Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

AINDA OS MAGOS DO ORIENTE

André Gonçalves - Museu Nacional Machado de Castro
Século XVIII (seleção de imagem 'Spe Deus')
O Evangelho de São Mateus (Mt 2, 1-12) narra-nos a viagem de uns Magos vindos do Oriente para adorarem Jesus.

Todo aquele episódio está narrado com abundância de pormenores que por vezes nos passam despercebidos.
Os Magos, (provavelmente astrólogos daquele tempo), eram homens que procuravam a Ciência, que procuravam a verdade. E quem procura a verdade, de coração aberto, encontra-a!
Deus serve-se então de um sinal visível, (a estrela), relacionado com a vida daqueles homens, para lhes dar a conhecer a Verdade que procuram.
Quantas vezes nas nossas vidas, naquilo que fazemos ou porque nos interessamos, Deus nos envia sinais visíveis, mas que acabamos por não ver, porque não estamos interessados na mudança de vida que nos leva ao encontro da Verdade.

No caminho que percorrem os Magos encontram dificuldades, neste caso, na figura de Herodes.
Mas eles não desistem da procura, e depois de ouvirem Herodes continuam o caminho, e, ao quererem continuá-lo, o sinal visível torna a guiá-los ao encontro da Verdade, que procuram.

Essas dificuldades apresentam-se, por vezes, nas nossas vidas disfarçadas de um pretenso “bem”, como Herodes com os Magos, «depois de o encontrardes, vinde comunicar-mo para eu ir também prestar-lhe homenagem.», quando sabemos bem que a sua intenção era outra.
Devemos nós também estar bem atentos ao modo como se nos apresentam as dificuldades na nossa relação com Deus, para não nos deixarmos enganar por tanta coisa que parecendo um bem, (o dinheiro, a carreira, o poder, etc.), vividas com “exclusividade”, acabam por nos afastar do caminho com Deus e para Deus.

Depois, Herodes para confirmar se o nascimento do rei dos judeus era uma noticia plausível, recorre aos sumos sacerdotes e escribas, que servindo-se das Escrituras, confirmam que em Belém deveria nascer «o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel.»
Nós também temos acesso às Escrituras, desde o Antigo Testamento ao Novo Testamento, mas preferimos tantas vezes “ouvir” o mundo, ouvir tantos argumentos, ditos racionais, ler tantos livros que nos confundem e baralham, em vez de acreditarmos e nos deixarmos guiar pela Palavra de Deus.

Os Magos, perante Jesus Cristo, prostram-se, adoram-no e oferecem-lhe presentes, e, por aquilo que o Evangelho nos narra, nada Lhe pedem.
Nós tantas vezes passamos diante d’Ele no sacrário e não somos capazes de fazer uma genuflexão bem feita, tantas vezes participamos na/da Missa apenas por rotina e deixando que tudo à nossa volta nos distraia, como por exemplo o telemóvel!
Tantas vezes comungamos sem a consciência devida, e tantas vezes depois da comunhão, em vez de adorarmos o Deus que se nos entrega como alimento, apenas pedimos, pedimos, pedimos.

Mas, porque os Magos assim procederam, porque assim reconheceram naquele Menino o Senhor, o Salvador, foram avisados para regressarem por outro caminho, o caminho novo daqueles que encontram Deus, o caminho que os afastava do mal, que os afastava de Herodes.

Também nós, se de coração aberto procurarmos Jesus Cristo, O vamos encontrar, porque Ele se faz encontrado por aqueles que O procuram «em espírito e verdade».
E encontrando-O, o caminho a fazer será diferente, pois será um caminho com Deus, por Deus e para Deus.
E se vivermos esse caminho com toda a sinceridade, com toda a entrega, as dificuldades não desaparecerão, o mal não deixará de nos tentar, mas a presença de Deus nas nossas vidas sempre nos fortalecerá e conduzirá pelo caminho da salvação.

Marinha Grande, 27 de Janeiro de 2014

Joaquim Mexia Alves

Nota:
Texto publicado no Boletim da Paróquia da Marinha Grande, “Grãos de Areia”, do mês de Janeiro.

