Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

«O AMOR JAMAIS PASSARÁ» 1 Cor 13.8

Apareceu hoje uma notícia informando que a balaustrada de uma ponte em Paris caiu por causa do peso dos cadeados que lá foram colocando, como “juras de amor eterno”.

Realmente a notícia tem a importância que tem, mas já aquilo que provoca a notícia tem uma enorme importância, pois faz perceber como parece ser errada a concepção que se faz do amor.
Querer simbolizar o amor com um cadeado fechado, do qual se atira a chave fora, é dar uma ideia do amor como de uma prisão da qual não se pode sair, um espaço confinado a dois, um sentimento que tem de ser fechado à chave para poder resistir ao tempo.

Nada mais errado!

O amor deve ser o sentimento mais livre que o homem vive, e ao escrever isto não estou a fazer a apologia do chamado “amor livre”, que nada tem de amor.

Para aqueles que acreditam em Deus, foi Deus quem nos amou primeiro e assim nos ensinou, nos deu a graça, nos concedeu o dom do amor.
Ora o amor de Deus é livre, é inteira doação, que nada exige em troca.
Deus que nos criou, ama-nos de tal maneira, que nos dá total liberdade de O amarmos ou não.

Assim, o amor verdadeiro é totalmente livre, não é um cadeado, uma prisão, não é sequer uma porta fechada à chave, mas sim em todos os momentos, uma porta aberta, porque está aberta ao amor na relação a dois e na relação com os outros.
O amor nunca se completa se não for para além da relação a dois, ou seja, quando se abre ao amor aos filhos, ao amor aos outros, sempre e mesmo quando não haja filhos.

O ritual do Matrimónio, «eu N., recebo-te … a ti N., e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida», parte da mais inteira e total liberdade daquele/a que o aceita, comprometendo-se, e se parte da liberdade nunca constitui uma prisão, mas uma liberdade que todos os dias se renova no compromisso assumido.

Só assim o amor é verdadeiro amor, porque é assente na liberdade que constrói o amor.

O amor existe e acontece, não porque a porta está fechada e a chave foi atirada fora e como tal não há maneira de sair, mas sim porque ele se renova todos os dias, «na alegria e na tristeza, na saúde e na doença», no respeito mútuo, porque a liberdade do amor faz dele um sentimento de graça, de dom, mas também da vontade.

O amor não tem “peso”, porque quem ama, ama para além das circunstâncias, ama para além das portas fechadas, ama porque é livre.

Se naquela ponte estivesse o verdadeiro amor, ela nunca cairia, mas antes pelo contrário, seria eterna.
Mas assim, num amor entendido como “prisão”, o peso é insuportável, e a ponte, ou parte dela colapsou, como acabará todo o “amor” que não seja livre no dar e receber, de e a cada um, e aos outros.

«O amor jamais passará.» 1 Cor 13.8

Monte Real, 9 de Junho de 2014

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2014/06/o-amor-jamais-passara-1-cor-138.html

A vinda do Espírito Santo

A propósito da celebração da festa do Pentecostes, apresentamos alguns textos de S. Josemaría sobre o Espírito Santo: "Ajuda-me a pedir um novo Pentecostes, que abrase outra vez a Terra." (Sulco, 213)

O Senhor tinha dito: Rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito, outro Consolador, para que permaneça convosco eternamente (Jo XIV, 16).

Reunidos todos os Discípulos num mesmo lugar, de repente, sobreveio do céu um ruído, como que de vento impetuoso, que invadiu toda a casa, onde se encontravam. – Ao mesmo tempo, umas línguas de fogo repartiram se e pousaram sobre cada um deles (Act. II, 1 2).

Cheios do Espírito Santo, os Apóstolos estavam como bêbados (Act. II, 13).

E Pedro, rodeado pelos outros onze, levantou a voz e falou. – Ouvimo-lo pessoas de cem países. – Cada um o escuta na sua língua. – Tu e eu, na nossa. – Fala nos de Cristo Jesus e do Espírito Santo e do Pai.

Não o apedrejam, nem o metem na cadeia; convertem se e são baptizados três mil dos que o ouviram.

Tu e eu, depois de ajudarmos os Apóstolos na administração dos baptismos, louvamos a Deus Pai por Seu Filho, Jesus, e sentimo nos também ébrios do Espírito Santo. (Santo Rosário, 3º mistério glorioso)

Por isso, a Tradição cristã resumiu a atitude que devemos adoptar para com o Espírito Santo num só conceito: docilidade. Sermos sensíveis àquilo que o Espírito divino promove à nossa volta e em nós mesmos: aos carismas que distribui, aos movimentos e instituições que suscita, aos efeitos e decisões que faz nascer nos nossos corações... O Espírito Santo realiza no Mundo as obras de Deus. Como diz o hino litúrgico, é dador das graças, luz dos corações, hóspede da alma, descanso no trabalho, consolo no pranto. Sem a sua ajuda nada há no homem que seja inocente e valioso, pois é Ele que lava o que está sujo, que cura o que está doente, que aquece o que está frio, que corrige o extraviado, que conduz os homens ao porto da salvação e do gozo eterno. (Cristo que passa, 130)

