Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Nós e Deus

O mundo não é uma propriedade para devastar mas um dom do Criador


Tem ainda sentido falar de criação na época da ciência e da técnica? Uma pergunta preocupante, que Bento XVI propôs à reflexão dos fiéis presentes na audiência geral de quarta-feira 6 de Fevereiro. Ou talvez provocatória, se se calcula que é feita a uma humanidade dominada pela tentação de construir sozinha o mundo no qual vive, disse o Papa explicando o sentido da sua pergunta, propenso a "não aceitar os limites do ser criatura, os limites do bem e do mal" e que considera a sua dependência do amor de Deus "como um peso do qual se libertar".

É sempre este o "núcleo da tentação": considerar a aliança com Deus como "uma corrente que amarra, que priva da liberdade e das coisas boas e preciosas da vida". Mas é precisamente esta convicção, esta "mentira" como lhe chama o Pontífice, que "altera a relação com Deus" e que induz o homem a pôr-se no seu lugar. Disto deriva que quanto Deus criou de bom "aliás - especificou o Papa - de muito bom", depois da livre escolha do homem a favor da mentira e contra a verdade, "o mal entra no mundo", com toda a sua bagagem de dor e sofrimento. E citando ainda o Génesis o Pontífice quis evidenciar outro ensinamento oferecido pelo livro das narrações da criação: "o pecado - disse - gera pecado e todos os pecados da história estão ligados entre si". Tudo deriva, acrescentou, de uma realidade que parece difícil de compreender, o pecado original. Com a ajuda do Catecismo da Igreja Católica, Bento XVI fez notar a propósito que o primeiro pecado do homem foi ter-se "escolhido a si mesmo contra Deus". Portanto, destruiu a relação que se tinha instaurado com o Pai e quis "pôr-se no lugar de Deus". Viver de fé, acrescentou o Papa, significa ao contrário "reconhecer a grandeza de Deus, aceitar a nossa pequenez, a nossa condição de criatura, deixando que o Senhor a preencha com o seu amor". A fé esclarece também o mistério do mal e dá-nos a certeza de nos podermos libertar dele; "a certeza - concluiu Bento XVI enfim - que é bom ser homem".

(© L'Osservatore Romano - 10 de Fevereiro de 2013)

Amar a Cristo...

Senhor vivermos coerentemente segundo os Vossos ensinamentos, nunca foi fácil e não constitui surpresa. 

Pedimos-Te que nos mantenhas a cerviz direita para jamais abdicarmos de viver segundo a Tua Luz e podermos andar de cabeça bem erguida, mesmo se circunstancialmente esse andar não agrade a alguns dos nossos irmãos católicos.


Louvado sejais por tudo o que me ensinaste!


JPR

Encontrar Cristo, segui-Lo e amá-Lo no meio da azáfama da vida

… Deus pôs no coração de S. Josemaria o anseio de fazer compreender às pessoas de qualquer estado, condição ou ofício, esta doutrina: a vida corrente pode ser santa e cheia de Deus; o Senhor chama-nos a santificar o trabalho quotidiano, porque aí está também a perfeição do cristão [9]. E iluminou-o para fundar o Opus Dei, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos do cristão [10]. O seu espirito é um guia seguro para os que desejam encontrar Cristo, segui-Lo e amá-Lo no meio da azáfama da vida, em todas as encruzilhadas da Terra.

[9]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 148.
[10]. Oração a S. Josemaria.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2013)

Pe. Duarte Sousa Lara fala do exorcismo

Imitação de Cristo, 3, 50, 1-5/2 - Como o homem angustiado se deve entregar nas mãos de Deus


Enganam-se, frequentemente  os homens em seus juízos, e não menos se enganam os mundanos, porque só amam as coisas visíveis. Porventura ficará melhor o homem porque outro o louva? O mentiroso engana ao mentiroso, o vaidoso ao vaidoso, o cego ao cego, o doente ao doente, em lhe fazendo elogios; e na verdade, antes o confunde em lhe tecendo vãos louvores. Porque, quanto cada um é aos olhos de Deus, tanto é e nada mais, diz o humilde S. Francisco.

