fim.
Era Inverno, e por isso mesmo, muito cedo o Sol baixava por entre as árvores.
Estava cansada, muito cansada!
Tinha passado todo o dia à beira da estrada, à espera, numa vida em que se tinha embrenhado e a envergonhava, mas da qual não arranjava forças para sair.
E diziam que a prostituição era uma vida fácil!
Pior ainda, pois tinha que à noite ir para aquele bar, fazer de conta que estava bem-disposta e gostava daquela vida!

Reconhecia que o enorme cansaço que sentia era muito mais psíquico, do que físico.
Há tempos que a ideia de sair daquela vida, era um constante pensamento, que em todos os momentos lhe tirava o descanso e o pouco bem-estar que ainda pudesse sentir.

Lembrava-se bem do namoro com aquele rapaz, que parecia ter tudo o necessário para acabar num feliz casamento. Depois engravidou, e começaram as complicações.
Ele apresentou-lhe aquele “amigo” e quando deu por si estava num bar a beber taças de suposto “champagne”, com homens que não conhecia. Daí até ao sexo pago foi um instante!
Vá lá, tinha resistido ao aborto, e aquela filha que estava em casa, era agora a sua única razão de viver.

Ao princípio tudo pareceu fácil, e até se convenceu que não fazia mal nenhum a ninguém, nem a ela própria. Já que tinha aquele corpo, aproveitava-o para ganhar dinheiro e depois …
Depois haveria de sair daquela vida.

Tantas promessas daquele patife!
Era preciso agora ganhar dinheiro, dizia ele, e depois quando tivessem um “pé-de-meia”, partiriam para outras paragens onde não os conhecessem, e haviam de viver felizes.
Mas não era possível fazer nenhuma poupança, porque ele tirava-lhe tudo o que trazia para casa, para gastar com os amigos. E quando o que trazia deixou de chegar para tudo o que ele queria, começou a obriga-la a ir para a estrada, onde ainda se sentia mais aviltada e destruída.
Há já há algum tempo que sentia vergonha de si própria e agora que os anos iam passando preocupava-se muito mais com o futuro da sua filha, e com o facto de um dia ela poder saber o que era a sua vida.

Veio-lhe à memória a casa dos seus pais.
Não era gente com dinheiro, mas era gente de amor e lembrava-se bem do carinho com que a tratavam, (era filha única), e dos exaustivos conselhos do seu pai acerca daquele namorado que, dizia ele, não prestava para nada. Mas a juventude que julga tudo saber, tinha-a levado a sair de casa para seguir o seu grande amor!

Grande amor???
Se pudesse agora ver-se livre dele, seria o melhor presente de Natal que alguém lhe podia dar, porque, lembrou-se, era dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, a noite dos presentes em casa dos seus pais.

Uma tristeza profunda estremeceu-a!
Não, não iria passar mais esta noite de Natal naquele bar, vivendo aquela vida!
Tomou uma decisão e disse para si mesma: Vou passar por casa à hora que ele não está, (deixo um recado com uma desculpa qualquer), pego na menina, e vou passar a noite de Natal a casa dos meus pais, pois tenho a certeza de que me hão-de receber.

Tomada a decisão, pareceu-lhe sentir um alívio imenso no cansaço que a assolava.
Chegou a casa, tomou um banho rápido, desejando que mais do que o corpo, lhe fosse lavada a “alma” para se poder encontrar com os seus pais. Escreveu uma qualquer desculpa num papel, pegou na filha e saiu rapidamente para a casa da sua infância, que ficava numa terra muito próxima.

Passado pouco tempo já batia à porta da casa onde tinha crescido e brincado com tanta felicidade. A porta abriu-se, e, ao espanto inicial, sucederam-se quatro braços que a apertavam e esmagavam de amor!
Já na sala começou a ensaiar um discurso de desculpas, de justificação, mas os seus pais disseram-lhe com carinho para se calar, sentar no sofá, pôr os pés em cima da mesa pequena e descansar, porque se tinham apercebido do seu enorme cansaço.
Pegaram na neta e foram para o quarto ao lado.

Ela sentiu-se num casulo de amor!
Um calor inexplicável fazia-se sentir no seu coração e ela fechou os olhos desejando que aquele momento nunca mais acabasse.
Sem saber como, viu-se de repente no meio da praça da sua terra e muita gente à sua volta, gesticulando e gritando.
Percebeu que a insultavam, lhe chamavam prostituta e que a queriam expulsar da sua terra.
Cheia de medo e vergonha, as lágrimas corriam-lhe pela cara abaixo.
Viu então um homem que se destacou do meio de toda aquela gente, e com uma voz cheia de força, mas de carinho também, disse: Aquele que de vocês que nunca errou ou cometeu nenhum mal, pegue no braço dela e leve-a até aos limites aqui da terra.

E ao dizer isto, aquele homem olhava-os nos olhos, firmemente.
Lentamente deixaram de se ouvir gritos, todos aqueles homens e mulheres baixaram as cabeças e começaram a sair da praça, em silêncio.
Então o homem aproximou-se dela, enxugou-lhe as lágrimas com os seus dedos e disse-lhe:
Pelos vistos ninguém te expulsou! Também eu não te expulso, antes te abraço! Vai à tua vida, mas muda-a enquanto podes!

