Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 9 de março de 2013

Amar a Cristo...

Jesus Cristo Filho de Deus, o Pai enviou-Te e ofereceu-Te na Cruz para nossa Redenção e Salvação, mas infelizmente continuam a ofender-Te ostensivamente tentando eliminar-Te dos nossos corações e dos nossos espaços de convivência.

Renovamos-Te os nossos votos de fé e amor, mas conhecedores das nossas fraquezas, com humildade pedimos que nos ajudes a ser fortes, coerentes e intransigentes com caridade na salvaguarda de Ti, do Pai e do Espírito Santo, que sois a Santíssima Trindade.

A Vós toda a honra e toda a glória agora e para sempre!

JPR

“Foi entregue, segundo o desígnio determinado e a previsão de Deus” (At 2, 23)

Meditemos com calma no Credo. O chamado “Símbolo dos Apóstolos”, que se pode rezar especialmente durante a Quaresma, afirma que Nosso Senhor Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos [5]. O mesmo ensina, com ligeiras variantes, o símbolo da fé que se reza habitualmente na Missa, seguindo a formulação dos primeiros Concílios ecuménicos. O Catecismo da Igreja Católica ensina que «a morte violenta de Jesus não foi fruto do acaso, nem coincidência infeliz de circunstâncias várias. Faz parte do mistério do desígnio de Deus, como Pedro explica aos judeus de Jerusalém logo no seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes: “Foi entregue, segundo o desígnio determinado e a previsão de Deus” (Act 2, 23)» [6]. O próprio Jesus o tinha antes explicado: É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a dar e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai [7]. Assim, o abismo de malícia, que o pecado encerra, foi vencido por uma Caridade infinita. Deus não abandona os homens (…). Esse fogo, esse desejo de cumprir o decreto salvador de Deus-Pai, enche toda a vida de Cristo, desde o Seu nascimento em Belém. Os discípulos ouvem-No repetir incansavelmente, ao longo dos três anos que com Ele conviveram, que o Seu alimento é fazer a Vontade d'Aquele que O enviou, até que, no meio da tarde da primeira Sexta-Feira Santa, se consumou a Sua imolação: inclinando a cabeça, entregou o espírito. Com estas palavras, o Apóstolo S. João descreve-nos a morte de Cristo: Jesus, sob o peso da Cruz com todas as culpas dos homens, morre por causa da força e da vileza dos nossos pecados [8].

[5]. Missal Romano, Símbolo apostólico.
[6]. Catecismo da Igreja Católica, n. 599.
[7]. Jo 10, 17-18.
[8]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 95.


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de março de 2013)

© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

14 Mar/Lisboa e 15Mar/Porto às 21h - Dr. Lucia Calvo apresenta "Educar rapazes e Educar raparigas" Maria Calvo Charro


A quem interessa realmente o que a Igreja pensa?

As complexas relações entre Vaticano e imprensa internacional dos anos do concílio até ao pontificado de Bento XVI

A ideia deste livro nasce de um encontro que "L'Osservatore Romano", por ocasião do seu sesquicentenário, organizou no Vaticano a 10 de Novembro de 2011. Para enfrentar - e foi a primeira vez em absoluto - a relação, complicada e difícil, entre Igreja católica e mass media. Com um título, Incompreensões, certamente eficaz, mas que à primeira vista poderia parecer redutivo. Mas o dia não correu esse risco, como demonstram estas páginas, escritas por personagens de primeiro plano no âmbito dos estudos e da comunicação: dois professores de história contemporânea, cinco jornalistas não italianos e um cardeal. Vozes diversas entre si mas unidas pela vontade de entender sem teses preconcebidas um ponto crucial que, embora não seja limitado aos últimos anos, inclui argumentos de muita actualidade.

Difícil o tema tratado aqui. Foi estabelecido com originalidade em 1994 por um teólogo americano: num artigo sobre as dificuldades entre Igreja e mass media, Avery Dulles introduziu a questão com uma história divertida, que se não for verdadeira pelo menos é provável. A um bispo europeu acabado de chegar aos Estados Unidos um jornalista pergunta agressivamente se visitaria alguns night clubs. O entrevistado pensou que se sairia bem recorrendo à ironia e replicou: "Mas aqui há algum?". Com o resultado que no dia seguinte o prelado se vê publicado no jornal com o título, formalmente irrepreensível: A primeira pergunta do bispo: há night clubs em Nova Iorque?

