Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 26 de março de 2017

“A defesa da família exige um projecto cultural de fundo”

Family and Media é um grupo de investigação internacional que analisa a informação dada pela comunicação social sobre a família e elabora propostas para dela dar um retrato mais fiel. O impulsionador desta iniciativa é Norberto González Gaitano, actual vice-reitor de Comunicação da Universidade Pontifícia da Santa Cruz (Roma) e antigo professor da Universidade de Navarra.

Ao estudarem a família, os media limitavam-se até há pouco tempo a investigar os efeitos da televisão nas crianças ou o modo como a imprensa tratava o problema da violência doméstica. Faltavam, no entanto, análises de fundo sobre o conceito de família nos meios de comunicação social.

Com este objectivo nasceu em Fevereiro de 2005 a Family and Media. Trata-se de um grupo de investigação ao qual já aderiram professores de Itália, de Espanha, da Argentina, do Chile, da Polónia e de Angola.

- Quais são os temas sobre a família hoje mais debatidos na opinião pública?
- Os movimentos pró-família usam cada vez menos metáforas muito gastas como a da "célula básica da sociedade". A ideia que está por detrás desta imagem continua válida, mas enriquece-se agora com outras perspectivas: a família como agente de mudança social (mais usada no espaço anglo-saxónico), como escola de humanidade ou como espaço de solidariedade inter-geracional.

"Entre os que não estão desse lado, não existe uma ideia clara sobre a família. O modelo de relação dominante são as uniões afectivas sem vínculos. Durante muito tempo, dizia-se que a "família estava em transformação". Esta expressão utilizava-se como arma retórica para impor um modelo de relação emotiva e sem compromisso.

A ideologia do género contribuiu para criar este estado de coisas, difundindo a ideia de que a família é uma construção cultural. As séries televisivas, as telenovelas e os talk-shows "domesticam" massivamente os seus públicos reformulando "novos modelos de família".

- Além de analisar as concepções de família nos meios de comunicação social, a equipa de investigação que dirige tem uma "finalidade operativa". Em que consiste e que passos estão a dar para a conseguir?
Conhecer como se caracteriza a família nos media tem um interesse operativo e não só descritivo. Utilizamos os resultados das análises empíricas para promover uma imagem verdadeira da família. Interessam-nos, sobretudo, os aspectos antropológicos e culturais que estão por detrás das representações da família.

Em segundo lugar, o nosso objectivo é fornecer argumentos às organizações que se dedicam à promoção da família, às associações de orientação familiar e às de ouvintes da rádio e telespectadores. Sem ideias nem argumentos não há acção eficaz. Acreditamos que assim melhoraremos o seu poder comunicativo nos media e o seu impacto na agenda política.

Por exemplo, estamos agora mesmo a terminar uma investigação sobre a gestão da comunicação por parte das associações que integram o Fórum das Famílias em Itália. Esses resultados serão também apresentados às outras associações pró-família de Itália, da América Latina e de Espanha.

- Nas sociedades ocidentais, o lobby gay conseguiu alterar as ideias sobres as práticas homossexuais. Que lições podem tirar aqueles que desejam promover abordagens favoráveis à família?
- Há que dizer, em nome da verdade, que nem todos os homossexuais estão de acordo com a ideologia gay. Convém além do mais recordar que o que este colectivo procura implicitamente alcançar é o reconhecimento social; a legalização do "casamento gay" é simplesmente um meio errado de o conseguir.

O nosso projecto é cultural, não ideológico. É um pequeno contributo para reconstruir o imaginário social sobre a família. É fundamental haver comunicação, porque isso obriga a pensar em termos estratégicos e não tácticos. Não chegam acções isoladas nem mobilizações, requer-se um projecto cultural de fundo que integre essas acções pontuais num programa a longo prazo.

- Há anos que os militantes pró-família dos Estados Unidos insistem em afirmar que o casamento não é uma simples relação afectiva entre dois adultos, mas sobretudo um bem social pensado para proteger as crianças. No seu entender, que mensagens sobre a família é necessário tentar transmitir hoje à opinião pública?
- Na minha opinião, hoje devemos pôr a tónica na educação dos filhos. A partir desta ideia, poderemos reconstruir o tecido das relações conjugais e paterno-filiais com as suas características específicas. É lógico que as associações pró-família façam finca-pé nesta ideia, a fim de fortalecer o casamento. Por exemplo, não é por acaso que muitas uniões de facto decidam oficializar a sua união quando chega o primeiro filho.

O vínculo conjugal pode dissolver-se. O que não se pode destruir é o vínculo com os filhos. Pode-se ser ex-mulher, ex-marido ou ex-companheiro. Mas não se pode ser ex-progenitor. Além do mais, hoje em dia temos de estar prevenidos para enfrentar a chantagem emocional que sofrem algumas crianças. Há pais e mães que tentam atrair afectivamente o filho para si ("se-ducere").

Aceprensa

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