Pareceu-lhe que o homem lhe pegava no braço, mas quando acordou percebeu que era o seu pai que delicadamente lhe dizia: Anda, vem comer, a ceia de Natal está na mesa!

Lembrou-se da catequese em criança e da passagem bíblica em que queriam apedrejar a mulher adúltera, e percebeu que num sonho Deus lhe tinha “falado”, e dado uma nova oportunidade para a sua vida.
Tinha finalmente a força de que necessitava para pôr fim àquela vida!

Soube naquele momento que tudo tinha mudado e que não voltaria a fazer da sua vida a desgraça que até então vivia.
E alegrou-se, por ela, pela sua filha, pelos seus pais.
Feliz aproximou-se da mesa e a sua mãe disse-lhe: Como estavas a dormir, foi a tua filha que colocou o Menino Jesus no presépio.

Olhou para os seus pais com todo o carinho de que era capaz, pegou na sua filha ao colo e disse:
O Menino Jesus já não está no presépio. Está no meu coração!
  
Marinha Grande 10 de Dezembro de 2012

Com este Conto de Natal, desejo a todas as amigas e todos os amigos que lêem este blogue (‘Que é a Verdade?’ AQUI) um Santo Natal, na paz e no amor de Deus em suas famílias.

Joaquim Mexia Alves AQUI

A simplicidade do Natal - Pe. Rodrigo Lynce de Faria

«Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura» (Lc 2, 11-12). Com estas singelas palavras, o Anjo comunica aos pastores o sublime acontecimento da Noite de Natal.

Deus acaba de nascer. Vem ao mundo — criado por Ele — e vem para nos salvar. Não vem simplesmente para nos fazer uma visita de cortesia. Isso já seria muito! No entanto, para Deus, isso seria muito pouco. Veio para habitar entre nós. Veio revelar-nos o Seu infinito Amor. Veio para morrer na Cruz e abrir-nos assim as portas do Céu. É que cada um de nós vale muito: sejamos grandes ou pequenos, fortes ou frágeis, nascidos ou ainda por nascer.

E qual foi o sinal escolhido por Deus para nos indicar que já chegou? Um maravilhoso palácio repleto de riquezas e múltiplos confortos? Não, esse não foi o sinal anunciado pelo Anjo aos pastores. O sinal escolhido por Deus, por insólito que pareça, é um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura, porque não havia para ele lugar na pousada.

«O sinal de Deus é a simplicidade» — disse Bento XVI numa Noite de Natal. Sem simplicidade, não conseguimos “sintonizar” com o mistério do Natal. É necessário parar, fomentar o silêncio interior — quanto barulho e ruído à nossa volta! — e contemplar o presépio com simplicidade. Com a simplicidade de uma criança apercebemo-nos de que tudo no Natal é maravilhoso e encantador.

Como Deus é grande! E — ao mesmo tempo e sem nenhuma contradição — como Deus é simples! Porque é que, tantas vezes, complicamos a nossa vida e a dos outros? Porque é que, tantas vezes, procuramos o êxito a todo o custo em assuntos secundários — passageiros e efémeros — e nos esquecemos do principal? Porque é que, tantas vezes, trocamos a luz do Amor que vem do presépio — a luz de que mais necessitamos para viver — pelo brilho fugaz do nosso orgulho e do nosso egoísmo?

Lá está: falta-nos simplicidade! Simplicidade para chamar ‘ao pão, pão e ao queijo, queijo’. Simplicidade para não esquecer que a nossa vida vale muito mais do que o ouro — ela vale uma eternidade! Simplicidade para perguntarmo-nos: se a minha vida não servir para corresponder ao Amor de Deus por mim vai servir para quê? Para ir andando? Andando para onde?

Conta-nos São Lucas que os pastores regressaram para suas casas glorificando e louvando a Deus — cheios de alegria — simplesmente por terem visto o sinal. Mas atenção: eles não viram nenhum milagre! Viram “somente” um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. Mas viram-no — claro está — com simplicidade de coração. Oxalá não nos falte essa simplicidade ao contemplar o presépio na Noite de Natal! Assim, tal como os pastores, receberemos de Deus uma alegria profunda e genuína que tudo o que é passageiro não nos pode dar.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Antífona "O" Sapientia - Gregoriano

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1937

“Humildade, humildade, quanto custa! É falsa humildade a que leva a desistir dos direitos do cargo. Não é soberba, fazer sentir o peso da autoridade agindo, quando assim o exige o cumprimento da santa Vontade de Deus”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

O Grande Catequista

Bento XVI a um ritmo impressionante e quase diário, proporciona-nos permanente matéria de leitura e reflexão, revelando uma extraordinária capacidade de catequese que nos cumpre absorver no limite das nossas capacidades, mas sempre certos que na sua génese está a solidez inexpugnável da doutrina católica, ou seja, Jesus Cristo Nosso Senhor.