Precisamente na metrópole americana, Paulo VI em 1965 diante das Nações Unidas - onde um Papa falava pela primeira vez - definiu a Igreja "perita em humanidade". Eis que, parafraseando esta expressão pode-se dizer, sem qualquer ênfase, que a tradição cristã é também perita em comunicação. Demonstra-o vinte séculos de história, através da veemente circulação de textos que caracteriza já as primeiras gerações cristãs até ao papel de vanguarda assumido neste âmbito pela Santa Sé durante os últimos 150 anos.

Em 1861 inicia a publicação de "L'Osservatore Romano" enquanto a Rádio Vaticano, projectada por Guglielmo Marconi, começa a transmitir depois de setenta anos, em 1931. O protagonismo mediático da Igreja começa a ser mais evidente nos anos Trinta e depois até ao final dos Cinquenta, durante os pontificados de Achille Ratti (Pio XI) e Eugenio Pacelli (Pio XII), com o desempenho crescente de um seu futuro sucessor, Giovanni Battista Montini (Paulo VI). De facto, além da criação da estação de rádio, Ratti imprimiu um forte impulso a diversas iniciativas em âmbito informativo e, durante a sede vacante aberta devido à sua morte em 1939, constituiu-se no "L'Osservatore Romano" um departamento que representou de facto o antepassado da actual Sala de Imprensa da Santa Sé. No conclave daquele ano, brevíssimo, foi eleito Pacelli, que fez cada vez mais uso da rádio, e o exórdio no cinema, comparecendo também nos écrãs em branco e preto da recém-nascida televisão.

Em 1950 precisamente Montini, que estava há treze anos nos vértices da Secretaria de Estado como "substituto", durante o primeiro encontro com Jean Guitton, confidenciou ao intelectual francês uma preocupação que depois será central nos anos do concílio Vaticano II (1962-1965) e sobretudo durante o seu pontificado (1963-1978): "É preciso que saibamos ser antigos e modernos, falar segundo a tradição mas também em conformidade com a nossa sensibilidade. Para que serve dizer o que é verdadeiro se os homens do nosso tempo não nos compreendem?".

Então, por que existem essas incompreensões com os meios de comunicação para uma instituição perita em comunicação? Antes de tudo, o problema histórico cruza-se com os pontos ambivalentes da secularização e da modernidade, não fáceis de entender e de resolver numa tradição de longa data como a cristã na qual a continuidade apresenta duas faces, como uma medalha: força vital e lentidão.

Algumas sugestões a propósito podem vir das entrevistas aos Papas, também esta uma vicissitude mais do que secular.

De facto, a primeira foi a de Leão XIII sobre o anti-semitismo, publicada na primeira página de "Le Figaro" de 4 de Agosto de 1892 por Séverine, pseudónimo de Caroline Rémy. Nome célebre, a jornalista apresentou-se ao secretário de Estado, Mariano Rampolla del Tindaro, numa carta de 9 de Julho, como "uma mulher que tinha sido cristã e se lembrava disso, para amar as crianças e defender os débeis" e "uma socialista que, se não está em estado de graça, preservou intacto, no coração ferido, o respeito profundo pela fé, a veneração pelas velhices respeitáveis e pelas soberanias prisioneiras". A solicitação foi rapidamente atendida e a entrevista teve lugar no domingo 31 de Julho. Revista pelo secretário de Estado que a favoreceu, não satisfez contudo a Santa Sé e levantou uma tempestade mediática.

Mais de setenta anos depois, a 24 de Setembro de 1965, muito diferente foi o encontro de Paulo VI com Alberto Cavallari, que publicou a entrevista no "Corriere della Sera" de 3 de Outubro, abrindo a pesquisa reunida no ano seguinte no livro Il Vaticano che cambia. O jornalista escreveu: "Vi um homem descontraído, espontâneo, pouco semelhante ao papa magro, tenso, ou introverso, nervoso, ou diplomático, que habitualmente se descreve. "Sabe, é com prazer que falamos do Vaticano" disse imediatamente o papa com afabilidade, com expressão subtil. "Hoje muitos procuram entender-nos e estudar-nos. Há muitos livros sobre a Santa Sé e o Concílio. E alguns são até bem feitos, como vê. Mas muitos afirmam que a Igreja pensa certas coisas sem nunca ter perguntado à Igreja o que ela pensa. Enquanto, depois de tudo, também o nosso parecer deveria contar algo em tema de religião". Aqui o papa fez uma pausa, um parêntese divertido. Depois, continuou, deixando de sorrir: "Mas damo-nos conta de que não é fácil entender o que se faz e se debate no mundo da Igreja. Também o papa, sabe, por vezes tem dificuldade em compreender o mundo de hoje". Após este preâmbulo sem formalidades, tão francamente humano, Paulo VI falou sobre os argumentos mais importantes do seu pontificado".

