Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Euro '16: Felizes os que acreditaram sem nunca terem visto!

Fui à televisão uma vez na vida, há cerca de um ano. A repórter perguntou o que me preocupava mais no país e eu falei de uma coisa que tanto o líder da oposição com o chefe de governo têm falado: os portugueses que tiveram que ir lá para fora.

Depois da pressão toda desse dia, inlcuindo levar baile em direto do Jerónimo de Sousa, que o senhor tem muitos anos disto, há uma coisa que não esqueço. Recebi uma mensagem via Facebook. Um miúdo magrinho e despenteado, cujo perfil dizia viver em França. Ele escreveu-me: "Obrigado por teres falado sobre nós."

O caminho que a seleção nacional de futebol fez no Europeu foi importante para estas pessoas. Basta ver a reportagem da RTP sobre as centenas de quilómetros que os imigrantes fizeram a acompanhar a equipa e o modo como selecionador e capitão agradeceram repetidamente aos portugueses que vivem em França.

Independentemente do resultado que acontecesse ontem à noite, estas pessoas sentiram-se mais perto de casa por causa daquele grupo e daquele desporto. E isso é importante. Quem diria que a pátria podia caber num autocarro e ser tão grande ao mesmo tempo? Quem diria, mas aconteceu. Com um golo do Éder!

Fernando Santos podia ter falado nos jornais franceses que insultaram o seu trabalho, que escreveram "fim de carreira" para Ronaldo, podia ter falado num árbitro que deixou passar em branco uma tentativa de sabotagem do jogo com a lesão do melhor do mundo, podia ter falado no chauvinismo francês que acusou Renato Sanches de mentir na idade; o mesmo chauvinismo que apagou as luzes ontem à Torre Eiffel. No entanto, o sr. engenheiro não falou de nada disso.

"Em primeiro lugar e acima de tudo, quero agradecer a Deus Pai por este momento e tudo aquilo da minha vida (...) por último mas em primeiro, ir falar com o meu maior amigo e sua mãe. Dedicar-Lhe esta conquista e agradecer-Lhe por ter sido convocado e por me conceder o dom da sabedoria, perseverança e humildade para guiar esta equipa e Ela a ter iluminado e guiado. Espero e desejo que seja para glória do Seu nome". Leu de uma folha amachucada e escrita vários jogos antes porque, afinal, ele sempre disse que íamos ganhar.

O mister agradeceu à família, aos portugueses, ao presidente, aos amigos, aos colegas, aos jogadores e até ao povo grego, que lhe enviou várias mensagens de apoio. Aquela folha amachucada foi o melhor golo do campeonato, foi uma lição de gratidão e humildade. Para mim, foi dessa humildade que nasceram as nossas vitórias. De ir reconhecendo onde mudar, onde se errou, onde se pode melhorar. De ter a coragem de tentar, de ver audácia na esperança. Foi uma Fé num Portugal que acredite mais em Portugal e eu confesso que também tenho essa crença.

Como diz um querido amigo, foi uma noite de fé e de fézada. No tom bem-disposto e religioso do treinador - que disse que o seu pai havia de estar a sorrir "lá em cima e a beber umas cervejas" - espero que o Professor Marcelo decrete que o dia de São Patrício passe a feriado nacional.

Que o leitor me perdoe a beatice, mas a fé é tudo isto. Contra tudo e contra todos, dando a outra face, nunca atirando a primeira pedra, acreditar sem ter visto. A verdade é que nenhum de nós tinha visto - este é nosso primeiro título internacional, que há muito nos escapava - mas não esqueçamos que Fernando Santos acreditou, antes de todos nós vermos.

(À memória de Ricardo Neves)

Sebastião Bugalho
http://ionline.sapo.pt/artigo/516234/euro-16-felizes-os-que-acreditaram-sem-nunca-terem-visto-?seccao=Opiniao_i

Nota 'Spe Deus': Ricardo Neves em memória de quem Sebastião Bugalho dedica a crónica é um jovem sacerdote falecido há cerca de um ano com cancro e de quem neste momento ele está a ler um livro. Obrigado!

O Evangelho do dia 11 de julho de 2016

«Não julgueis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar “o filho do seu pai e a filha da sua mãe e a nora da sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares”. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz e Me segue, não é digno de Mim. Quem se prende à sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por Meu amor, acha-la-á. «Quem vos recebe, a Mim recebe, e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa do profeta; quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo. E todo aquele que der de beber um simples copo de água fresca a um destes pequeninos, por ele ser Meu discípulo, na verdade vos digo que não perderá a sua recompensa». Tendo Jesus acabado de dar estas instruções aos Seus doze discípulos, partiu dali para ir ensinar e pregar nas cidades deles.

Mt 10,34-42.11,1