Façamos um redobrado esforço por acompanhar Bento XVI, pois o esforço, e ao falar em esforço, refiro-me à disponibilidade intelectual e de tempo para ler e mastigar devidamente os riquíssimos conteúdos que nos são propostos e que são comparáveis ao melhor e mais rico legado que nos foi deixado ao longo dos séculos por Santos, Doutores da Igreja e Padres.

É óbvio, que as Sagradas Escrituras são a fonte Divina de toda a nossa Fé, mas o contributo para a sua melhor interpretação, compreensão e vivência dado por inúmeros Santos e Papas, tem sido ao longo da história de grande relevância. Ora sucede, que quis Deus Nosso Senhor, que o sucessor de Pedro neste início do século XXI fosse um teólogo de excepção, e devemos estar-Lhe gratos por tal e não deixarmos escapar esta extraordinária circunstância.

Terminamos agradecendo ao Senhor o extraordinário Papa que nos ofereceu e pedindo-Lhe que o ilumine e proteja para o bem da Sua e nossa Santa Madre Igreja.

«Creio para compreender e compreendo para crer melhor» (Santo Agostinho)

JPR

São Pedro Canísio, modelo de pregador e testemunha cristã

O anúncio cristão, e o ministério dos padres e fiéis, “é incisivo e produz nos corações frutos de salvação, só se o pregador for testemunha pessoal de Jesus e souber ser instrumento de vida moral, através da oração incessante e do amor; isto vale para qualquer cristão que queira viver com empenho e fidelidade a sua adesão a Cristo”. Considerações de Bento XVI, na audiência geral dedicada a São Pedro Canísio (1521-1597), “doutor da Igreja”, jesuíta holandês que actuou sobretudo na Alemanha, nos tempos da Reforma protestante. 

“A vida cristã não cresce – sublinhou o Papa – se não for alimentada pela participação na liturgia e pela oração pessoal quotidiana, pelo contacto pessoal com Deus: no meio das mil actividades e dos múltiplos estímulos do dia a dia, é necessário encontrar cada dia momentos de recolhimento perante o Senhor, para O escutar e falar com Ele” – recomendou.

Bento XVI explicou as características de pregador de São Pedro Canísio, cujos catecismos formaram gerações e gerações de católicos, ao longo de séculos. “Em tempos de fortes contrastes confessionais (observou), ele evitava asperezas e a retórica da ira”, expondo a doutrina o mais possível numa linguagem bíblica e sem tons polémicos. Revelando um amplo e penetrante conhecimento da Sagrada Escritura e dos Padres da Igreja, as obras de São Pedro Canísio, de uma austera espiritualidade, visavam propor simplesmente os conteúdos da fé católica, revitalizando a fé da Igreja



(Bento XVI - Audiência geral de 09-II-2011)

S. Pedro Canísio, presbítero, Doutor da Igreja, †1597

Nasceu em 1521, em Nimega (Holanda). Estudou em Colónia e entrou na Companhia de Jesus. Foi ordenado sacerdote em 1546. Destinado à Alemanha,trabalhou denodadamente na defesa da fé católica com seus escritos e pregação. Publicou numerosas obras, entre as quais se destaca o seu Catecismo. Morreu em Friburgo (Suíça), no ano de 1597.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Maria levantou-se e partiu à pressa para a montanha»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Comentário ao Evangelho de Lucas, II, 19ss.; SC 45


É normal que todos os que querem que se acredite neles dêem razões para se acreditar. Foi por isso que o anjo [...] anunciou a Maria, a virgem, que uma mulher idosa e estéril se tornara mãe, mostrando assim que Deus pode fazer tudo o que quiser. Assim que Maria soube disto partiu para as montanhas ─ não por falta de fé na profecia, nem pela incerteza perante este anúncio, nem por dúvida [...], mas na alegria do seu desejo, para cumprir um dever religioso, na urgência da alegria. Doravante cheia de Deus, como poderia Ela não se elevar apressadamente às alturas? Os raciocínios lentos são estranhos à graça do Espírito Santo.



Até então, Maria vivia sozinha, retirada do mundo exterior; mas nem o pudor de partir publicamente, nem as escarpas das montanhas, nem a lonjura do caminho a detiveram no seu desejo de servir. Esta virgem apressa-se a subir às alturas, é uma virgem que pensa em servir e que esquece as dificuldades; a caridade é a sua força [...]; deixa a sua casa e parte. [...] Vós que apreendestes a delicadeza de Maria; apreendei também a sua humildade. A mais nova vem ter com a mais velha [...], a que é superior vem ter com a que é inferior: Maria vai ter com Isabel, Cristo vai ter com João, como mais tarde o Senhor irá ser baptizado por João, para consagrar o baptismo. E imediatamente se manifestam os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, porque «quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo». [...] As duas mulheres falam da graça que lhes foi dada; as duas crianças realizam esta graça e arrastam as mães para este mistério da misericórdia.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 21 de Dezembro de 2012

Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, logo que Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo; e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. Donde a mim esta dita, que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão-de cumprir as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor».

Lc 1, 39-45