Comunhão dos Santos

Vivei uma particular Comunhão dos Santos: e cada um sentirá, à hora da luta interior, e à hora do trabalho profissional, a alegria e a força de não estar só. (Caminho, 545)

Há instantes, antes do lavabo, invocámos o Espírito Santo, pedindo-Lhe que abençoasse o Sacrifício oferecido ao Seu Santo Nome. Terminada a purificação, dirigimo-nos à Trindade – Suscipe, Sancta Trinitas –, para que receba o que apresentamos em memória da Vida, da Paixão, da Ressurreição e da Ascensão de Cristo, em honra de Maria, sempre Virgem, e em honra de todos os santos.

A oblação deve redundar em benefício de todos – Orate, fratres, reza o sacerdote –, porque este sacrifício é meu e vosso, de toda a Igreja Santa. Orai, irmãos, mesmo que sejam poucos os que se encontram reunidos, mesmo que se encontre materialmente presente apenas um cristão ou até só o celebrante, porque uma Missa é sempre o holocausto universal, o resgate de todas as tribos e línguas e povos e nações!

Todos os cristãos, pela comunhão dos Santos, recebem as graças de cada Missa, quer se celebre diante de milhares de pessoas, quer haja apenas como único assistente um menino, possivelmente distraído, a ajudar o sacerdote. Tanto num caso como noutro, a Terra e o Céu unem-se para entoar com os Anjos do Senhor: Sanctus, Sanctus, Sanctus... (Cristo que passa, 89)

São Josemaría Escrivá

«Afasta-Te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.»

Catecismo da Igreja Católica 
§§ 311-312


Os anjos e os homens, criaturas inteligentes e livres, devem caminhar para o seu último destino por livre escolha e amor preferencial. Podem, por conseguinte, desviar-se. De facto, pecaram. Foi assim que entrou no mundo o mal moral, incomensuravelmente mais grave que o mal físico. Deus não é, de modo algum, nem directa nem indirectamente, causa do mal moral (151). No entanto, permite-o por respeito pela liberdade da sua criatura e misteriosamente sabe tirar dele o bem:

«Deus todo-poderoso [...] sendo soberanamente bom, nunca permitiria que qualquer mal existisse nas suas obras se não fosse suficientemente poderoso e bom para do próprio mal, fazer surgir o bem» (152).

312. Assim, com o tempo, é possível descobrir que Deus, na sua omni­potente Providência, pode tirar um bem das consequências dum mal (mesmo moral), causado pelas criaturas: «Não, não fostes vós – diz José a seus irmãos – que me fizestes vir para aqui. Foi Deus. [...] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem [...] e um povo numeroso foi salvo» (Gn, 45, 8; 50, 20) (153). Do maior mal moral jamais praticado, como foi o repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos os homens, Deus, pela superabundância da sua graça (154), tirou o maior dos bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção. Mas nem por isso o mal se transforma em bem.

(Fonte Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 10 de fevereiro de 2013

Um dia, comprimindo-se as multidões em volta d'Ele para ouvir a palavra de Deus, Jesus estava junto do lago de Genesaré. Viu duas barcas acostadas à margem do lago; os pescadores tinham saído e lavavam as redes. Entrando numa destas barcas, que era a de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois, estando sentado, ensinava o povo desde a barca. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo, e lançai as redes para pescar». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, tendo trabalhado toda a noite, não apanhámos nada; porém, sobre a Tua palavra, lançarei as redes». Tendo feito isto, apanharam tão grande quantidade de peixes, que as redes se rompiam. Então fizeram sinal aos companheiros, que estavam na outra barca, para que os viessem ajudar. Vieram e encheram tanto ambas as barcas, que quase se afundavam. Simão Pedro, vendo isto, lançou-se aos pés de Jesus, dizendo: «Afasta-Te de mim, Senhor, pois eu sou um homem pecador». Porque, tanto ele como todos os que se encontravam com ele, ficaram possuídos de espanto, por causa da pesca que tinham feito. O mesmo tinha acontecido a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não tenhas medo; desta hora em diante serás pescador de homens». Trazidas as barcas para terra, deixando tudo, seguiram-n'O.