Depois daquela que se pode considerar a história antiga da informação vaticana, ritmada por autorias deveras de primeiríssima categoria - basta lembrar, na Itália, a de Silvio Negro, e não deve ser esquecida a actividade jornalística de Ernesto Buonaiuti - chegou o tempo, por assim dizer, da festa de núpcias e da lua-de-mel. Isto é, os anos no ínicio dos Golden Sixties, de João XXIII, imediatamente apresentado pelos meios de comunicação como "o papa bom" e da nova estação conciliar, com um boom informativo e mediático da Santa Sé; um tempo que todavia se obscureceu na segunda metade daquela década, traumaticamente marcado em 1968 pela tempestade que se abateu contra a encíclica Humanae vitae e contra o Papa Montini.

Inicialmente ovacionado pelo favor mediático, Paulo VI experimentou desde então fortes oposições, como teria acontecido, por quase todo o pontificado, ao seu segundo sucessor, João Paulo II (1978-2005), primeiro Papa não italiano depois de quase 500 anos.

Para tentar falar ao mundo contemporâneo, o género tipicamente jornalístico do livro-entrevista foi repetidamente utilizado quer pelo Pontífice polaco - com André Frossard pouco depois do atentado de 1981 e em 1993 em duas ocasiões, com Vittorio Messori e com Józef Tischner e Krzysztof Michalski - quer por Joseph Ratzinger, quatro vezes: como cardeal, em 1984 com Messori e depois com Peter Seewald em 1996, em 2000 e como Papa, em 2010. Uma progressão que indica como esta nova forma entrou totalmente nas escolhas de comunicação do Papa e de importantes representantes da Igreja.

Durante o concílio Vaticano II, para escrever nos jornais sobre argumentos nunca antes enfrentados pelos mass media, foram recrutados muitos "peritos": eclesiásticos, ou com frequência ex-eclesiásticos, naturalmente muito envolvidos com estes temas, com ausência total ou quase de mulheres. A própria presença de tais "peritos" constitui um primeiro problema interpretativo e histórico, que marca na origem e nas décadas sucessivas a informação religiosa, face ao problema actual, quando o fenómeno é menos importante, e na base de muitas incompreensões estão a secularização e, sobretudo, o declínio cultural e a decadência da informação, em particular da religiosa.

Contudo a impressão, subtil mas inevitável, é de que hoje há menos vontade de compreender realmente os anos do concílio Vaticano II e a década sucessiva. E isto aconteceu por muitos motivos, que em parte sobressaem das vozes reunidas neste livro, o qual surgiu precisamente para entender: enfrentando um tema que não por acaso, depois dos pontificados da segunda metade do século XX, juntamente com o de Joseph Ratzinger, parece apresentar-se com maior clareza. Com perguntas como as expressas com inteligência por dois jornalistas franceses: Bernard Lecomte, o biógrafo de João Paulo II, que Marc Leboucher entrevistou num livro-entrevista intitulado Perchè il papa ha cattiva stampa, e Isabelle de Gaulmyn - uma mulher, finalmente - que traçou um perfil de Bento XVI definindo-o já no título "incompreendido".

Não por acaso, agora nos questionamos sobre estes temas. Na última entrevista a Peter Seewald, com efeito, o Papa - que é sensibilíssimo aos temas da comunicação, precisamente porque é um requintado conhecedor da tradição cristã, e com a sua linguagem límpida e não auto-referencial quer e sabe fazer-se compreender por todos, não só pelos católicos - disse: "Eu penso que Deus, escolhendo como Papa um professor, tenha desejado realçar exactamente este momento de aprofundamento e de esforço pela união entre fé e razão".

Sem evitar, como escreve Cavallari de Paulo VI, inclusive os temas mais difíceis e críticos, "como homem do nosso tempo, que nada pretende evitar, claramente decidido a uma sinceridade que rejeita as relações fáceis". Com uma finalidade única, que tem muito clara diante de si: falar de Deus, a única realidade deveras necessária.