É importante ir à missa aos domingos

Não obstante a chuva que há dias cai sobre Roma, cerca de 13 mil fiéis e peregrinos compareceram à Praça S. Pedro esta quarta-feira, para a Audiência Geral.

Prosseguindo sua série de catequeses sobre os Sacramentos, Francisco falou hoje da Eucaristia, coração da “iniciação cristã” com o Batismo e a Confirmação.

O que vemos quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia nos faz intuir aquilo que estamos para viver. O altar coberto por uma toalha nos faz pensar num banquete: Cristo é o alimento espiritual que recebemos. Ao lado, está o ambão, de onde se proclama a Palavra de Deus.

Palavra e Pão na Missa tornam-se uma só coisa, como na Última Ceia, quando todas as suas palavras e os seus sinais se condensaram no gesto de partir o pão e oferecer o cálice.

“O gesto de Jesus realizado na Última Ceia é o extremo agradecimento ao Pai pelo seu amor, pela sua misericórdia. ‘Agradecimento’ em grego se diz ‘eucaristia’. Eis o motivo pelo qual o termo Eucaristia resume todo aquele gesto, que é gesto de Deus e do homem juntos, gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, disse o Papa, explicando que, com aquele gesto, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor e, deste modo, renova o nosso coração, a nossa vida e o nosso modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos.

Por isso, explicou o Pontífice, a celebração eucarística é muito mais do que um simples banquete: é o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. Quando nos aproximamos deste sacramento, é costume dizer que vamos “receber a Comunhão”. Na potência do Espírito Santo, a participação na eucaristia nos conforma de modo único e profundo a Cristo, fazendo-nos saborear desde já a plena comunhão com o Pai que caracterizará o banquete celeste, onde com todos os Santos teremos a alegria inimaginável de contemplar Deus face a face.

“Queridos amigos, nunca agradeceremos suficientemente ao Senhor pelo dom que nos fez com a Eucaristia! É um dom muito grande. Por isso é importante ir à missa aos domingos. E jamais conseguiremos colher todo o seu valor e a sua riqueza. Peçamos então que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a plasmar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai.”

(Fonte: ´news.va)

Os problemas antropológicos do relativismo

Dissemos que o relativismo no campo ético-social se apoia numa motivação de ordem prática: quer permitir fazer algo a quem o deseja, sem produzir dano aos demais, e isto seria uma ampliação da liberdade. Mas o valor dessa motivação é só aparente. A mentalidade relativista comporta uma profunda desordem antropológica, que tem custos pessoais e sociais muito altos. A natureza desta desordem antropológica é bastante complexa e altamente problemática. Aqui vou mencionar só dois problemas.

O primeiro é que a mentalidade medieval está unida a uma excessiva acentuação da dimensão técnica da inteligência humana e dos impulsos ligados à expansão do eu com os quais essa dimensão da inteligência está relacionada, o que leva consigo a depressão da dimensão sapiencial da inteligência e, por conseguinte, das tendências transitivas e transcendentes da pessoa, com as quais esta segunda dimensão da inteligência está aparentada.

O que aqui se chama dimensão técnica da inteligência humana e que outros autores chamam por outros nomes [1] é a evidente e necessária atividade da inteligência que nos permite orientar-nos no meio ambiente, garantindo a subsistência e a satisfação das necessidades básicas. Cunha conceitos, capta relações, conhece a ordem das coisas etc. com a finalidade de dominar e de explorar a natureza, fabricar os instrumentos e obter os recursos que necessitamos. Graças a esta função da inteligência, as coisas e as forças da natureza tornam-se objetos domináveis e manipuláveis para o nosso proveito. Deste ponto de vista, conhecer é poder: poder dominar, poder manipular, poder viver melhor.

A função sapiencial da inteligência visa, pelo contrário, a entender o significado do mundo e o sentido da vida humana. Cunha conceitos não com a finalidade de dominar, mas de alcançar as verdades e as concepções do mundo que possam dar resposta satisfatória à pergunta pelo sentido de nossa existência, resposta que, em longo prazo, nos resulta tão necessária como o pão e a água.