Lc 5, 1-11

O futuro é nosso!

«É bom que existam estas diversidades (Pedro e Paulo). Também hoje existem os diferentes carismas e temperamentos, que não se opõem, mas unem-se na fé comum»

«Como cristãos temos o futuro, o futuro é de Deus e assim sabemos que a árvore da Igreja não é uma árvore moribunda, mas que cresce sempre de novo. Temos razões para não nos deixarmos impressionar, como afirmou o Papa João, pelos profetas da desgraça, que dizem: sim é verdade que a árvore cresceu durante dois mil anos, mas agora é o tempo em que morre. Não! A Igreja nasce sempre e renova-se sempre. O futuro é nosso».

(Bento XVI em Lectio Divina e falando sem texto escrito a seminaristas em Roma na tarde de 08.02.20133 excertos com tradução a partir do italiano de JPR)

Vídeo da ocasião em italiano

"Carnaval"

Embora não dispense uma boa comédia, aprecie uma excelente anedota e tenha amigos de óptimo humor, não gosto do Carnaval. E nem sequer é pelo facto de ser o pórtico de acesso ao rigor penitencial da Quaresma.

Mesmo miúdo, não me disfarçava. Sempre detestei as bombinhas de mau cheiro, que alguns colegas faziam explodir na sala de aula, obrigando-nos a suportar o horroroso pivete. As bisnagas também não faziam o meu género: para além de não achar divertido molhar os outros, achava cobarde a atitude de atacar o próximo, com um esguicho de água, e depois bater em retirada.

Do Carnaval só se aproveitavam as férias, a meio do segundo período que, quando a Páscoa era alta, era longo de mais.

Num mundo em que a mentira parece ser a regra e a autenticidade a excepção, o Carnaval não faz sentido. Para quê pôr uma máscara, se tantas pessoas já andam escondidas atrás de uma careta falsa?! Para quê uma partida, se a regra parece ser a da irresponsabilidade? Qual a graça de uma fuga precipitada, se a impunidade campeia?

No dia primeiro de Abril, em que alguns festejam o dia das mentiras, outra lamentável efeméride do nosso calendário laico, há quem se divirta a enganar os outros. Jornais há que alinham com alguma notícia falsa, embora seja cada vez mais difícil saber qual é a que se pretende que o seja, para cumprir com a data.


Salvo melhor opinião, que tal marcar a diferença pela alegria da verdade, todos os dias, na autenticidade de se ser quem é e de se responder sempre, de caras, pelos próprios actos?

Gonçalo Portocarrero de Almada

(Fonte: ‘i’ online AQUI seleção de imagens do blogue)

Três sacerdotes alemães são finalistas na qualificação do seu país para o festival da Eurovisão cantando um hino medieval em gregoriano (vídeos em espanhol e inglês)

'Os defeitos dos outros' pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Era já de provecta idade. Considerava-se, com toda a humildade, um verdadeiro especialista em obras de arte. Um dia, foi visitar um museu com um grupo de amigos. Logo no início da visita, começou a manifestar as suas contundentes opiniões. Inadvertidamente, tinha-se esquecido dos óculos em casa. Mesmo assim, não se coibiu de satirizar as diferentes pinturas com a sua veemência característica.

Ao parar diante de um “retrato”, analisou-o com ar arrogante: «O homem está mal vestido. O artista cometeu um erro de palmatória. O modelo é demasiado vulgar. Resumindo e concluindo: esta pintura não tem qualidade nenhuma». A sua mulher, ao aperceber-se da barraca que o marido armava, aproximou-se discretamente e sussurrou-lhe: «Querido, estás a olhar para um espelho». Moral da história: custa-nos reconhecer os nossos defeitos. Quando os vemos nos outros, parecem-nos muito grandes.

