Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 18 de março de 2017

Reflexões Quaresmais

Quaresma – 17ª Reflexão

E a gratidão, Senhor? Como viver a gratidão?

A alegria baila nos Teus olhos quando me dizes:
Sabes, meu filho, são mais as reclamações do que os agradecimentos, e não devia ser assim.
Mas quando o coração transborda de amor por perceberes que te foi concedido o que precisavas, a tua boca e todo o teu ser abrem-se para agradecer a graça concedida, e as palavras faltam-te, por isso repetes insistentemente: obrigado, obrigado, obrigado!
E esse sentimento, meu filho, vale para as coisas de Deus, mas vale também para tudo o que de bem te fazem os outros, e que os outros fazem de bem à humanidade.
É que só com o agradecimento, só com a gratidão, se torna completo o bem que é dado.
E não te esqueças nunca de todos aqueles que fazem coisas por ti, que intercedem por ti, e tu nem sequer sabes. A todos esses anónimos, envolve numa oração de intercessão, entregando-os, e pedindo por eles a Deus.
Da reclamação vem amargura à vida. Da gratidão só vem o bem-estar à vida.

Sabes, Senhor, lembro-me sempre do meu pai me falar da gratidão! Percebo-o ainda melhor, agora.

Peço-Te, Senhor:
Abre o meu coração e a minha vida à gratidão!
Que eu nunca me esqueça de agradecer verdadeiramente a todos aqueles que fazem o bem, a mim e aos outros. Que por eles eu interceda nas minhas orações diárias.
E a Ti, Senhor, que em tudo e sempre dê graças, até mesmo por aquilo que agora possa ainda não entender.

Obrigado, Senhor, obrigado!

Marinha Grande, 27 de Fevereiro de 2016

Joaquim Mexia Alves na sua página no Facebook

O Evangelho de Domingo dia 19 de março de 2017

Chegou, pois, a uma cidade da Samaria chamada Sicar, junto da herdade que Jacob deu a seu filho José. Estava lá o poço de Jacob. Fatigado da viagem, Jesus sentou-Se sobre a borda do poço. Era quase a hora sexta. Veio uma mulher da Samaria tirar água. Jesus disse-lhe: «Dá-Me de beber». Os Seus discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos. Disse-Lhe, então, a mulher: «Como, sendo Tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou samaritana?». Com efeito, os judeus não se dão com os samaritanos. Jesus respondeu: «Se tu conhecesses o dom de Deus, e Quem é que te diz: “Dá-Me de beber”, certamente Lhe pedirias e Ele te daria de uma água viva». A mulher disse-Lhe: «Senhor, Tu não tens com que a tirar e o poço é fundo; donde tens, pois, essa água viva? És Tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacob que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu, e os seus filhos e os seus gados?». Jesus respondeu: «Todo aquele que bebe desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que Eu lhe der, jamais terá sede: a água que Eu lhe der virá a ser nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna». A mulher disse-Lhe: «Senhor, dá-me dessa água, para eu não ter mais sede, nem ter de vir aqui tirá-la». Jesus disse-lhe: «Vai, chama o teu marido e vem cá». A mulher respondeu-Lhe: «Não tenho marido». Jesus replicou: «Disseste bem: não tenho marido; porque tiveste cinco maridos e o que agora tens, não é o teu marido; isto disseste com verdade». A mulher disse-Lhe: «Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram sobre este monte e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar». Jesus disse-lhe: «Mulher, acredita-Me que é chegada a hora em que não adorareis o Pai nem neste monte nem em Jerusalém. Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, porque é destes adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e em espírito e verdade é que O devem adorar os que O adoram». A mulher disse-Lhe: «Eu sei que deve vir o Messias, que se chama Cristo; quando, pois, Ele vier, nos manifestará todas as coisas». Jesus disse-lhe: «Sou Eu, que estou a falar contigo». Nisto chegaram os Seus discípulos, e admiraram-se de que estivesse a falar com uma mulher. Nenhum, contudo, Lhe disse: «Que é o que queres?», ou: «Por que falas com ela?». A mulher, então, deixou a bilha, foi à cidade e disse àquela gente: «Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz; será este, porventura, o Cristo?». Eles saíram da cidade e foram ter com Jesus. Entretanto, os Seus discípulos instavam com Ele, dizendo: «Mestre, come». Mas Ele respondeu-lhes: «Eu tenho um alimento para comer que vós não sabeis». Pelo que diziam entre si os discípulos: «Será que alguém Lhe trouxe de comer?». Jesus disse-lhes: «A Minha comida é fazer a vontade d'Aquele que Me enviou e realizar a Sua obra. «Não dizeis vós que “ainda há quatro meses até à ceifa”? Mas Eu digo-vos: Levantai os olhos e vede os campos que já estão brancos para a ceifa! O que ceifa recebe recompensa e junta o fruto para a vida eterna, para que assim o que semeia, como o que ceifa, se regozijem juntamente. Porque nisto se verifica o ditado: Um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu enviei-vos a ceifar o que vós não trabalhastes; outros trabalharam e vós recolheis o fruto dos seus trabalhos». Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra daquela mulher que dava este testemunho: «Ele disse-me tudo o que fiz!». Vindo, pois, ter com Jesus os samaritanos, pediram-Lhe que ficasse com eles. Ficou lá dois dias. Muitos mais acreditaram n'Ele em virtude da Sua palavra. E diziam à mulher: «Já não é pela tua palavra que acreditamos n'Ele, mas porque nós próprios O ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo!».