A sistemática fuga ou evasão do plano da verdade, que estamos chamando mentalidade relativista, comporta um desequilíbrio destas duas funções da inteligência e das tendências que a ela estão ligadas. O predomínio da função técnica significa o predomínio, em nível pessoal e cultural, dos impulsos voltados aos valores vitais (o prazer, o bem estar, a ausência de sacrifício e de esforço), através dos quais se afirma e se expande o eu individual. A depressão da função sapiencial da inteligência comporta a inibição das tendências transitivas, isto é, das tendências sociais e altruístas e, sobretudo, uma diminuição da capacidade de auto-transcendência, em razão do que a pessoa fica encerrada nos limites do individualismo egoísta. Em termos mais simples: o afã ansioso de ter, de triunfar, de subir, de descansar e de se divertir, de levar uma vida fácil e prazenteira, prevalece com sobras sobre o desejo de saber, de refletir, de dar um sentido ao que se faz, de ajudar os demais com o próprio trabalho, de transcender o reduzido âmbito dos nossos interesses vitais imediatos. Fica quase bloqueada a transcendência horizontal (voltada aos demais e à coletividade) e também a vertical (voltada aos valores ideais absolutos, voltada a Deus).

O segundo problema está estreitamente vinculado ao primeiro. A falta de sensibilidade para com a verdade e para com as questões relativas ao sentido do viver leva consigo a deformação – quando não a corrupção – da ideia e da experiência da liberdade; da própria liberdade, em primeiro lugar. Não pode estranhar que a consolidação social e legal dos modos de vida congruentes com a desordem antropológica de que estamos falando se fundamentem sempre invocando a liberdade, realidade certamente sacrossanta, mas que é preciso entender em seu verdadeiro sentido. Invoca-se a liberdade como liberdade de abortar, liberdade de ignorar, liberdade de não saber falar senão com palavras soezes, liberdade de não dever dar razão das próprias convicções, liberdade de incomodar e, antes de tudo e sobretudo, liberdade de impor aos demais uma filosofia relativista, que todos teríamos que aplaudir como filosofia da liberdade. Quem lhe negar o aplauso será submetido a um processo de linchamento social e cultural muito difícil de aguentar. Penso que estas considerações podem ajudar a entender em que sentido Bento XVI tem falado de “ditadura do relativismo”.

Tudo isto também tem muito a ver, negativamente, com a fé cristã. Quem pensa que existe uma verdade e que essa verdade pode ser alcançada com certeza mesmo em meio de muitas dificuldades, quem pensa que nem tudo pode ser de outra maneira, isto é, quem pensa que a nossa capacidade de modelar culturalmente o amor, o casamento, a geração, a ordenação da convivência no Estado etc. tem limites que não se podem superar, pensa, em definitiva, que existe uma inteligência mais alta do que a humana. É a inteligência do Criador, que determina o que as coisas são e os limites do nosso poder de transformá-las. O relativista pensa o contrário. O relativismo parece um agnosticismo. Quem o puder pensar até o final verá muito mais afim o ateísmo prático. Não me parece compatível a convicção de que Deus criou o homem e a mulher com a ideia de que pode existir um casamento entre pessoas do mesmo sexo. Isto só será possível se o casamento fosse simplesmente uma criação cultural: nós o estruturamos, há séculos, de um modo, e agora somos livres para estruturá-lo de outro modo.

O relativismo responde a uma concepção profunda da vida que trata de impor. O relativista pensa que o modo de alcançar a maior felicidade possível de se conseguir neste pobre mundo nosso – que sempre é uma felicidade fragmentada e limitada – é evadir o problema da verdade, que seria uma complicação inútil e nociva, causa de tantas quebra-cabeças. Mas esta concepção se encontra com o problema de que os homens, além de desejarem ser felizes, de quererem gozar, de aspirarem a carecer de vínculos para se moverem à vontade, têm também uma inteligência e desejam conhecer o sentido do seu viver. Aristóteles iniciou a sua Metafísica dizendo que todo homem, por natureza, deseja saber [2]. E Cristo acrescentou que «não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus» [3].