Além disso, também podemos concluir que, muitas vezes, o melhor modo de nos darmos conta da necessidade que temos de lutar contra os nossos defeitos é vê-los “encarnados” noutra pessoa. Nesse caso, os defeitos vêem-se com objectividade, sem névoas que procedem do nosso amor-próprio.

Desaparece a típica indulgência automática que possuímos connosco próprios. Os defeitos aparecem como aquilo que são: algo mais vivo, mais áspero, menos agradável, mais necessitado de uma mudança urgente. As nossas imperfeições ― contempladas com a realidade que dá ver as coisas com uma perspectiva exterior ― parecem-nos menos lógicas e muito menos desculpáveis. Para melhorarmos, é preciso que não tenhamos medo de olharmos para elas cara a cara, chamá-las pelo seu nome e esforçar-nos por erradicá-las sem falsas compreensões.

O esforço é exigente, sem dúvida nenhuma. Mas, evidentemente, vale a pena. Não é nada fácil reconhecer os nossos defeitos e admitir a necessidade de esforçarmo-nos por superá-los. Mesmo não sendo fácil, esse passo prévio é fundamental para podermos melhorar com o passar do tempo. Não basta deixarmos os anos correrem.

O passar dos anos melhora o vinho do Porto ― mas não o nosso carácter. O que aperfeiçoa o nosso carácter é o esforço por arrancar ― ou pelo menos diminuir ― as nossas imperfeições. E não nos enganemos: sem uma visão objectiva dessas imperfeições não há esforço de nenhum tipo. Ficam só os desejos genéricos de «mudar alguma coisa para que fique tudo na mesma».

Todos possuímos ― sabe-se lá porquê ― uma grande perspicácia para ver os defeitos dos outros e uma enorme dificuldade para vislumbrar os próprios. Talvez porque, como diz o ditado, nunca ninguém é bom juiz em causa própria.

Sabendo disso, podíamos avançar muito se, cada vez que vemos noutra pessoa um defeito, nos examinássemos sinceramente para ver se também nós não o temos num grau superior. Isso por uma razão muito simples: porque, geralmente, os defeitos que mais nos custam a aceitar nas outras pessoas são precisamente aqueles que nós possuímos. Estamos a olhar para um espelho.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Coração aberto para os que mais precisam

O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. 
(Bento XVI in Mensagem para a Quaresma de 2012)

'ÉTICA BESTIAL' por Gonçalo Portocarrero de Almada

Nas suas Memórias do Tempo de Vésperas, o Prof. Adriano Moreira conta que era da praxe dos finalistas de Direito uma visita ao Jardim Zoológico, a cuja direcção então presidia o Prof. Emídio da Silva. Com picardia universitária, o representante do curso cumprimentava-o nos seguintes termos: «Estando no Jardim Zoológico, não podíamos deixar de visitar o Senhor Professor!». O mestre, imperturbável, respondia com amável hospitalidade: «Estão em vossa casa!». 

A propósito de animais, o «The New York Times» recentemente noticiou terem sido detectados comportamentos «homossexuais» em 450 espécies zoológicas, entre as quais cita as moscas de esterco e alguns primatas. Muito embora tais atitudes sejam, também no reino animal, absolutamente invulgares, porque a regra é o acasalamento entre machos e fêmeas, não faltou quem quisesse transpor essa excepção para a sexualidade humana, concluindo a «naturalidade» dos comportamentos homossexuais. 

A referência a uma eventual «homossexualidade» animal não é inocente, porque indicia uma oculta intenção: a de humanizar os comportamentos animais ou, melhor dizendo, animalizar a sexualidade humana. Assim, a principal referência seria agora a etiologia animal, convertida em padrão do que é genuinamente natural e, por isso, normal, ou seja, norma social e ética universal. Porque o que é natural, é bom.