Vale a pena jogar a vida, entregar-se por inteiro, para corresponder ao amor e à confiança que Deus deposita em nós. Vale a pena, acima de tudo, que nos decidamos a tomar a sério a nossa fé cristã. Quando recitamos o Credo, professamos crer em Deus Pai Todo-Poderoso, em seu Filho Jesus Cristo que morreu e foi ressuscitado, no Espírito Santo, Senhor que dá a vida. Confessamos que a Igreja una, santa, católica e apostólica, é o corpo de Cristo, animado pelo Espírito Santo. Alegramo-nos com a remissão dos nossos pecados e com a esperança da futura ressurreição. Mas, essas verdades penetrarão até ao fundo do coração ou ficarão apenas nos lábios? A mensagem divina de vitória, alegria e paz do Pentecostes deve ser o fundamento inquebrantável do modo de pensar, de reagir e de viver de todo o cristão. (Cristo que passa, 129)

A maravilha do Pentecostes é a consagração de todos os caminhos; nunca pode entender-se como monopólio nem estima de um só em detrimento de outros.

Pentecostes é infinita variedade de línguas, de métodos, de formas de encontro com Deus; não uniformidade violenta. (Sulco, 226)

É o Espírito Santo que, com as suas inspirações, vai dando tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras. É Ele que nos impele a aderir à doutrina de Cristo e a assimilá-la em profundidade; que nos dá luz para tomar consciência da nossa vocação pessoal e força para realizar tudo o que Deus espera de nós. Se formos dóceis ao Espírito Santo, a imagem de Cristo ir-se-á formando, cada vez mais nítida, em nós e assim nos iremos aproximando cada vez mais de Deus Pai. Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Se nos deixarmos guiar por esse princípio de vida, presente em nós, que é o Espírito Santo, a nossa vitalidade espiritual irá crescendo e abandonar-nos-emos nas mãos do nosso Pai Deus, com a mesma espontaneidade e confiança com que um menino se lança nos braços do pai. Se não vos tornardes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus, disse o Senhor30. É este o antigo e sempre actual caminho da infância espiritual, que não é sentimentalismo nem falta de maturidade humana, mas sim maioridade sobrenatural, que nos leva a aprofundar as maravilhas do amor divino, reconhecer a nossa pequenez e a identificar plenamente a nossa vontade com a de Deus. (Cristo que passa, 135)

São Josemaría Escrivá

Bem-aventurados


“É tão fácil entrar nas redes da corrupção, daquela politica quotidiana de que tudo é negócio”. E “quantas injustiças, quantas pessoas que sofrem por causa disso. Jesus diz-nos: “São bem-aventurados os que lutam contra essas injustiças”. Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. Jesus, não diz “bem-aventurados os que se vingam”

Papa Francisco - Excerto homilia de 09.06.2014 na Casa de Santa Marta

Prediletos de Deus

Numa meditação dada a fiéis do Opus Dei, o nosso Padre dirigia-se ao Senhor com estas palavras: Jesus, Tu és meu Deus, meu Irmão, meu Amor e meu Tudo. Como não hei-de ter plena confiança em Ti? Porque não dar asas à esperança? Sim, filhos, contamos com razões bem fundadas, razões até materiais que nos permitem confiar plenamente na Providência do nosso Pai Deus. A segurança de que assim é leva-nos de novo a humilhar-nos profundamente, mas esta humilhação há-de ser confiada e cheia de agradecimento [10].

Com efeito, o Senhor deu-nos muitas provas da Sua predileção, que reafirmam a nossa esperança. Basta pensar no portento de ter enviado ao mundo o Seu Filho muito amado, para nos resgatar do pecado e nos tornar Seus filhos; na constante assistência do Espírito Santo, que permanece e atua na Igreja; nos meios de santificação – os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia e a Penitência –, que pôs ao nosso alcance; na proteção da Sua Mãe, que é nossa Mãe; no exemplo de tantas pessoas que, com a sua resposta alegre e sacrificada ao Senhor, nos encorajam a olhar cada vez mais para o Céu. Como garantem tantos Pontífices e Padres da Igreja, animam-nos especialmente os santos e bem-aventurados que veneramos nos altares: uma prova irrefutável de que cada uma e cada um de nós também pode verdadeiramente aspirar à santidade.

[10]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 10-IV-1937.


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de junho de 2014)

© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Fonte de vida

Entre as metáforas que a Sagrada Escritura usa para falar do Paráclito, a água é uma das mais frequentes, um elemento absolutamente necessário para a vida natural: tudo se converte em deserto onde ela falta ou escasseia, e os seres vivos adoecem ou morrem. Manifesta uma das grandes riquezas que o Criador confiou aos seres humanos para que a administrem bem, ao serviço de todos. Na ordem sobrenatural, o Paráclito é essa fonte de vida. No Seu colóquio com a mulher samaritana, e depois na festa dos tabernáculos, Jesus Cristo prometeu que, aos que acolhessem com fé a Sua Palavra, lhes daria água viva, que poria em todos os que O procurassem uma fonte de água viva que brotaria incessantemente do seu interior. S. João anota que se referia com isto ao Espírito Santo, que iam receber os que n’Ele acreditassem [20].