Jo 4, 5-42

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1925

Faz o retiro que antecede a ordenação sacerdotal que receberá na igreja do seminário de São Carlos. Anos mais tarde comenta: “Nesta casa de São Carlos recebi eu a formação sacerdotal. Aqui, neste altar, aproximei-me a tremer para pegar na partícula e dar pela primeira vez a Comunhão a minha Mãe. Não imaginais... Vou de emoção em emoção”.

EU PADRE CASADO ME CONFESSO...

Anda por aí um burburinho dos diabos, à conta de uma declaração de uma centena e meia de teólogos alemães que, há falta de um tema mais original, decidiram questionar o celibato sacerdotal. É, juntamente com o famigerado sacerdócio feminino, uma insistente proposta de alguns grupos de católicos pouco ortodoxos que, se me permitem a charada ecuménica, de tão reivindicativos dir-se-ia que são protestantes.

Não obstante alguns contornos mais caricatos, a questão é séria e merece alguma reflexão. Depois de uma etapa fundacional em que, à imagem de Cristo, os apóstolos e outros, como São Paulo, se mantiveram célibes “pelo reino dos Céus”, vieram tempos em que os presbíteros podiam ser casados. Contudo, tendo em conta os resultados dessa primitiva experiência, entendeu-se preferível retomar a tradição evangélica, repondo o celibato sacerdotal na Igreja Católica latina. Portanto, um eventual regresso à anterior situação representaria, em termos históricos, um retrocesso, ainda que disfarçado de revolucionária novidade e, o que é pior, um afastamento em relação ao exemplo de Cristo, que é o modelo e a razão do sacerdócio eclesial.

Há, sobre esta matéria, um duplo equívoco, que importa esclarecer.

O primeiro decorre da suposição de que só há amor quando há uma vida sexual activa e, portanto, a imposição do celibato implica a frustração emocional do padre que, entregue à sua própria solidão, fica assim mais exposto às fraquezas da humana condição. Já São Paulo advertira: mais vale casar-se do que abrasar-se. É certo. Porém, o sacerdote não é um homem sem amor, muito embora a sua realização afectiva não tenha expressão sexual. Um presbítero que não ame, que não esteja apaixonado, é certamente um ser vulnerável e fragilizado, não por ser padre, mas precisamente por o não saber ser.

Com efeito, o ministério sacerdotal não se reduz a uma função burocrática, em cujo caso o celibato não faria sentido, mas antes se realiza naquele “amor maior” de que Jesus Cristo é o perfeito exemplo. E é bom recordar que o Verbo encarnado não é apenas Deus perfeito, mas também perfeito homem, pelo que a sua circunstância celibatária não só não foi óbice como condição para essa plena realização da sua natureza humana.

Outro lapso é supor que os padres da Igreja Católica são solteiros, o que manifestamente não corresponde à realidade. Saulo de Tarso, quando disserta sobre a grandeza do sacramento do matrimónio, refere-o a Cristo e à sua Igreja, por entender que esta aliança é de natureza nupcial. Por isso, o sacerdote católico, configurado com Cristo pela graça da sua ordenação, “casa” com a Igreja, que é a sua esposa, não apenas mística mas também real e existencial, na medida em que lhe exige uma entrega exclusiva e total.

Há tempos ouvi na rádio uma conhecida balada, em que se repetia um refrão que é aplicável ao celibato sacerdotal: “eu não sou de ninguém, eu sou de todo o mundo e todo o mundo me quer bem”. Nem mais: para ser de todos e para todos é preciso não ser de ninguém em particular. É o que também me dizia um amigo quando, dando-me as Boas Festas, desejava felicidades para a minha família que, acrescentava com inspirada eloquência, “somos todos nós”.

Mas há mais. Os inimigos do celibato sacerdotal obrigatório são muito mais generosos do que se pensa pois, não satisfeitos com dar uma mulher aos padres, querem dar-lhes duas: a esposa e … a sogra!

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

O Evangelho do dia 18 de março de 2017

Aproximavam-se d'Ele os publicanos e os pecadores para O ouvir. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: «Este recebe os pecadores e come com eles». Então propôs-lhes esta parábola: Disse mais: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. O pai repartiu entre eles os bens. Passados poucos dias, juntando tudo o que era seu, o filho mais novo partiu para uma terra distante e lá dissipou os seus bens vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, houve naquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidade. Foi pôr-se ao serviço de um habitante daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. «Desejava encher o seu ventre das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Tendo entrado em si, disse: Quantos jornaleiros há em casa de meu pai que têm pão em abundância e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros. «Levantou-se e foi ter com o pai. Quando ele estava ainda longe, o pai viu-o, ficou movido de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o. O filho disse-lhe: Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Porém, o pai disse aos servos: Trazei depressa o vestido mais precioso, vesti-lho, metei-lhe um anel no dedo e os sapatos nos pés. Trazei também um vitelo gordo e matai-o. Comamos e façamos festa, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi encontrado. E começaram a festa. «Ora o filho mais velho estava no campo. Quando voltou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e os coros. Chamou um dos servos, e perguntou-lhe que era aquilo. Este disse-lhe: Teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque o recuperou com saúde. Ele indignou-se, e não queria entrar. Mas o pai, saindo, começou a pedir-lhe. Ele, porém, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, nunca transgredi nenhuma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu me banquetear com os meus amigos, mas logo que veio esse teu filho, que devorou os seus bens com meretrizes, mandaste-lhe matar o vitelo gordo. Seu pai disse-lhe: Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Era, porém, justo que houvesse banquete e festa, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi encontrado». 

Lc 15,1-3.11-32