É antiga a ambiguidade neste âmbito. Quando o Bambi chora de dor, o Dumbo é um exemplo de lealdade na amizade e o rei da selva é trespassado pelas setas de Cupido, não é apenas o mundo irracional que é antropomorfizado, mas a condição humana que é reduzida à mera dimensão animal. O que é humanamente natural já não é o racional e social, mas o que é mais imediato e mais instintivo, o que é primário e espontâneo.

Mas, afinal, o que é natural?! Num ser irracional, o instinto é normal, mas não assim na criatura racional. É natural que um cão satisfaça publicamente as suas necessidades fisiológicas, mas já não seria natural que o seu dono procedesse do mesmo modo. É por isso que não é notícia que um cão morda um homem, mas sim o contrário. Natural, no homem, não é apenas nem principalmente o que é inato, mas o que é de acordo com a sua natureza, ou seja, racional.

É natural ganir ou ladrar, mas não para um ser humano, para quem não seriam normais tais irracionalidades. Mesmo quando o homem, dada a sua condição corpórea ou «animal», é acometido por alguma irreprimível reacção orgânica, como espirrar, bocejar, ou transpirar, procura racionalizar e socializar essas manifestações físicas, pois uma atitude de total desinibição seria inconveniente e irracional e, portanto, anormal. 

A ética não é meramente descritiva do que são as pulsões inatas do indivíduo, mas a racionalização das suas tendências imediatas em ordem ao bem comum: é próprio do ser humano viver de uma forma inteligente a sua atracção sexual, pelo que não faz sentido procurar, no reino animal, referências que possam pautar o comportamento humano. Legitimar o que é instintivo e animal, à conta de que é natural, é renunciar à dignidade da criatura racional e rebaixar o homem à sua condição animal, abdicando do que lhe é próprio e específico, ou seja, a sua dimensão intelectual e espiritual.

Todos os seres humanos, quaisquer que sejam as suas tendências ou opções, merecem todo o respeito devido à sua dignidade, mas isso não implica a legitimação de todos os seus actos. Um documentário sobre bisontes rematava com a seguinte «moral»: o homem tem muito a aprender com estes animais! Não me senti minimamente aludido, não sei se por não me seduzirem as manadas. Mas há quem ache consoladora a analogia entre certos comportamentos humanos e as práticas sexuais de algumas moscas e macacos que, segundo a referida fonte, têm, por via de excepção, relacionamentos íntimos com animais do seu mesmo género. Convenhamos que, se esse é o paradigma da sua moralidade, essa ética é mesmo … bestial.

Gonçalo Portocarrero de Almada

'Desabafo' para que a memória não se apague

Recordemo-la jovem e saudável
Quando soube da morte de Eluana Englaro em Itália após 17 anos em estado de coma, pedi ao Senhor que a recebesse no seu Reino e que perdoasse o Pai desta jovem italiana pela falta de visão sobrenatural do sofrimento, pois dificilmente concebo que tenha agido pensando exclusivamente que estaria a servir o interesse da filha. Ter-se-á sentido aliviado provavelmente e isso tê-lo-á consolado momentaneamente, embora esquecendo-se que não lhe cabia decidir sobre a vida filha, pois ela era de Deus e só Dele, que nos criou.

Também sou Pai com dois filhos em idades precisamente de menos uma ano um e de mais um, a minha filha, em relação a Eluana , é certo que o Senhor não me pediu para suportar o sofrimento a que esteve e certamente ainda estará submetido o Pai desta, mas espero estar preparado para tudo o que for a sua vontade, doutra forma não faria sentido rezar-Lhe todos os dias na Santa Missa ou no Terço «seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu» e é a Ele que pertence a nossa vida, e em circunstância alguma temos o direito, seja em que contexto for, de dispor dela, por muito grande que seja o nosso sofrimento, antes devemos ser fortes e oferecer-Lhe esse mesmo sofrimento certos de que nos dará «cem por um» (Mc 4, 8).

Amanhã já ninguém falará de Eluana, deixará de ser notícia e de arma de arremesso contra a Igreja, mas infelizmente continuar-se-ão a cometer violações brutais contra a vida e haverá quem capitalize politicamente com o tema.