(© L'Osservatore Romano - 10 de Março de 2013)

Imitação de Cristo, 3, 57, 3 e 4 - Que o homem não se desanime em demasia, quando cai em algumas faltas

3. Sê mais corajoso, e prepara-te para suportar coisas maiores. Nem tudo está perdido por te sentires a miúdo tribulado e gravemente tentado. Homem és e não Deus; carne és e não anjo. Como poderás tu perseverar sempre no mesmo estado de virtude, se tal não pôde o anjo no céu, nem o primeiro homem no paraíso? Eu sou que levanto os aflitos e os salvo, elevo à minha divindade os que conhecem as suas fraquezas.

4. A alma: Senhor, bendita seja a vossa palavra, mais doce na minha boca que um favo de mel (Sl 18,11; 118, 103). Que seria de mim em tantas tribulações e angústias, se vós me não confortásseis com vossas santas palavras? Contanto que chegue afinal ao porto de salvação, que importa o que e quanto tiver sofrido? Concedei-me bom fim, ditoso trânsito deste mundo. Lembrai-vos de mim, meu Deus, e conduzi-me pelo caminho reto ao vosso reino! Amém.

«Um homem tinha dois filhos»

Bem-aventurado João Paulo II 
Exortação apostólica «Reconciliação e penitência», §§ 5-6

O homem — cada um dos homens — é este filho pródigo: fascinado pela tentação de se separar do Pai para viver de modo independente a própria existência; caído na tentação; desiludido do nada que, como miragem, o tinha deslumbrado; sozinho, desonrado e explorado no momento em que tenta construir um mundo só para si; atormentado, mesmo no mais profundo da própria miséria, pelo desejo de voltar à comunhão com o Pai. Como o pai da parábola, Deus fica à espreita do regresso do filho, abraça-o à sua chegada e põe a mesa para o banquete do novo encontro, com que se festeja a reconciliação.

Mas a parábola faz entrar em cena também o irmão mais velho, que se recusa a ocupar o seu lugar no banquete. Reprova ao irmão mais novo os seus extravios e ao pai o acolhimento que lhe dispensou, enquanto a ele, morigerado e trabalhador, fiel ao pai e à casa, nunca foi permitido — diz ele — fazer uma festa com os amigos. Sinal de que não compreende a bondade do pai. Enquanto este irmão, demasiado seguro de si mesmo e dos próprios méritos, ciumento e desdenhoso, cheio de azedume e de raiva, não se converteu e se reconciliou com o pai e com o irmão, o banquete ainda não era, no sentido pleno, a festa do encontro e do convívio recuperado. 

O homem — cada um dos homens — é também este irmão mais velho. O egoísmo torna-o ciumento, endurece-lhe o coração, cega-o e leva-o a fechar-se aos outros e a Deus. [...]

A parábola do filho pródigo é, antes de mais, a história inefável do grande amor de um Pai. [...] E ao evocar, na figura do irmão mais velho, o egoísmo que divide os irmãos entre si, ela torna-se também a história da família humana. [...] Ela retrata a situação da família humana dividida pelos egoísmos, põe em evidência a dificuldade em secundar o desejo e a nostalgia de uma só família reconciliada e unida; apela para a necessidade de uma profunda transformação dos corações, pela redescoberta da misericórdia do Pai e pela vitória sobre a incompreensão e a hostilidade entre irmãos.

O Evangelho de Domingo dia 10 de março de 2013

Aproximavam-se d'Ele os publicanos e os pecadores para O ouvir. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: «Este recebe os pecadores e come com eles». Então propôs-lhes esta parábola: Disse mais: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. O pai repartiu entre eles os bens. Passados poucos dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais novo partiu para uma terra distante e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, houve naquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidade. Foi pôr-se ao serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. «Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Tendo entrado em si, disse: Quantos jornaleiros há em casa de meu pai que têm pão em abundância e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros. «Levantou-se e foi ter com o pai. Quando ele estava ainda longe, o pai viu-o, ficou movido de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o. O filho disse-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.22 Porém, o pai disse aos servos: Trazei depressa o vestido mais precioso, vesti-lho, metei-lhe um anel no dedo e os sapatos nos pés. Trazei também um vitelo gordo e matai-o. Comamos e façamos festa, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi encontrado. E começaram a festa. «Ora o filho mais velho estava no campo. Quando voltou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e os coros. Chamou um dos servos, e perguntou-lhe que era aquilo. Este disse-lhe: Teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque o recuperou com saúde. Ele indignou-se, e não queria entrar. Mas o pai, saindo, começou a pedir-lhe. Ele, porém, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, nunca transgredi nenhuma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu me banquetear com os meus amigos, mas logo que veio esse teu filho, que devorou os seus bens com meretrizes, mandaste-lhe matar o vitelo gordo. Seu pai disse-lhe: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Era, porém, justo que houvesse banquete e festa, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi encontrado».