O desejo de saber e a fome da palavra que procede da boca de Deus são inextinguíveis, e nenhum aparato comunicativo ou coercitivo poderá fazê-los desaparecer da vida humana. Por isso, estou convencido de que a hora atual é uma hora cheia de esperança e de que o futuro é muito mais promissor do que parece. Com as presentes reflexões, que não querem ser negativas, só se pretendeu expor com seriedade e realismo o aspecto da presente conjuntura que Bento XVI tem chamado relativismo, bem como a sua incidência na prática e na difusão da fé cristã no mundo atual.

Ángel Rodríguez Luño, Doutor em Filosofia e Educação, e professor de Teologia Moral da Pontificia Università della Santa Croce (Roma)

[1] Philipp Lersch a chama função intelectual e denomina função espiritual da inteligência a que nós chamamos função sapiencial. Cf. Lersch, Ph. La estrutuctura de la personalidad, 4ª ed. Barcelona : Scientia, 1963, pp. 399-404.
[2] Cf. Aristóteles. Metafísica, I, 1: 980 a 1.
[3] Mt 4, 4

(Fonte: excerto retirado do site do Opus Dei – Brasil AQUI)

'Oração' de Patrícia Reis

Patrícia Reis
Senhor
Não me ajudes hoje
Deixa-me só e triste
Dá-me só o amanhã
A certeza da Tua mão
A voz que chegará a mim

Senhor
Não me ajudes hoje
Não Te digo nada
Não apresento queixas
Amanhã saberás apagá-las e apaziguar-me
Com os outros
Comigo
Contigo

Senhor
Dá-me hoje apenas o teu colo
Sem perguntas nem certezas
Um colo apenas
Um ventre protegido das coisas que batalham
Em mim
De mim
Por mim

Senhor
No teu colo serei egoísta e centrada
Na minha dor de hoje
Amanhã, Senhor
O teu amor terá o poder apagar a dor
E voltarei ao meu caminho

Senhor
Hoje o teu colo
Apenas isso
Amanhã serei melhor

Lisboa, 5 de Fevereiro de 2009


Patrícia Reis

«Não é Ele o carpinteiro?»

Beato João Paulo II (1920-2005), papa 
Exortação apostólica «Redemptoris custos», § 22 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)


A expressão quotidiana do amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. […] Aquele que era designado como o «filho do carpinteiro» tinha aprendido o ofício de seu «pai» putativo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José, o carpinteiro. […] O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus, ele foi acolhido no mistério da Incarnação e também foi como que redimido de maneira particular. Graças à sua oficina, na qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção.

No crescimento humano de Jesus «em sabedoria, em estatura e em graça» teve uma parte notável a consciência profissional, dado que «o trabalho é um bem do homem», que «transforma a natureza» e torna o homem, «em certo sentido, mais homem».

A importância do trabalho na vida do homem exige que se conheçam e assimilem todos os seus conteúdos para ajudar os demais homens a aproximarem-se, através dele, de Deus, Criador e Redentor, e a participarem nos Seus desígnios salvíficos quanto ao homem e quanto ao mundo; e ainda, a aprofundarem a sua vida e amizade com Cristo tendo, mediante a fé vivida, uma participação no seu tríplice múnus: de Sacerdote, de Profeta e de Rei. Trata-se, em última análise, da santificação da vida quotidiana, na qual cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 5 de fevereiro de 2014

Tendo Jesus partido dali, foi para a Sua terra; e seguiram-n'O os discípulos. Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os Seus numerosos ouvintes admiravam-se e diziam: «Donde vêm a Este todas estas coisas que diz? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada? E como se operam tais maravilhas pelas Suas mãos? Não é Este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós as Suas irmãs?». E estavam perplexos a Seu respeito. Mas Jesus dizia-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa». E não pôde fazer ali milagre algum; apenas curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E admirava-Se da incredulidade deles. Depois, andava ensinando pelas aldeias circunvizinhas.

Mc 6, 1-6