A este propósito, ocorreu-me um discurso recente do Presidente Obama num templo, em que de uma forma surpreendentemente leviana, populista e demagógica citava as Sagradas Escrituras, para justificar o injustificável, ou seja, que o agradar à sociedade requeria equilíbrio em que os valores não contam desde que se esteja a contribuir para o agrado de uma maioria. Pois é, Hitler quando subiu ao poder também obteve uma maioria relativa nas eleições e é unanimemente reconhecido que no auge do seu regime, era apoiado pela maioria do povo alemão, e depois viu-se.

Palavras como consciência e valores de nada valem, se pronunciadas em alguns ambientes, demasiados para o meu conceito de vida, são sinónimo de chacota e segregação, mas o Senhor não nos prometeu vida terrena fácil, mas em contrapartida prometeu-nos o Reino dos Céus e Ele merece todos os sacrifícios e provações a que possamos ser submetidos.

Lisboa, 8 de Fevereiro de 2009


JPR

A importância dos leigos

"Uma vez mais se vê aqui a necessidade de contar com leigos católicos comprometidos, eloquentes e bem formados, dotados de um forte sentido crítico frente à cultura dominante e com audácia para contrariar um secularismo redutor que negaria a legitimidade da participação da Igreja no debate público sobre questões que são decisivas para o futuro da sociedade americana."

(Bento XVI em discurso a um grupo de bispos dos Estados Unidos em visita ad limina’ em 2012)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975

“Meus filhos, aquele ignem veni mittere in terram, vim trazer fogo à terra, deve-nos queimar a alma. E temos de estar decididos, absolutamente decididos, a dizer ao Senhor:ecce ego quia vocasti me!, aqui me tens!, porque me chamaste a ser cristão”, diz perante milhares de pessoas em Caracas, Venezuela.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Brevíssimo comentário ao Evangelho de hoje...

Façamos também nós como as multidões de que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 6, 30-34) e sigamos sem hesitação o Senhor e com humildade reconheçamos que também nós somos ovelhas a precisar do Bom Pastor que é Jesus Cristo.

Louvado seja Deus Nosso Senhor que nos assegura o alimento para a alma e para a boca!

«Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão deles»

São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo 
Sermão 25,1; CCL 103, 111-112


«Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7). A palavra misericórdia é suave, meus irmãos. Se a palavra é suave, quanto mais o facto! [...] Dado que todos nós queremos misericórdia, tomemo-la como protectora neste mundo, para que nos liberte no mundo que há-de vir. Com efeito, há uma misericórdia no céu, à qual chegamos por actos de misericórdia na terra. A Escritura diz claramente: «Senhor, a Tua misericórdia está no céu» (Sl 35,6 Vulg).

Portanto, há uma misericórdia na terra e outra no céu, isto é, uma humana e outra divina. Qual é a misericórdia humana? É inclinares-te sobre a miséria dos pobres. E qual é a misericórdia divina? É sem dúvida alguma aquela que concede o perdão dos pecados. Tudo o que a misericórdia humana dá ao longo do caminho desta vida, a misericórdia divina o faz na pátria. Porque é Deus que, neste mundo, sofre frio e fome na pessoa dos pobres, como Ele mesmo disse: «Sempre que fizestes isto a um destes pequeninos foi a Mim que o fizestes» (Mt 25,40). Sim, Deus que quer dar generosamente do alto do céu, quer receber na terra.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 9 de fevereiro de 2013

Tendo os Apóstolos voltado a Jesus, contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado, e Ele disse-lhes: «Vinde à parte, a um lugar solitário, e descansai um pouco». Porque eram muitos os que iam e vinham e nem sequer tinham tempo para comer. Entrando, pois, numa barca, retiraram-se à parte, a um lugar solitário. Porém, viram-nos partir, e muitos perceberam para onde iam e acorreram lá, a pé, de todas as cidades, e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas.

Mc 6, 30-34