Lc 15,1-3.11-32

Dia Internacional do Homem

Para que a sua identidade não se extinga.

Comemorámos ontem o Dia Internacional da Mulher. Para muitos, em termos de emancipação, a batalha das mulheres está ganha, se considerarmos toda a evolução numa perspectiva de poder – e quase sempre de acordo com os parâmetros masculinos, claro está... 

Mas, nos últimos anos, há outra identidade, quanto a mim, mais em risco e não é a da mulher, mas a do homem. Mais depressa encontramos homens de perfil débil, diluído e sentimental do que varões seguros de si e fiéis à sua palavra. 

Hoje em dia, quem valoriza o sexo masculino como enérgico e forte, corre o risco de ser acusado de tirano e de machista. 

Ora, é absolutamente urgente redescobrir e valorizar os papéis e a identidade do homem e da mulher, já que um e outro se completam. 

Talvez, por isso, para que a sua identidade não se extinga, fosse bom passar haver também um Dia Internacional do Homem!

Aura Miguel in RR online em 2012

«O Cristianismo, …

… na sua teologia da história das religiões, não toma simplesmente partido pelo religioso, pelo conservador que se confia às regras de jogo das suas instituições herdadas. O «não» cristão aos deuses significa antes uma opção pelo rebelde que arrisca a ruptura com o habitual para obedecer à consciência. Talvez esta faceta revolucionária do Cristianismo tenha ficado escondida durante demasiado tempo por modelos conservadores.»

(Fé-Verdade-Tolerância: O Cristianismo e as Grandes Religiões – Joseph Ratzinger)

“DIÁLOGO” COM O DIABO (4)

Diz ele: Vês, esforças-te tanto, fartas-te de rezar, de pedir e vê lá se Ele te concede o que pedes?

Digo eu: Sabes bem melhor do que eu que o tempo de Deus não é igual ao meu tempo.

Diz ele: Isso é conversa! A verdade, repito-te, é que te fartas de rezar, de pedir e não recebes o que pedes!

Digo eu: Olha, eu confio que Ele sabe o que é melhor para mim, não só em relação ao tempo em que me quiser dar o que peço, mas sobretudo em me dar o que Lhe peço.

Diz ele: Estou farto de ouvir essa conversa, mas verdade é que vocês pedem, pedem e Ele não vos concede o que o pedem. Se me pedissem a mim, eu satisfazia logo os vossos desejos!

Digo eu: Podes então conceder-me o desejo de ser sempre e cada vez mais de acordo com a vontade de Deus?

Diz ele: Mas isso é uma tolice, pedires-me a mim para seres mais parecido com Ele! Eu abomino isso! Mas pede-me dinheiro, poder e fama e vais ver se não to concedo!

Digo eu: E para que quero eu dinheiro, poder e fama se isso me afastar d’Ele? Sabes bem que já experimentei isso tudo e no que a minha vida se transformou!

Diz ele: E não vivias feliz e despreocupado?

Digo eu: Sabes lá tu o que é a felicidade? Vives atormentado pelo ódio!

Diz ele: Pois sim! Mas nessa altura não andavas sempre preocupado a tentar fazer tudo bem e nem sequer te preocupavas com os outros! A vida corria-te bem e não tinhas preocupações.
Começaste a olhar para Ele e vê lá se não começaram os problemas na tua vida?

Digo eu: Estás enganado e queres enganar-me! Problemas sempre os tive e sempre os terei. Só que agora, com Ele, os problemas são caminho de construção, mas quando vivia afastado d’Ele eram caminho de destruição!

Diz ele: Pois, mas reconhece que dantes tinhas prazer, vivias bem, e não andavas preocupado com isso a que chamas pecado.