O Espírito Santo chega aos cristãos como manancial inesgotável dos tesouros divinos. Recebemo-Lo no Batismo e na Confirmação. É-nos conferido no sacramento da Penitência, aplicando de novo às almas os méritos infinitos de Cristo. É enviado às nossas almas e aos nossos corpos cada vez que recebemos a Eucaristia e os outros sacramentos. Atua na consciência mediante as virtudes infusas e os dons… Numa palavra, a Sua missão consiste em nos fazer verdadeiros filhos de Deus e em que atuemos de acordo com esta dignidade. O Espírito Santo ensina-nos a ver com os olhos de Cristo, a viver e a compreender a vida como Ele o fez. Eis porque a água viva que é o Espírito Santo sacia a sede da nossa vida [21].

O Paráclito, Senhor e Dador da vida, que falou pelos profetas e ungiu Cristo para que nos comunicasse as palavras de Deus, continua agora a fazer ouvir a Sua voz na Igreja e na intimidade das almas. Por isso, viver segundo o Espírito Santo é viver de Fé, de Esperança, de Caridade, é deixar que Deus tome posse de nós e mude os nossos corações desde a raiz, para os fazer à Sua medida [22]. Agradeçamos os cuidados que nos dispensa como um pai e uma mãe bons, que isso e muito mais é para cada um de nós. Invocamo-Lo frequentemente? Renovamos em cada dia a decisão de manter a alma atenta às Suas inspirações? Esforçamo­‑nos por segui-las sem opor resistências?

[20]. Cfr. Jo 4, 10-13; 7, 37-39.
[21]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 8-V-2013.
[22]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 134.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de junho de 2013)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Será possível ser cristão?

«…, é eloquente a narração de São Cipriano de Cartago (†258) deixou da sua conversão à fé cristã. Conta-nos ele que, antes da sua conversão e baptismo, não era capaz de imaginar como seria possível viver como cristão e suplantar os costumes do seu tempo.

Não deixa, a esse respeito, de fornecer uma descrição drástica de tais costumes, que faz lembrar as Sátiras de Juvenal, ao mesmo tempo que também nos leva a pensar no contexto em que os jovens de hoje têm de viver. Será possível ser cristão? Não será esta uma forma de vida ultrapassada? Quantos se desta maneira! – e, realmente, sob o ponto de vista puramente humano, até têm razão. Porém, conforme refere Cipriano, o impossível tornou-se possível pela graça de Deus e pelo Sacramento do novo nascimento, o qual, naturalmente, está concebido em função da situação concreta em que o mesmo se pode tornar eficaz, designadamente, no comum caminhar dos crentes, os quais, desse modo, aplanam um rumo de vida alternativo e manifestam-no como possível».

(Cardeal Joseph Ratzinger intervindo numa reunião da Conferência Episcopal Italiana sob o tema “Novos caminhos da evangelização no terceiro milénio” em 10/XI/2002)

«Deles é o Reino do Céu»

São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da Ordem dos Frades Menores 
Admonições, §§13-17


«Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.» Enquanto tudo corre à medida dos seus desejos, não se consegue saber quanta paciência e humildade tem um servo de Deus. Venham porém os tempos em que aqueles que lhe deviam respeitar a vontade a contrariam; a paciência será a que efectivamente tiver, e nada mais.

«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu.» Há muitos que se entregam a longas orações e ofícios, e infligem ao corpo frequentes mortificações e abstinências. Mas por palavra que lhes pareça afronta ou injustiça, ou por coisa mais insignificante que lhes seja tirada, logo se indignam e perdem a paz da alma. Estes não são os verdadeiros pobres em espírito; o verdadeiro pobre em espírito é o que renuncia a si mesmo e não quer mal a quem lhe bate no rosto (Mc 8,34; Mt 5,39).

«Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.» Verdadeiros pacificadores são os que, apesar de todo o sofrimento por que hão-de passar por amor a nosso Senhor Jesus Cristo, conservam a alma e o corpo em paz.

«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.» Têm verdadeiramente o coração puro os que desprezam os bens da Terra, os que procuram os do Céu e, purificados assim de quaisquer amarras da alma e do coração, adoram e contemplam incessante e unicamente o Senhor Deus, vivo e verdadeiro.

O Evangelho do dia 9 de junho de 2014

Vendo Jesus aquelas multidões, subiu a um monte e, tendo-Se sentado, aproximaram-se d'Ele os discípulos.  E pôs-Se a falar e ensinava-os, dizendo: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. «Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. «Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. «Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. «Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. «Bem-aventurados sereis, quando vos insultarem, vos perseguirem, e disserem falsamente toda a espécie de mal contra vós por causa de Mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois também assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós.

Mt 5, 1-12