Digo eu: Claro que só te lembras desse prazer mundano sem moral, sem regras, pois nessas alturas estavas ao meu lado. Mas onde estavas tu quando a desilusão, a frustração, a falta de sentido de vida, o desânimo, o quase desespero tomavam conta de mim? Onde estavas tu quando a minha vida espiritual, mental e física se ia degradando? “Preocupas-te” tanto com a minha vida, quando afinal só queres a minha morte!

Diz ele: Tu é que sabes! Mas comigo a vida é muito melhor e tem muito mais prazer!

Digo eu: Vai-te, que já te experimentei e sei bem que contigo a vida só leva à morte, e à morte para sempre. Deus dar-me-á o que preciso, e não mais do que isso, porque Ele nunca falta com nada do que aqueles que n’Ele crêem e confiam verdadeiramente precisam.

Marinha Grande, 8 de Março de 2013

Joaquim Mexia Alves AQUI

A eliminação de Deus falhou


“A eliminação de Deus e da sua lei, como condição da realização da felicidade do homem, não atingiu o seu objectivo; pelo contrário priva o homem das certezas espirituais e da esperança necessárias para enfrentar as dificuldades e os desafios quotidianos...


Perante o enfraquecimento preocupante dos ideais humanos e espirituais que tornaram Roma modelo de civilização para o mundo inteiro, a Igreja, através das comunidades paroquiais e das outras realidades eclesiais, está-se a empenhar numa obra educativa capilar, tendente a fazer redescobrir, em particular às novas gerações, aqueles valores perenes”

(Bento XVI durante a sua visita à Câmara Municipal de Roma em 09.03.2009)

Os médicos são os guardiães e os servidores da vida humana

Na minha Carta Encíclica Evangelium vitae, sublinhei o significado humano e o aspecto ético da profissão médica. Hoje, a profissão médica encontra-se numa espécie de encruzilhada: "No actual contexto cultural e social, em que a ciência e a arte médica correm o risco de extraviar da sua dimensão ética originária, os profissionais da saúde podem ser às vezes fortemente tentados a transformarem-se em fautores de manipulação da vida, ou até mesmo em agentes de morte. Perante tal tentação, a sua responsabilidade é hoje muito maior e encontra a sua inspiração mais profunda e o apoio mais forte precisamente na intrínseca e imprescindível dimensão ética da profissão clínica" (n. 89).

(Discurso do Papa João Paulo II aos participantes VII Congresso Internacional de Oncologia Ginecológica - 30 de Setembro de 1999)

Pela confiança e o amor

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja 
Manuscrito autobiográfico C, 36 rº-vº


Eis a minha oração, caríssima Madre. Peço a Jesus que me atraia para as chamas do Seu amor, que me una tão estreitamente a Ele, que Ele viva e actue em mim. Estou certa de que quanto mais o fogo do amor abrasar o meu coração, tanto mais eu direi: «Atraí-me»; e também, quanto mais as almas se aproximarem de mim (pobre pedacito de ferro inútil, se me afastasse do braseiro divino), tanto mais essas almas correrão com ligeireza ao odor dos perfumes do seu Bem-Amado. [...]

Minha querida Madre, queria agora dizer-vos o que entendo por odor dos perfumes do Bem-Amado. Uma vez que Jesus subiu de novo ao céu, não posso segui-Lo senão pelos vestígios que deixou. Mas como esses vestígios são luminosos! Basta-me lançar o olhar para o santo evangelho, e logo respiro os perfumes da vida de Jesus, e sei para que lado correr. Não é para o primeiro lugar, mas para o último que eu corro. Em vez de avançar como o fariseu, repito, cheia de confiança, a oração do publicano. Imito, sobretudo, a conduta de Madalena; a sua surpreendente, ou melhor, a sua amorosa audácia, que encanta o Coração de Jesus, seduz o meu.

Sim, estou certa de que mesmo que tivesse na minha consciência todos os pecados que se possam cometer, iria, com o coração despedaçado de arrependimento, lançar-me nos braços de Jesus, pois sei quanto ama o filho pródigo que para Ele volta. Não é porque Deus, na Sua previdente misericórdia, preservou a minha alma do pecado mortal, que me elevo para Ele pela confiança e pelo amor.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 9 de março de 2013

Disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: «Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e o outro não; porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».


Lc 18, 9-14